Cena 1 – O Pedido

O peito quente de Lutt era sempre aconchegante. Eu me deitei sobre ele e ele fechou os braços em minha cintura. Enquanto dava vários beijos nele, fui interrompida com uma pergunta.

- Aceita se casar comigo?
- Com-Como é? – eu estava incrédula.
- Case-se comigo, Desirée.
- Lutt... Eu...
- Quer que eu me ajoelhe e implore? Tudo bem. – ele começava a se levantar e a me colocar de lado. Mas eu não queria me desgrudar dele.
- Não, não, não... – ele deitou novamente e me olhou, esperando – Eu me caso com você. – ele me beijou, afoito – Espere. Eu te conheço muito bem. Sabia que eu iria aceitar.
- Claro. Por quê? Você tinha dúvidas? – eu bati em seu ombro, ele riu.
- Pra quando...
- Daqui a uma semana. – ele me interrompeu.
- O QUÊ?!

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Cena 2 – O Casamento

O casamento “às pressas” encomendado por Lutt foi maravilhoso. Todos os nossos amigos compareceram, meu vestido (única coisa em que eu pude expressar mina opinião) estava perfeito, Viviam foi  nossa madrinha. Ela estava linda com um vestido verde escuro tomara-que-caia, e também, ela conheceu um amigo nosso. Um cara legal e do jeito que ela gosta, rico. Ela se mostrou interessada de várias maneiras e ele também. Depois do casamento, fomos direto para o aeroporto, lua de mel nas Bahamas. Agora, com o nosso bom emprego e com um bom salário, podíamos nos dar a esse luxo. Dentro do quarto, ainda mais perfeição, hehe.

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Cena 3 – A Notícia

Um mês e meio depois de nosso casamento, estamos em casa, conversando no sofá e assistindo TV. De repente, sinto meu estômago embrulhar. Saio correndo para o banheiro, sinto uma necessidade incontrolável de vomitar. Quando saio de lá, Lutt me olha com os olhos arregalados.

- Desirée. Você...
- Eu o quê? – ele me olhou de novo, sem dizer nada – Não. Ah, não. Não mesmo.
- Desirée. Você está grávida?
- Não! Não estou!
- Está sim!
- Mas... Pra já estar se manifestando...
- Foi durante a lua de mel. – concluiu Lutt.
- Lutt! Eu mato você!
- Amor da minha vida, isso é maravilhoso!
- Claro! Para quem não vai ter que carregar nada por nove meses, tudo está MARAVILHOSO!

Lutt foi até Desirée e a segurou pelos braços, afagando com carinho.

- Preste bastante atenção. Você está grávida. Vamos ter esse bebê, sem maiores problemas, ok? Você está linda agora, vai ficar linda grávida e depois ficará ainda mais perfeita com nosso bebê nos braços.
- Lutt, eu não nasci para ser mãe.
- Você nasceu para ser o que quiser. Você consegue tudo, sempre.
- As coisas não funcionam assim... Nós vamos ser pais!
- De uma menina linda. É, eu sei.
- Menina?
- Por quê? Você quer um menino?
- Lutt, eu não...
- Você não quer se estressar em plena gravidez. Exatamente! Então, sente-se aqui, porque a partir de agora você não vai fazer mais nada além de repousar. – ela se sentou incrédula e meio atordoada no sofá.
- Ai. Meu. Deus... Um filho...

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Cena 4 – A Chegada

- Como assim “cesariana”? – Lutt praticamente gritava com o médico.
- A menina está nascendo prematuramente. Precisamos fazer um parto cesariano. E é melhor que o senhor não acompanhe o parto.

Algumas horas depois do parto, Desirée estava acabando de acordar e Lutt estava ao seu lado.

- Olá, linda. Como você está se sentindo?
- Mais leve, menos gorda e com um apenas um coração batendo dentro de mim. É, estou ótima.
- Senso de humor intacto. Você está perfeita.
- Onde está nossa filha? – ela estava apreensiva.
- Foi para a incubadora. Segundo o médico, ela é até muito grande para um bebê prematuro. Sairá de lá logo. – ele sorriu enquanto afagava os cabelos da ruiva.
- Graças a Deus.

Três dias depois, ambas foram liberadas e a família voltou para casa. Os mais novos papais estavam radiantes com a filhinha.

- Já sabe o nome? – Lutt perguntou.
- Vittany. – ela sorriu acariciando o rostinho da bebê.
- Vittany? Vitta... Vida?
- Haha. Quase isso, meu amor. Eu só gosto desse nome. É intenso e bonito.
- Vittany... Realmente, muito bonito.
- Ela é linda, não é?
- E você não queria ter esse bebê.
- Nunca pensei em aborto, você sabe disso.
- Sei. – ele a beijou – Você será uma mãe maravilhosa. Tenho certeza.
- De qualquer forma, é melhor ter o pai do lado como garantia.

Ambos riram, e a pequenina também.

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Dezesseis anos depois... Lutt tem 38 anos e Desirée está com 37.

- Vittany!! Eu mato você!! – Desirée gritava.
- O que você quer agora, mãe?! – ela gritava no mesmo tom.
- Você!! Quantas vezes eu já falei?! O armário existe para você guardar as suas coisas! Não largue seu material no meio da sala!!
- Mãe! Dá um tempo, ok?! Pai! A mamãe está insatisfeita! Que tal dar um jeito nela?!
- Eu juro, Lutt. Eu vou enterrar sua filha antes de você. – ela tentava não gritar com ele.
- Meu Deus. Que família pacata e feliz.