Amor de Perdição (roteiro Adaptado) escrita por wateru


Capítulo 4
Cena III




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Ambiente: Casa da família Botelho; Sala de visitas

Período: Horário de almoço

Personagens: Simão, Manuel, Rita, Lúcia, Valéria, Mariana

(As irmãs de Simão estão se arrumando para ir ao colégio)

(Simão olha para uma foto idêntica à que Teresa segura, e se lembra dela)

(Manuel chega com passos firmes)

Manuel: Simão, quantas vezes eu já te disse para esquecer essa moça! Ela é filha do meu maior inimigo político! O amor de vocês dois é impossível!

Simão: Mas o que... Pára com essa palhaçada, Manuel! E troca essa roupa! Vai que o pai entra e te vê usando o terno dele!

(Manuel senta-se ao lado de Simão, rindo)

Manuel (tirando os sapatos, o paletó e a gravata): Até parece... Ele nem lembra mais da gente, com essa campanha política dele...

(Simão olha pensativo para a foto)

Manuel: Mas não é nele que você está pensando, né?

(Simão nem ouve o que Manuel pergunta)

Simão: Eu tô preocupado com a Teresa! Ela tá doente, presa naquele lugar! Aquele pai dela prefere “manter a imagem” do que cuidar da filha!

(As três irmãs estão saindo do quarto enquanto Simão fala de Teresa)

(Entra Rita, pulando, e fala ao ouvido de Simão)

Rita: Ôooooo... “Bebezim ti mamãe” tá apaixonado!

Simão: Pára, Rita, que coisa chata!

Rita: Nossa, Simão, foi só uma brincadeira!

Lúcia: Liga não, Rita, ele tá chato mesmo! Mas logo, logo, isso passa!

Simão: Não, dessa vez é sério!

Valéria: Tá! Pois eu aposto que semana que vem você nem lembra mais dela!

Simão (enfurecido): Eu mudei, ouviu? E foi por ela!

Lúcia (debochando): Mudou mesmo! Tanto que deu a maior surra no Baltasar só porque ele disse umas besteiras pra você!

Rita: Mas o Simão tava com razão! O Baltasar disse que queria ficar com ela à força!

Valéria: Pára de defender ele, Rita! Agora, por causa da sua “razão”, senhor esquentadinho, você foi suspenso do colégio por mais de uma semana! Agora fica aí, sem nada pra fazer, só pra ficar pensando besteira!

Simão (de ombros): Por mim, tudo bem!

Valéria: É, dá pra ver na sua cara como é que tá tudo bem!

Simão: A única coisa que eu penso agora é dar um jeito de ver a Teresa!

Lúcia: Desiste, meu bem! Ela tá trancada lá na casa do Baltasar, numa cidade a trezentos quilômetros daqui!

Simão: E você acha que eu não sei?

Rita: Pois, se eu fosse você, pegava um ônibus e ia ver ela!

Valéria: Pára de colocar coisa na cabeça do seu irmão, Rita! Não tá vendo o estado dele?

Manuel: Além do mais, o Baltasar não ia deixar você chegar nem perto!

Rita: Ai, que ódio! Esse cara pensa que é o quê?

Simão: Eu não quero nem pensar nisso, Rita! Eu tô confuso demais pra imaginar! Só de lembrar que eu fui quase expulso por causa dele...

Lúcia: Calma, maninho, que eu já resolvi tudo!

Simão: Como assim, Lúcia? (sarcasmo) O quê que você deu pro diretor pra ele me readmitir?

Lúcia: Deixa de gracinha! Eu não dei nada pra ninguém não! (a campainha toca) Olha! Deve ser ela!

Simão: Ela quem?

Mariana: Boa tarde...

Simão: Mariana? Mas, Lúcia, como você...

(Lúcia olha para seus outros irmãos com um sorriso de criança)

Lúcia: Sem perguntas, que a gente tá muito atrasada pro colégio, tá bom? Na volta a gente se fala!

Manuel: É, tá na minha hora também... Vamos?

Rita: Tá bom! Tchau, maninho! Tchau, Mariana!

(Valéria fala aos ouvidos de Simão)

Valéria: Ah: e divirtam-se, ok?

(Mariana fica envergonhada)

Valéria: Tchauzinho!

(Mariana se posiciona como empregada e espera todos saírem; Mariana pula no sofá e abraça Simão)

Simão: Mariana, que saudades que eu tava de você!

Mariana: Imagine eu, Simão! Você não sabe o tédio que é lá na fazenda! Todo dia é a mesma coisa, não tem nada de interessante pra fazer!

Simão: Eu sei, eu sei... Agora me responde uma coisa: como foi que a Lúcia te encontrou?

(Mariana fica nervosa)

Mariana: Ah, sei lá deve ter sido naquela época que o pai da Teresa atirou em você, você ficou hospedado lá com a gente até se recuperar! Aí a gente acabou se conhecendo...

(Simão faz uma cara séria para Teresa)

Simão: Mas, na época, ninguém ficou sabendo nem que eu tinha sido baleado, muito menos que você tinha ficado cuidando de mim!

Mariana: Ah, Simão, mas você sabe que quando uma irmã quer proteger um irmão, ela faz tudo!

(Simão se assusta, Mariana percebe o erro que cometeu ao falar isso)

Simão: Me proteger de quê, por exemplo?

Mariana: De ir visitar a Teresa, por exemplo!

(Mariana faz menção à foto segurada por Simão)

Simão: O que é isso agora? A minha família me vigiando? Foi por isso que ela resolveu contratar alguém de confiança pra conseguir me controlar enquanto eles estivessem fora?

Mariana: Ela não me contratou, Simão! Fui eu que disse pra ela que, quando você precisasse, ela podia me chamar! E parece que ela acha que você precisa!

Simão: Mas eu não preciso! Eu não preciso de babá!

(Simão, furioso, repele Mariana e sai pela porta da frente)

Mariana: Mas eu não sou sua babá! Simão, espera... Simão!


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