Quarto de Hospital escrita por nobody sama
Notas iniciais do capítulo
Primeira fic que posto!!
sejam bonzinhos!!!
Naruto estava recluso dentro de seu apartamento, agonizando as últimas esperanças a respeito da recuperação do amigo, quando ouviu batidas leves em sua porta.
– Sakura? – Perguntou o loiro, desanimado em ver o rosto da amiga. – O que quer?
– Naruto, acho que vai gostar de vir comigo. – Avisou ela eufórica.
A amiga os levou para o hospital, onde sem mais precisar de alguém para guiá-o, saiu correndo subindo as escadas, em direção ao quarto de Sasuke. Ao chegar no andar, logo Shizune apareceu diante do garoto, detendo seus passos apressados, e lhe disse:
– Eu quero que fique calmo, Naruto. Eu sei que está ansioso, mas entenda que Sasuke acabou de sair de um coma grave, e precisa do máximo de repouso possível. Ele ainda está sensível a luzes, sons, e movimentos bruscos. Entendeu?
Ele assentiu com a cabeça ligeiramente esperando pela aprovação da médica-nin para entrar no quarto, enquanto esta fazia algumas anotações em um prancheta, para liberá-lo, quando para o alívio do garoto ela disse:
– Pronto. Pode ir.
Ao invés de seguir acelerado para o quarto, ele deteve os passos e perguntou a Shizune, um pouco constrangido:
– Sasuke está sozinho?
– No momento sim, mas não por muito tempo. Porque?
– Nada... Só curiosidade.
– Não se esqueça das recomendações. – Alertou ela mais uma vez, vendo Naruto desaparecer, dobrando um corredor à direita.
Naruto parou diante da porta do quarto “104”, e com as mãos tremendo, e geladas hesitou em abrí-la. Estava com muito medo. Uma parte dele queria desistir, e outra parte dele queria desesperadamente invadir aquele quarto. Uniu o resto de forças que tinha, e girou a maçaneta colocando os pés para dentro do recinto, silenciosamente.
Foi recebido por uma luz fraca, quase uma penumbra. Sasuke estava deitado com a cabeça inclinada para esquerda, de modo que ainda não notara a presença do amigo dentro do quarto, o que foi logo elucidado pelo som “click” da fechadura da porta, sendo trancada.
Sasuke virou vagarosamente a cabeça, pousando os olhos cerrados sobre o loiro, que observou a cena estático, as pernas retesadas.
Encararam os rostos um do outro naquele silêncio constrangedor, até que os músculos de Naruto se afrouxassem, lhe permitindo se aproximar da cama do rapaz.
– Dói? – Perguntou o loiro
Sasuke balançou a cabeça negando lentamente.
– Você pode falar?
– Creio que sim. – Afirmou Sasuke, pronunciando as primeiras palavras ao amigo.
Naruto inspirou uma enorme quantidade de ar, e ao soltá-la se sentiu pouco menos tenso que antes. Mas ainda tinha muito, mas muito receio de estar ali.
– Quando vai poder sair dessa cama? – Indagou Naruto, concedendo-lhe um sorriso breve.
– Espero que o mais rápido possível... – Pausou cansado. – Eles não tem previsão.
– Mas o importante é que você acordou, os riscos já diminuíram em cinqüenta por cento! – Respondeu o outro tentando soar animado.
– Sakura me disse... – Começou a tossir, cansado.
– N-não se esforce Sasuke! – Bradou o amigo preocupado, chegando mais perto da cama.
O Uchiha esperou a crise de tosse seca passar, e recobrando fôlego continuou:
– Sakura me disse, que você dormiu quase todos os dias aqui comigo.
– Bom... – Corou a raposa, desviando o olhar. – É verdade. Eu estive preocupado, era apenas isso. Afinal de contas, você é... –
Não terminou de completar a frase, pois Sasuke havia erguido as mãos fracas e frias sobre as dele, tentando enlaçá-las.
– Sasuke...
– Obrigado, Naruto. – Agradeceu a voz esvaída do Uchiha, segurando firme as mãos do amigo.
– Não foi nada! Eu passaria meses ao seu lado, se fosse necessário. – Retribuiu o loiro.
– Não minta, Naruto. O que seria de meses num hospital, vigiando um doente como eu? – Retrucou Sasuke tentando soar descontraído, mas parecia ainda mais estranho forçando a tentar desfazer o clima tenso.
Naruto sentou na beirada da cama, ainda segurando as mãos do amigo e as sacudiu no ar, dizendo:
– Você é forte Sasuke. Vai sair dessa antes do que imagina.
– Não... Não é por mim. – Negou o amigo começando a ficar cansado novamente.
– O que quer dizer? – Indagou Naruto curioso.
– É por sua causa. Se não fosse por você, sempre aqui me dando forças, e torcendo por mim, talvez eu não... – Foi interrompido por outro acesso de tosses.
– Sasuke, melhor não dizer nada. – Alertou Naruto preocupado.
– Ok, então vamos ficar em silêncio em respeito ao paciente, que não pode conversar. – Brincou Sasuke, esboçando um tênue sorriso nos lábios. Dessa vez a tentativa de descontrair soou bem mais natural, e os dois riram.
De fato, uma quietude se instalou entre os dois, após o Uchiha pronunciar as últimas palavras. Naruto, sem perceber estava afagando a mão do amigo, instintivamente, enquanto ainda a segurava. Mas o mais velho pareceu não se importar, com a carícia discreta. O loiro abaixou a cabeça, considerando os olhos negros de e cansados de Sasuke por uns instantes, e como se tentasse comunicar a ele com o olhar, que em resposta franziu as sobrancelhas curioso com o que o amigo tentava lhe dizer, através dos marejados olhos azuis. Sem perceber o que estava fazendo, Naruto se inclinou para perto de Sasuke, que não fez objeção nenhuma em empurrá-lo, e parou a poucos centímetros do rosto do amigo, como se arrependido pelo que começara a fazer. Podiam sentir o hálito quente um do outro se misturando. A voz fraca do moreno perguntou:
– Porque parou? – Levantou os braços frágeis, envolvendo as costas de Naruto num abraço frouxo.
A raposa completou o trajeto, alcançando os lábios frios e ressequidos do amigo, e beijou-lhe suavemente, enquanto pousou uma das mãos em sua face descorada, acariciando-a delicadamente.
Os batimentos de Sasuke começaram a acelerar, fazendo o aparelho marcá-los com maior intensidade, quanto mais intenso o beijo se tornava, e Naruto desgrudou os lábios dos dele, com medo de que uma enfermeira aparecesse pela porta, cortando o breve instante a sós com o amigo que ele poderia ter.
As bochechas coraram violentamente, e evitaram olhar um nos olhos do outro. Mas para o alívio dos dois, uma médica-nin veio correndo assim que o aparelho anunciou a mudança dos batimentos de Sasuke.
Ela olhou para Naruto como se o repreendesse, e pediu para que o garoto deixasse o quarto alegando que o horário de visitas já havia chegado ao fim. O loiro levantou da cama lentamente, e evitou o contato com os olhos injetados do Uchiha. Foi girando a maçaneta sentindo o rosto arder em brasas, e ouviu a voz baixinha do paciente dizer:
– Você me paga amanhã, seu idiota! – Sasuke tentou fazer com que soasse uma ameaça. A enfermeira também o repreendeu com o olhar, como se pedisse para ele não se esforçar. Ainda sem olhar para ele Naruto respondeu:
– Claro, amanhã.
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