Hermione  estava sentada no sofá tentando fazer a televisão funcionar com todos os feitiços que conhecia, até que finalmente obteve sucesso.

-Oi Mi – Gina cumprimentou entrando e deixando alguns filmes no sofá, assim como revistas e uma mala cheia de roupas – ah! Droga, eu esqueci de ir pegar as pipocas  - bateu a mão na cabeça – Mione, poderia ir até a cozinha pegar? Eu acerto as coisas por aqui e... Cadê o Malfoy?

-Ele provavelmente ta no quarto dele – Mione deu de ombros e se levantou – eu vou lá, mas você vai ficar me devendo uma.

-Que nada Mione, estamos quites – Gina retrucou – ou se esqueceu sobre os feitiços embelezadores?

A monitora suspirou desistindo, a amiga estava certa, mas bem que ela podia ter se esquecido daquilo – já volto então -  avisou e saiu do quarto.

Mal ela saíra do quarto e a anja se materializou na frente de Gina assumindo a aparência exata, incluindo roupas, de sua protegida – no quarto, é? – deu um sorriso malicioso de lado.

-É, mas não faça nada que a Mione se arrependeria – Gina pediu.

-Pode deixar, eu sei muito bem o que estou fazendo  -deu uma piscadinha e caminhou na direção dos quartos.

Nos corredores de Hogwarts Hermione caminhava rapidamente,  afinal do quarto dos monitores-chefes para a cozinha era um longo caminho e nem percebeu que estava sendo seguida.

Hermione entrou na cozinha e viu os elfos trabalhando, observou que Dobby estava preparando a pipoca alegremente, Gina deve ter pedido para ele fazer, já que os dote culinários da ruiva não são o que Hermione poderia chamar de bons.

-Granger? – ela ouviu a irritante voz de Malfoy atrás de si – o que está fazendo aqui?

-Eu que lhe pergunto – ela se empertigou e cruzou os braços – o que você faz aqui.

-Não é óbvio? – ele arqueou um sobrancelha – eu vim pegar algo para comer – rolou os olhos e se escorou na parede.

“Usar esse tom debochado é difícil, como que ela consegue?” ele se perguntava enquanto encarava a protegida da anja.

-Então o que está olhando? – ela o encarou desafiadora.

-Estou esperando esses elfos imundos saírem de perto da geladeira – ele contou num tom enojado – e você sair, não quero que minha comida se suje.

“Isso foi cruel, eu estou estragando tudo” a vontade dele era de bater na própria testa em indignação “mas a culpa é dela por ter dito preu agir como ela agiria”.

-Pois então morra de fome, ficarei aqui o tempo necessário – Hermione deu de costas e por isso não o viu se aproximar.

-Você fez algo no cabelo? – ele perguntou parando atrás dela ela se assustou e virou de frente para ele, só então percebendo como ele estava perto – olha tem um papel aqui – ele observou e passou a mão no cabelo dela tirando o papel – você lava seus cabelos direito? – debochou.

-Mas é claro que eu lavo – ela disse enfurecida e na raiva pegou uma mecha do seu cabelo e o colocou embaixo do nariz dele – sinta o perfume do shampoo.

-Uma fragancia realmente muito boa – ele comentou com um sorriso maroto – mas quem me garante que esse não é apenas seu perfume que você jogou no seu cabelo para enganar as pessoas? – ele se aproximou um pouco mais a desafiando.

-Claro que não é! Imbecil – ele retrucou e ele abaixou a cabeça e se aproximou do pescoço dela sentindo o cheiro da pela dela.

-Realmente, são cheiros diferentes – ele comentou  e se afastou dela – sua pipoca já está pronta – ele pegou umas barras de chocolate e saiu da cozinha.

Enquanto isso, a Anja Hermione olhava para porta do quarto do loiro analisando se o anjo seria realmente cara de pau o suficiente para entrar. “Ele bateria na porta” concluiu por final e bateu levemente na porta.

-Que é? – ela ouviu a voz mal-humorada do loiro.

-Dr... er... Malfoy – ela parou para quase se bater pelo erro que quase cometeu, sua protegida não o chamaria por Draco – vamos assistir um filme – mas ele abriu a porta antes que ela terminasse de falar.

-Não vou assistir filme nenhum com você e a traidora do sangue – comentou se apoiando no beiral da porta.

-Eu por acaso comentei algo sobre você ir assistir conosco? – ela arqueou uma sobrancelha, quase rindo, ele mordera a isca.

-Então o que você quer?

-Só pedir para que você fique bem longe do salão comunal, o filme é muito legal sabe, e não quero que sua presença atrapalhe – deu um sorriso cínico. “eu realmente acho que não entrei no personagem completamente...”

-Pode deixar – ele se virou e bateu a porta na cara dela.

-A educação mandou lembranças – ela provocou e logo sumiu.

Apareceu na sua sala, e se sentou na cadeira apoiando os pés na mesa, sem se segurar passou a rir. Depois dessa, com certeza ele ficaria curioso e iria fazer visitas à sala comunal e em conseqüência à sua protegida.

Segundos depois Draco apareceu, também sorria, mas não parecia assim tão animado com o que estava fazendo.

-Então como se sentiu quebrando as regras?

-Como se tivesse fazendo algo muito errado – ele contou sentando-se na cadeira à frente da mesa dela.

-Oras, essa é a melhor sensação de todas – ela lambeu os lábios e sorriu – como foi?

-Me senti um gigolô, me atirando descaradamente para cima de uma garota inocente – ele contou enojado.

-Você tem que parar com isso! Flertar e seduzir não é sinônimo de putaria, depois a preconceituosa sou eu – ela rolou os olhos, mas não pode deixar de sorrir – isso vai ser tão fácil.

-Sua arrogância e confiança as vezes me assustam – ele comentou rolando os olhos – qual será o próximo passo?

-Draco, você sabe por que o olhar é tão importante? – ela começou mudando de assunto e o olhou nos olhos.

-Por que os olhos são a janela da alma – ele recitou tediosamente.

-Não, isso é papo clichê de humano poeta – ela rolou os olhos – é porque o olhar é como uma prisão, uma vez que você captura alguém com ele, não importa a merda que você falar, vai parecer algo extremamente apelativo e sexy – deu uma risada irônica – e outra coisa, os olhos não mentem. Por isso, não invista em olhares, ou nosso plano irá por água a baixo – ela aconselhou.

Draco estava usando todo seu auto-controle para não se deixar distrair pelos olhos dela e ouvir o que ela falava – Pode deixar, enganarei até meus olhos se for preciso.

-Esse plano é a prova de falhas – ela tinha um sorriso confiante – é melhor a gente voltar, antes que certos humanos sintam nossa falta – completou e interrompeu o contato visual ao se levantar.

-Vamos então.

Os dois saíram da sala e voltaram para o mundo dos humanos.