A Casa 483 escrita por Samy Rizzo


Capítulo 9
Inveja - Parte Final


Notas iniciais do capítulo

Inveja - parte 2

Se as pessoas só falassem quando tivessem algo a dizer, os seres humanos perderiam rapidamente o uso da linguagem. (William Somerset Maugham)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/91411/chapter/9

POV Manu

Não quis voltar para casa, liguei para os meus tios e disse que dormiria na casa de uma amiga minha, e realmente não fui, tudo bem que meus tios ligariam pra casa dela e perguntariam de mim, mas torcer para que eles confiem em mim não vai me matar.

Tom e eu voltamos para sua casa, eu dormiria lá hoje, não queria ver a cara da minha prima... Não hoje. Expliquei pra mãe do Tom o que havia acontecido, e implorei pra não avisar aos meus tios que eu estava aqui, não queria ir para casa, ela concordou, mas era só hoje. Tudo bem, ela viajaria amanha em uma excursão da escola, e sempre passam umas semanas fora (olha o poder). Fui levada até o quarto de hospedes – O quarto era maravilhoso, lembrava o meu, estava ótimo, não havia do que reclamar – me despedi do Tom, e fui tomar um banho. Passou uma hora, e começou a chover.

Não queria dormir, então sai em silêncio, e fui para o quarto do Tom...

- Tommy, - Não creio que ele já tava dormindo.

- Hmm, mais 5 minutos – ok nem comento isso.

- Tommy, acorda sou eu a Manu. – Se ele não acordar eu grito.

Ele começou a se mexer, abriu um olho, e ao me ver me abraçou.

- Fala amor, o que você precisa?

- De você. – Abracei mais forte.

- Estou aqui – Beijou minha testa – Mas peraí, Manu tu tem medo de trovão?

- Não Tommy, eu não consigo dormir, eu demoro mesmo pra dormir, até em dias de calor – Sorri.

- AH ta – Ele riu – Senão eu teria que perguntar o que você fez com aquela menina corajosa que eu conheci há alguns anos... Mas porque você não consegue dormir?

- Não sei.

- Fica aqui comigo, que você dorme rapidinho. – Ele esta falando de dormir mesmo, menino santo u.u’

Me aninhei em seu corpo, e fechei os olhos, e esperei pelo sono, que veio rápido, pois o carinho que ele fazia em mim era ótimo.

Acordei no quarto de hospedes e estranhei claro. Tom estava lá, e parece que ele viu minha cara de *como eu vim parar aqui* e começou a se explicar.

- Desculpe, mas tive que acordar um pouco mais cedo para te trazer aqui, senão minha mãe me matava.

- Ahh... tudo bem, mas que horas são?

- 06h30min amor, vou deixar você se arrumar para a escola – ele beijou minha testa de novo e saiu.

Me arrumei e desci para tomar café. A mãe do tom disse que nos levaria para a escola, para a minha tia não nos ver saindo de casa juntos, pelo menos no carro com os vidros super escuros que eles tinham, não seria possível nos verem.

 

Chegamos na escola, e a Rafa estava com raiva.

Chegou gritando

- Manu, que amiga é essa que você foi dormir ontem a noite?

- Calma Rafaaa – Comece a falar mais baixo – Eu estava na casa do Tom

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOO. JURA?

- Fala mais baixo mulher! – falei séria e preocupada.

- Desculpa. Mas me conta como foi?

- Eu dormi lá ué.

- Não aconteceu nada?

- Não.

- Ai que sem graça – ela fez cara de triste e foi pra sala.

Era sexta feira, *feliz* amanhã dormir até tarde sem prima pra me incomodar. Ela viajaria hoje.

Cheguei em casa na hora do almoço, e um pouco mais cedo porque voltei com o Tom de carro. Não havia ninguém em casa, como sempre tinha um recado na geladeira avisando que eles tinham ido levar a minha prima ao aeroporto para viajar, e que meu almoço estaria no micro-ondas.

Assim que terminei de almoçar fui até meu quarto, e tinha outro bilhete para mim ¬_¬ dessa vez da minha prima *AFF* e dizia isso:

“Querida prima, se pensa que só porque fui viajar você esta livre de mim, esta enganada. Espero que se divirta enquanto eu viajo

                            Beijos, sua querida prima”.

 

Desci até a cozinha de novo, e queimei esse bilhete, era ridículo, e infantil como ela, espero que a viagem seja longa, e que ela se divirta tanto que não volte mais.

Voltei pro meu quarto liguei o som, e fiquei ouvindo Lady gaga – Telephone, e me lembrando que meus amigos dançaram isso na escola. Eu ri muito.

Peguei meus cadernos e comecei a fazer minhas tarefas, na intenção de acabar logo e ver o Tom *-*. Mas a campanhia tocou, serio isso me irrita as vezes, fui atender, e pra minha surpresa era o Bill.

- Ah, oi – Eu disse tentando disfarçar a voz de surpresa.

- Olá, posso entrar?

- Claro.

- O que o senhor quer?

- Senhor não, por favor, tenho apenas 22 anos para ser chamado de senhor...

- E como o senhor prefere ser chamado?

- Talvez a senhorita deva me chamar de Você ou apenas Bill, se achar que você é muito íntimo.

- A claro, então pare de me chamar de Senhorita tenho nome ok? Emanuele, se preferir Manu

- Hm, ok – Ele riu – Emanuele.

- O que você quer?

- Vamos dar uma volta?

- Ah, claro. – Por educação aceitei o convite.

Saímos e fomos para algum lugar que eu sinceramente não fazia ideia de onde fosse, ele dirigiu em silêncio, e eu fiquei em silêncio também, não só por ser educada, mas também porque eu estava curiosa, e eu curiosa sou quieta demais, sempre tento descobrir tudo sozinha *orgulho sabe*.

Ele parou em uma casa antiga, estava abandonada e com fitas amarelas e pretas que se usa para interditar um lugar. Ele continuou em silêncio, então eu o quebrei, perguntando se podia descer do carro, e ele fez um sim com a cabeça.

Fui olhar a casa, era linda, mesmo antiga, parei para observar as janelas, que mesmo cheia de poeira, e alguns galhos que subiam, ainda mostravam seus desenhos que eram lindos. Não percebi quando Bill se aproximou. Só notei sua presença quando ele falou comigo.

- Bonito não? - Ele disse

- Sim, é lindo, na verdade a casa em si é linda.

- Quer entrar?

- Posso?

Ele mais uma vez apenas acenou que sim com a cabeça, e abriu a porta para que eu pudesse entrar. Ao entrar foi uma coisa impactante, a casa estava limpa, para ser organizada estava limpa demais. O que mais me deixou intrigada é que a sala parecia muito familiar.

Continuei olhando a casa, e subi para olhar os quartos. Entrei em um quarto de casal, que estava bem bagunçado. Não fiquei neste por muito tempo, pois me trazia péssimas lembranças.

Quando eu entrei no outro quarto ai é que estava a surpresa. Estava arruma, era rosa desbotado, algumas partes estavam brancas, mas não havia nada lá, olhei por tudo, até embaixo da cama e nada, então pedi ajuda pro Bill, ele olhou em cima do guarda-roupa e atrás, foi ai que ele encontrou uma boneca de pano. Então eu me lembrei de tudo, aquela era minha casa onde eu vivi até meus pais sumirem, a boneca era minha, eu a segurei, e me segurei para não chorar, corri pro carro e despenquei em lágrimas, após uns dez minutos, Bill voltou, entrou no carro e me abraçou, me disse que estava tudo bem, e me pedindo desculpas.

- Tudo bem Bill. Você não tem culpa eu que sou fraca

- Sim a culpa foi minha e eu devia ter avisado me desculpe.

- A culpa não foi sua.

Após dizer isso houve uma forte rajada de vento, que além de desorganizar meu cabelo, mostrou o numero da casa 483(Quatrocentos e Oitenta e Três).

Mas não fiquei olhando pois o Bill ligou o carro e me levou para casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Espero que tenham gostado. deixem reviews :**



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Casa 483" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.