1.Inicio de tudo

Minha vida sempre foi muito estranha,pois eu não tenho nenhuma lembrança que não seja do orfanato,que estava desde meus 2 meses de idade.Minha mãe até onde eu sabia havia morrido no meu parto,e meu pai havia sumido do mapa,assim como o resto da minha família.

Agora com 12 anos que decidi que não aturaria nem mais um dia naquele lugar horrível.Não iria suportar mais nenhuma sura,mais nenhum chingamento vindos de pessoas que não mereciam ter tido a sorte de ter uma família.Sim,eu apanhava,e muitas vezes por razões que nunca soube.

O orfanato era dirigido por três irmãs solteiras que não podiam ter filhos,há uns 15 anos ,e agora havia cerca de 20 crianças de idades que não passavam de 5 anos há 13 anos.

As minhas primeiras lembranças daqui são do berçário,uma sala cheia de brinquedos e paz,eu era feliz naquela época.Quando completei 1 ano de idade fui mandada para a "creche"uma grande sala de paredes verdes e janelas grandes,ali comecei a aprender as coisas básicas como ir ao banheiro sozinha,comer sozinha...E entre outras coisas.Fiquei ali naquela sala até completar 6 anos,depois do meu sexto aniversario as coisas piorarão e muito.

Tia Rechelle,como ela mesma se nomeava,cuidava das crianças dez dos 6 até os 18 anos quando éramos liberados para o mundo,para vivermos nossas vidas.Ela era a mais velha das irmãs,ela sempre se achou melhor que as outras,sempre de nariz empinado com suas roupas que pareciam ser do século 16 de tão velhas que aparentavam ser.Ela era alta,pálida,sempre com seus cabelos negros presos em um coque no alto da cabeça.Nunca soube a idade dela,mas eu chutava uns56 anos pra mais.

A tia Rechelle sempre me odiou,mas não só a mim e sim contra todas as pessoas vivas,exceto é claro ela e "suas irmãs perfeitas".Mas ela tinha uma rixa maior comigo pois eu sempre questionava as ordens dela.Por que?Porque ela era injusta,ela dava todo o trabalho da casa para nós enquanto ela ficava sentada lendo seus livros.E quando ela dizia que ainda estava sujo o chão,por mais que ele estive-se brilhando,não podíamos descordar de sua opinião pois ela pegaria você pela orelha e te levaria para o quarto onde ela te daria a maior sura com uma régua de madeira que ela sempre carregava com sigo.

Eu sempre apanhei mesmo quando não discutia com ela.Foi ai que decidi fugir daqui; já havia suportado 6 anos nesse inferno.Eu já estava cheia de cicatrizes das suras que a cada dia ficavam mais frequentes.

Eu já tinha tudo pronto.As poucas roupas que eu tinha já estavam em minha velha bolsa preta,já tinha planejado que esperaria todos dormirem para fugir.

-Halley pare de enrolar e termine logo de lavar a louça.-A tia Rechelle interrompeu minha linha de raciocínio.

-Sim ,tia Rechelle.-Aproveitei a chance e mostrei a língua quando ela não estava olhando.Eu não ficaria muito tempo ali,logo eu estaria livre desse lugar.

-E quando terminar vá direto para a cama,me ouviu.-murmurou ela com sua voz anasalada.

-Sim tia Rechelle.-murmurei sem vontade.

Assim que ela saio ela apagou a luz,ela fez isso só para me irritar, o que funcionou muito bem porque eu fiquei furiosa.Eu terminei rápido de lavar a louça sem me importar se os pratos haviam ficado realmente limpos.E corri para o meu quarto,bem,o meu e de mais 8 meninas mais novas que eu -nós tínhamos que dividir os quartos já que a casa não era muito grande.Eu me joguei na cama me cobri e comecei a fingir que estava dormindo,pois a "tia Rechelle" dava uma volta pelos quartos para ter certeza que todos já estavam dormindo,se não estivéssemos deitados ela provavelmente nos mataria.

Eu acabei  pegando no sono por alguns minutos sem querer,mas todos já estavam dormindo quando acordei.Olhei para o relógio em cima da porta, era 1:30 horas da manhã.Perfeito agora eu não corria o risco de ser pega.

Eu me levantei lentamente com o cuidado para não fazer barulho, eu já estava vestida com uma calça jeans preta,uma blusa social branca que ia até o meu cotovelo e meu inseparável tênis All Star preto com detalhes roxos.Bem, pelo menos tínhamos boas roupas ali.

Peguei meu casaco roxo,minha bolsa e corri para a porta do quarto sem olhar para trás.O corredor estava silencioso e escuro, peguei a lanterna que eu tinha roubado da sala da tia Emilly que cuidava do berçário,ela iria sentir falta dessa lanterna.Ri baixinho da ideia e andei lentamente pelo corredor rezando para ninguém me pegar no flagra.

Quando cheguei a porta dos fundos da cozinha que dava para o jardim,aproveitei e peguei alguns mantimentos,pão,bolachas,garrafas com água e algumas frutas que eu teria que comer logo pois elas não durariam muito.Assim que peguei tudo que eu precisava ,fui enfrentar os cadeados da porta.Eu tive muita sorte pois eu havia pego as chaves da tia Mary que cuidava do quintal as vezes,sem ela perceber havia 2 dias.Fiquei neles uns 10 minutos ou alguma coisa assim.Mas finalmente a porta se abriu diante de meus olhos revelando a liberdade,a minha liberdade.

Sem me preocupar em fechar a porta eu corri na direção do portão dos fundos eu também o abri e não o fechei,eu não tinha tempo a perder.Era uma questão de tempo até notarem minha falta, e mandarem a policia italiana atrás de mim.Eu joguei as chaves por sobre o ombro e continuei correndo entrando cada vez mais na floresta.Não sabia a onde estava indo ,mas eu não iria parar para pegar minha mini bússola.Eu tinha que continuar correndo....