PS.: NOVA FIC PESSOAL: http://fanfiction.nyah.com.br/viewstory.php?sid=98474

POV. Edward

Passei o resto da tarde lendo e relendo tudo sobre Alice Hale, eu não sabia muito sobre ela, apenas havia a visto duas vezes, e não era acostumado a perguntar muito. Não havia acontecido nada entre nós, havíamos saído com Emmett e Rosalie também, um jantar de amigos.

Alice era uma garota difícil de agradar, mesmo baixinha e pequena ela andava com o nariz empinado como se fosse uma rainha. Seu rosto como de um anjo podia ser bem convincente quando queria algo, e tinha um cabelo curto espetado, era engraçado a meu ver.

Ela havia herdado uma fortuna há um tempo, com a morte do pai, e como sempre fora consumista, gastaria todo o dinheiro com roupas e sapatos de grife, a não ser que alguém o pegasse primeiro, eu deveria ser esse alguém, já que com a morte do pai ela era sozinha, apenas vivia com as visitas de alguns amigos, como Emmett e Rosalie.

Alice já havia feito alguns trabalhos como modelo, por ser magra e pequena, e ainda gostava disso, sempre fora seu sonho, como estava descrito no documento entregado por Carlisle.

Como eu falaria com ela? Isso seria tão fácil há um tempo, mas parece que tudo se tornara mais difícil agora. Eu nunca havia tido peso na consciência, mas agora era só isso que eu sentia, além de outras coisas quando estava com Bella.

Por falar nela já estava quase na hora de buscá-la. Arrumei-me rapidamente e me dirigi até o volvo, que estava na garagem de meu apartamento.

Bella me esperava na frente da revista, parecia nervosa, mas um sorriso surgiu em seus lábios quando encostei pra que ela entrasse, saí para abrir a porta, mas ela entrou antes.

- Você é bem apressada... – murmurei sorrindo pelo vidro.

Depois de dar a volta e entrar no carro, disparei em direção a seu apartamento.

- Não. Podemos is pra outro lugar? Por favor! – ela me pediu em um murmúrio.

- Claro. – respondi. Eu precisava reler os documentos sobre Alice, mas eu não deixaria de estar com ela por isso - Pra onde quer que eu a leve?

- Freemans Restaurant? – ela sorriu.

- Você gostou daquele lugar.

- Muito. – ela respondeu rapidamente.

- Mas, será que não podemos ir pra outro lugar? – tentei sorrir.

Se eu aparecesse naquele lugar, a garçonete com certeza estragaria tudo, eu não poderia aparecer lá por um bom tempo, talvez nunca mais.

- Por quê? – ela perguntou entristecida.

- Ah... Eu conheço um restaurante lindo... – tentei não responder.

- Bom, tudo bem. – ela disse, parecia ter se contentado.

O Robert, no West Side, em pleno Columbus Circle era minha segunda opção depois do Freemans, e agora me parecia mais coerente levá-la até lá. Apesar de ser caro, isso não seria problema, eu pagaria a conta sem que ela visse.

POV. Bella

O restaurante não me parecia um lugar em que Edward freqüentaria, talvez estivesse tentando me impressionar, porque me parecia realmente caro. As mesas e cadeiras transparentes o faziam tão moderno e a vista para o Central Park era linda, principalmente agora, ao entardecer. A decoração era quase toda em um rosa claro, o lugar era realmente romântico. Edward puxou a cadeira para que eu me sentasse e beijou a parte de cima de minha cabeça carinhosamente antes de sentar-se.

- Por que me trouxe a esse lugar? Não que eu não tenha adorado, mas me parece realmente caro...

- Não é caro. Na verdade, a senhorita merecia ainda mais...  – ele sorriu torto – Me impressiona que um homem nunca a trouxera a esse restaurante antes, ele é famoso por aqui.

- Não mesmo. – assenti envergonhada.

Edward pediu um coquetel que eu não havia entendido o nome e eu pedi um Mad Manhattan. O garçom confirmou que o jantar chegaria em alguns minutos, o lugar ainda não estava tão cheio como aparentava ser normalmente.

POV. Edward

Tentei me policiar pra não fazer o mesmo de antes, envolver Emmett na história, já que na verdade, esse restaurante que era o favorito dele e de Rosalie, eles o  freqüentavam sempre que queriam comemorar algo.

- Você está silenciosa hoje... – comentei.

- Nada com o que se preocupar. – ela afirmou mordendo o lábio.

- Tem certeza? Você me parecia bem melhor essa manhã... – temi meu sorriso ter saído malicioso por lembrar do que acontecera no elevador – Quer dizer, parecia mais, feliz...

- Você é bem convencido, sabe... – ela riu.

Eu ri com ela. O som de sua risada me parecia tão doce, bem diferente da carranca que cobria seu rosto em alguns minutos de distração.

- Me conte o que houve... – implorei. Por que eu fazia aquilo? Parecia-me preocupação – Se quiser... – acrescentei a tempo.

- Meu pai. Ele não é um bom exemplo... – ela riu amargamente.

- Como assim?

- Ele é capaz de me procurar apenas pra me pedir dinheiro... Ele é meio que, viciado em jogos, entende? E ainda tem coragem de dizer que me ama às vezes, é bem difícil, só quando precisa de uma quantia maior... – Bella murmurou – Ou quando sua consciência podre pesa...

Apenas engoli seco. Aceitei aquele insulto involuntário como se fosse pra mim. Eu não era um viciado em jogos, mas era dependente de um homem frio e canalha. Minha respiração pesava muito. Se aquilo não era direcionado a mim, como eu me sentiria quando fosse?

Imaginei Bella em minha frente, chorando, jogada no chão sem nada, acabada. Implorando-me pra não fazer aquilo. Uma dor passou por minha garganta até meu coração, como se estivesse engolindo algo muito grande, um grande nó.

- Perdoe-me. Eu acabei exagerando... Você não merece ouvir minhas lamentações estúpidas...

- Pode continuar se quiser... – afirmei engolindo outro nó.

- Não, tudo bem. – ela sorriu.

Pensei por um momento. Tinha de haver um jeito de escapar daquela droga toda em que eu estava metido, será que eu não teria chance de viver minha vida nunca? Será que quando estivesse com Alice, Carlisle não me apresentaria outro, “serviço”. Era o que me parecia, aquilo nunca acabaria, eu estava de mãos atadas.

- Ei Edward... – Bella murmurou.

- Sim? Perdoe-me eu estava pensando em algo...

- Aquele homem, ele está acenando pra você, não? – Bella apontou para meu lado direito.

- Ei Ed! – Emmett gritou.

- Oh ótimo... – murmurei não querendo acreditar. – Ei! – acenei me levantando antes que ele chegasse a mesa. Rosalie não estava com ele, isso seria mais fácil sem ela.

- Cara, como você está? – ele me abraçou em seu abraço de urso incomodo.

- Estarei intacto se me soltar a tempo...

- Oh, desculpe-me. – ele riu – Ei, quem é aquela?

- Uma...

- Namorada? – ele exclamou sem acreditar. – Finalmente...

- Quieto – sussurrei.

- Ah, ainda não pediu ela em namoro? Perdoe-me.

- Nada disso, eu...

- Vou deixá-los a sós – ele piscou – Mas, quero conhecê-la em breve. Como ela se chama?

- Bella...

- Oh isso é realmente bom, talvez você finalmente tome jeito. Até, mas não se esqueça que quero conhecê-la...

- Você já vai? – perguntei esperançoso.

- Sim. Vim fazer as reservas, e amanhã volto com Rose... Aliás, poderíamos nos ver aqui amanhã!

- Não Em...

- Vou falar com Bella...

Emmett caminhou animado até a mesa e eu não consegui o parar, ele era bem maior do que eu, e da última vez que tentei parar alguém assim, tive seqüelas.

- Ei Bella! Eu sou Emmett...

- Olá. – ela levantou-se graciosamente.

- Bem, estou atrasado agora, mas, voltarei amanhã aqui com minha esposa Rosalie, gostaríamos de conhecer a futura namorada de Ed... – Merda! – Oh, perdoe-me, amiga. – ele piscou malicioso pra ela. – Então pensei que todos pudéssemos voltar amanhã.

- Emmett...

- Cale-se Edward, estou falando com uma dama. – ele me interrompeu.

- Ah... – Bella me fitou por um segundo – Claro. – ela corou.

- Ótimo! – ele disse gritado, como sempre – Então até amanhã. Ed, até... – ele saiu contente.

Bella sentou-se novamente, e me sentei ao mesmo tempo envergonhado.

- Namorada? – ela gargalhou.

- Perdoe-me. – pedi – Ele é assim sempre...

- Na verdade, eu gostei dele... – ela sorriu – E da idéia também. Então, sou sua... Namorada?

- Oh – sussurrei. É claro que eu diria sim, mas essa não me parecia a coisa certa a fazer. – Você realmente acha que isso...

- Sim. – ela murmurou, seu rosto esperançoso.

- Mas, eu sou o motorista...  Isso me parece precipitado. Não quero que se sinta pressionada...

- Você não gosta de mim? – seu rosto se entristeceu.

- Sim – respondi rápido demais – Eu gosto, muito.

- Eu também. – ela afirmou.

O garçom nos trouxe o jantar com um sorriso no rosto, ele parecia ter ouvido a conversa e, junto com os pratos, havia uma rosa. Ele piscou pra mim. A peguei, e gentilmente entreguei a ela sorrindo.

“Estamos dirigindo rua a baixo

Pergunto-me se você sabe que

Estou tentando tanto não me prender agora

Mas você é tão legal

Colocar  as mãos em seus cabelos

Inconscientemente, faz eu te querer...”

(Fearless)