Escolhas escrita por naathy


Capítulo 6
5. Choque de realidade.


Notas iniciais do capítulo

Oi, flores!

Mais um capítulo, espero que gostem.
Bom, esse é último que é narrado no passado, a partir do próximo será no presente.

Beijo ;*



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Na manhã seguinte já nos mudamos para uma nova cidade. Por um lado eu estava muito feliz, por outro estava triste por ter deixado meus pais daquela forma, apenas havia escrito um bilhete de despedida e deixado sobre a minha cama.

Tive notícias de que eles haviam me procurado no apartamento, provavelmente haviam tentado me ligar, mas deixei meu celular para trás, assim como toda a minha vida.

Os primeiros dias foram como nos contos de fadas: Eduardo estava me tratando como sua esposa, me amando e me dando bastante carinho e atenção. Realmente, os primeiros dias, talvez os primeiros dois meses foram como um sonho. A única coisa que estragava era a falta que sentia dos meus pais e das minhas amigas, em especial a Mariana. Certo dia escrevi duas cartas, uma para os meus pais e outra para ela. Nunca teria resposta destas, pois não coloquei endereço, nem telefone, apenas dizia que estava bem e feliz e que os amava.

Os meses foram passando e com eles o meu sonho. Eduardo já não me dava quase atenção e mal parava em casa. Eu, que nunca fora acostuma aos trabalhos domésticos, agora cozinhava e limpava a casa. Nada me faltava, ainda ganhava roupas, acessórios, maquiagem, alimentos, tudo dele. Porém, eu não sabia como ele estava conseguindo tanto dinheiro, sendo que pelo que eu sabia, ele não era de uma família rica e muito menos estava trabalhando em algo, pelo menos não algo correto.

Quando completei dezessete anos, fomos jantar, depois fomos a um motel. Fiquei feliz com aquilo, afinal, mal saíamos juntos. Ficava presa naquele apartamento sozinha o dia todo. Já na semana seguinte, tive uma surpresa. Saí para ir fazer compras no merdado e quando retornei, vi o Eduardo entrando no prédio com alguns caras e algumas garotas, nunca tinha os visto. Entrei alguns minutos depois, e percebo que estava acontecendo uma festa, no nosso apartamento e o pior vi uma garota sem blusa sentada no colo dele, enquanto ele fumava e bebia.

- Olha só quem chegou, pessoal: a minha mulher. - disse assim que me viu, sem nem ao menos retirar a garota de seu colo, deixei as sacolas caírem no chão, e todos voltaram a sua atenção para mim. - É linda, não é? E gostosa, muito gostosa. - Os homens me olhavam de uma forma que pareciam que iam me devorar, enquanto as garotas me ignoraram. - Mas calma, caras. Seguinte ela é minha nada de tentarem algo com ela. Ela sempre será só minha, não é meu bem? - disse e finalmente percebi que ele estava drogado. Ele puxou a garota que estava no seu colo e beijou-a, bem ali na minha frente. Passei por toda a sala e quando cheguei próxima a ele, ele segurou o meu braço. - Temos que conversar e esclarecer umas coisinhas, princesa.

- Sim, temos que conversar. Quem são essas pessoas? O que você está fazendo com essa garota, hein? - eu gritava e chorava. Ele finalmente, tirou a garota do seu colo e se levantou, ainda segurando meu braço e me arrastando para o nosso quarto, trancando a porta. - O que está acontecendo aqui?- eu berrei em meio as lágrimas.

- Quieta, sem fiasco. Afinal, sou eu que te sustento. - Eu olhei incrédula para ele, aquilo era um pesadelo, só podia ser um pesadelo. - Esses são os meus brothers novos, e as garotas umas amigas nossas.

- Você beijou aquela garota... Na minha frente! - disse indo em direção a ele e socando o seu peito de raiva. Ele nem se movia. Segundos depois ele segurou os meus dois punhos com força e me jogou na cama, me encolhi, chorando mais ainda.

- Eu posso beijar, transar com quantas garotas eu quiser, e você não tem nada a ver com isso?

- Como não? Eu sou sua esposa? - ele gargalhou.

- Por que você me obrigou a isso. Só por que eu gostava de transar com você, não significava que eu queria casar, ou qualquer outra coisa com você.

- Você é um canalha, você nao vale nada.

- Demorou para perceber, não é gatinha? - disse subindo em cima da cama e vindo em minha direção. - Um pouco tarde para sacar que eu não presto e que eu não sou de ninguém. - levou a mão ao meu rosto e o apertou. - Você deve de estar curiosa para saber como eu consigo dinheiro, não é? - não respondi. - Não é? - ele apertou meu rosto mais forte e deu um tapa nele.

- Sim! - respondi com uma voz muito baixa.

- Pois bem, eu vendo drogas, não faz muito que eu comecei. Na verdade, você me obrigou a começar a fazer isso. - aquela declaração me surpreendeu, sabia que ele era usuário, mas traficante eu não sabia. - Surpresa, é? - assenti com a cabeça. - Então, agora ditamos as regras, eu não sou de ninguém e você é só minha, única e exclusivamente minha, entendidos? - assenti mais uma vez. - Ótimo! Agora tira a roupa.

E naquela tarde o meu inferno começou verdadeiramente. Alguns meses se passaram, um dia ouvi uma conversa entre ele e um dos caras que trabalhavam com ele à respeito de um assalto que eles realizariam naquela noite. Fiquei chocada. Queria sair correndo daquele apartamento e voltar para os braços dos meus pais, mas eu não podiam estava apenas começando a sofrer as consequências de minhas escolhas.

Era fevereiro, havia acabado de sair de uma farmácia, onde havia comprado um teste de gravidez, sim, estava desconfiada de que estaria grávida. Ao chegar em casa, fui até o banheiro e realizei o teste, para o meu desespero dera positivo. Eu estava perdida, não queria engravidar daquele monstro, não podia. Tinha medo da sua reação quando soubesse daquela notícia.

Naquela noite, ele chegou em um estado deplorável, estava completamente bêbado e drogado.

- Hoje eu cometi o meu primeiro assassinato. Devedor filha da mãe, ainda me implorou perdão. - gargalhou, me assustei mais ainda com aquela declaração, o pai do meu bebê é um monstro ainda pior do que eu imaginava. - Sabe, eu amei a sensação de poder que isso me fez sentir. Decidir a vida de alguém é maravilhoso. - ele me olhou e notou a minha expressão. - Por que dessa cara?

- Por que é um absurdo isso que você disse. - ele me deu um soco no rosto assim que terminei a última sílaba.

- Que você pensa que é para achar qualquer coisa absurdo? Que direito você tem?

- A futura mãe do seu filho!

- Filho? Eu não tenho filho nenhum.

- Eu estou grávida.

- Sua vadia, você pensa que isso me comoverá? - eu neguei com a cabeça e ele começou a se aproximar de mim e eu recuava a medida que ele avançava, até que a parede me impediu. Ele sorriu e começou a me bater. A primeira vez que ele me espancou, fora essa. Porém não fora dessa vez que perdi meu filho, e sim quando ele me fizera cair da escada do prédio, no meio de uma discussão.

Eu ficara triste com a perda do bebê, porém estava aliviada, pois o meu filho não merecia um pai como aquele.

Meses se passaram, eu era espancada e humilhada constantemente, porém ele continuava a me dar presentes, pois dizia que já que eu era a mulher dele, ele não queria uma esfarrapada ao seu lado. E assim fora até a três semanas atrás, quando ele me disse que não me daria mais nada, pois eu já devia muito a ele, por esses quase dois anos que ele me sustentava e que eu dava muito pouco em troca.

- Eu quero voltar a estudar!

- A você quer? Vai estudar em um colégio público. Não vou bancar mais isso para você.

- E assim que puder vou começar a trabalhar.

- Muito bom, assim você pode me pagar por tudo que eu te dei, não é?

- Assim eu vou poder me livrar de você. - disse com raiva. Ele riu.

- Eu sou o inferno que você escolheu para si, não vai conseguir se ver livre de mim tão fácil, princesa.

 

Continua...

 

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não? =S

Muito obrigada pelos reviews e pelo carinho de vocês! *-*

Beijo ;*
Naathy



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