Mrs. Potter

Capítulo 12

Nunca pensei que diria (ou pensaria) isso, mas finalmente o ano acabou. Sim. Eu estava voltando para casa, na grande locomotiva vermelha.

Suspirei feliz e observei toda a paisagem passando rapidamente. Alguém bateu na porta e vi que era Manoel.

-Que foi?

-Posso falar com você rapidinho?

Dei de ombros.

-Pode.

Ele entrou e se sentou.

-Cadê a Luna? – perguntei.

-Ela já vem. Queria te dizer uma coisa. – ele fez uma pausa - Não se case muito jovem...

Ergui as sobrancelhas.

-Como é?

-Acredite em mim. Espere um pouco...

-Mas é claro! Achou que eu fosse me casar logo depois de sair da escola? Minha mãe teria um ataque cardíaco sério – falei e ele sorriu. – Mas por que raios você se importa?

Ele deu de ombros.

-Sei lá. Acho que queria te impedir de fazer alguma besteira.

-Me impedir? Você? – não deixei de rir.

Ele revirou os olhos.

-Você pode não gostar de mim, mas eu me importo com você. – dizendo isso, saiu.

Fiquei com cara de ponto de interrogação por alguns vários minutos. O que foi isso?

Ignorei o resto da viagem a minha hum... conversa.

Estávamos cada vez mais próximos. Minhas mãos soavam de ansiedade. Finalmente, pensava.

Mais próxima de Harry. Mais próxima de uma verdadeira vida. O trem foi diminuindo a velocidade e o sorriso no meu rosto aumentava. E finalmente parou.

Pulei do assento e peguei minha bagagem. Saí da cabine e vi a maior fila para sair do trem. Resmunguei qualquer coisa e esperei. Estava quase lá. Já podia ouvir os murmúrios apressados na estação e saí.

Olhei para os lados, procurando-o. Acheiminha família. Só. Peraí. COMO ASSIM? CADÊ O HARRY? Digo, MEU Harry! Desci, com cara de quem acabou de engolir um limão inteiro.

-Oi Gina! – exclamou a família.

Fiquei com uma cara um pouquinho melhor. Estavam: Mamãe, papai, Jorge, Rony, Hermione, Gui, Fleur e Victorie.

-Oi – murmurei.

Eles riram e eu fiquei tipo: "Hã? O que eu perdi?".

-O que houve, Gina? – perguntou Jorge, com um sorriso divertido no rosto.

-Ahn, nada...

-Vi Harry se pegando com uma japonesa esses dias atrás... – ele comentou e meu rosto queimou de raiva.

-COMO ASSIM? – berrei e eles riram. De volta. – Posso saber do que estão rindo? Meu noivo me traiu e vocês aí, rindo que nem macacos! Bela família!

Exclamei irritada, bufando e cruzando os braços.

-Acha mesmo que depois de tudo que passamos eu vou ter trair? - perguntou uma voz, sussurrando ao meu ouvido e eu dei um grito.

-HARRY! Nunca mais faça isso comigo, tá me ouvindo? Quer me matar do coração?

Me virei rapidamente, enquanto todos riam de mim. É vocês leram bem. Eles riam de mim, não para mim. Harry estava lindo. Bem, conta uma novidade.

Não sei quanto tempo ficamos nos encarando, com sorrisos idiotas estampados em nossos rostos.

-Virou mímica? – perguntou Jorge, mas nem ligamos.

Harry me beijou rapidamente.

-Bem... vamos?

Todos assentimos e saímos da estação, aparatando logo em seguida. A Toca rapidamente se lotou. Os mais velhos (sem querer ofender) ficaram na sala enquanto Rony, Hermione, Harry e eu saímos para os jardins.

-O que fizeram enquanto estive fora? – perguntei.

-Consolar o Harry de uma solidão – Rony murmurou, me fazendo rir.

-Mentira – Mione interferiu – Nós arranjamos trabalho! Tá bem, Rony não arranjou...

-Mas quase!

Franzi o cenho.

-Quase?

-Talvez se ele não tivesse derrubado a estante cheia de coisas frágeis do chefe... É quase – Mione disse e eu ri.

-Um dia você consegue Rony, se for menos atrapalhado – falei, sorrindo como um consolo.

Ele resmungou e nos separamos. Mione e Rony continuaram andando e Harry e eu nos sentamos na grande colina d'A Toca.

-Como foi lidar com aquele garoto? – Harry perguntou.

-Ele está namorando... a Luna.

Harry arregalou levemente os olhos.

-Não era de se esperar.

Concordei com a cabeça e a apoiei no ombro de Harry.

-Harry... Estive pensando, e... Só quero me casar com 20 anos – falei e Harry encostou sua cabeça na minha.

-Já imaginava isso. Tudo bem. Só demorará... três anos.

Ergui a cabeça, encarando seus perfeitos olhos verdes.

-Se estiver tudo bem para você, claro – completei.

Ele suspirou, mas assentiu.

-Só se vir morar comigo em setembro – ele pediu e eu sorri, beijando-o.

-Se a minha querida mãezinha não resolver dar ataque do tipo "Mas a minha filhinha vai se mudar e blábláblá...".

Harry passou o braço por meus ombros.

-Tenho certeza de que ela vai apoiar... – ele fez uma pausa – Um dia.

Sorri.

-Sim, um dia. Mas no começo ela vai cismar.

-Vai, mas se agisse normal, não seria sua mãe.

-É, não seria mesmo.

Encostei a cabeça em seu ombro de novo, enquanto ele beijava o topo dela.

Depois de um tempo, ele me chamou para ir tomar sorvete e Rony e Mione vieram conosco.

Estávamos apreciando o sorvete no Beco Diagonal. Uma velha sorveteria, em que lembro desde a primeira vez em que vim aqui.

O crepúsculo já estava começando, e um vento leve soprou por nós, fazendo nossos cabelos se esvoaçarem enquanto Rony se lambuzava com o sorvete que nem uma criança.

Voltamos para A Toca. Bem, Harry e eu voltamos para A Toca, Mione e Rony aparataram para Sei-Lá-Aonde para fazer Sei-Lá-O-Quê (N/A: Entendam o que quiserem).

Harry me puxou antes de entrar n'A Toca.

-Que foi? – perguntei.

-Tive uma ideia. De como contar para seus pais de ir morar lá em casa, digo.

Fiz um gesto para ele continuar.

-Se não for muito íntimo, claro. – ele disse. – Vamos convidar seus pais para jantar.

Pensei por um momento e sorri.

-Ótima ideia.

Entramos em casa, onde encontramos Jorge e papai jogando xadrez bruxo, enquanto mamãe conversava com Angelina, namorada do Jorge.

-Mamãe? – chamei e ela sorriu.

-Oi Gina. Olá Harry.

-Oi Sra. Weasley – ele cumprimentou.

-Precisamos falar com a senhora e com papai. – falei.

-Pelo amor de Mérlin Gina, não diga que está grávida! – minha mãe exclamou, ficando nervosa.

-Não! – apressei-me a dizer – Não, na verdade só queríamos convidá-los para um jantar.

-Ah, oh. – ela falou, se acalmando – Bem, se for assim nós aceitamos, certo Arthur?

-Claro – ele concordou, sorrindo afetuosamente.

Sorri, apertando a mão de Harry.

-Certo, vou me arrumar no apartamento do Harry – falei – Passamos aqui as sete ou sete e meia.

Eles assentiram e voltaram a fazer o que estavam fazendo. Subi as escadas, puxando Harry comigo e entrei no meu quarto.

-Vou arrumar as coisas – expliquei enquanto ele sentava-se na cama. – Acha que eles irão reagir bem?

Perguntei enquanto abria a porta do guarda-roupa.

-Acho que serão... compreensíveis – ele falou.

-Tomara que sim... – tirei um vestido do cabide e lhe mostrei – Muito chamativo?

-Não, é perfeito.

Sorri, guardando-o em uma mala e fui procurar um sapato.

-Se eles não aceitarem muito bem, teremos que nos preocupar com o futuro – ele disse.

-Futuro? – perguntei, franzindo o cenho e pegando um par de sapatos.

-É. Sabe, quando formos contar sobre nossos futuros filhos.

Eu ri enquanto beijava-o e ia para o banheiro pegar maquiagem e os outros produtos higiênicos.

-Tem mesmo que levar tudo isso? – ele perguntou, olhando para a quantidade de produtos em meus braços.

-Tenho sim.

-Acho que não tenho nem um terço disso aí no armarinho do banheiro.

Revirei os olhos, enquanto despejava-os na mala e a passava por sobre os ombros.

-Vamos?

-Deixe que eu leve – ele disse, pegando a mala de minhas costas.

-Obrigada.

Aparatamos para seu apartamento e subimos para nos arrumarmos.