Naruto Shippuuden Fic escrita por John Asimov Palma


Capítulo 4
Episódio 133 – O conto do ninja errante – Parte I




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/90983/chapter/4

O sol estava brilhando fortemente apesar de ser de manhã. As águas da cachoeira cintilavam com a luz, criando uma superfície espelhada e ofuscante. Sentado numa pedra, abaixo de um carvalho retorcido na base da cachoeira, um homem parecia meditar. Seus olhos estavam fechados e sua mente parecia estar em outro lugar. De longe, alguém mantinha o olhar fixo nele, como se esperasse uma chance de atacar. Mas nada parecia escapar de sua mente brilhante.
-Pode aparecer, Anko. Eu sei que você está ai. - disse ele calmamente, abrindo os brilhantes olhos azuis.
Anko sentiu um frio na barriga, mas não hesitou. Caminhou lentamente até chegar na pedra onde o homem estava meditando.
Os dois se encararam por um tempo. O homem abriu a boca, mas foi Anko quem falou primeiro.
-Fiquei sabendo que você vai lutar com o Kakashi, Yanke... Ansatsu... você. - disse ela sem saber qual nome usar.
-Já te disse. Yanke nunca existiu. E sim. Eu vou lutar contra o Kakashi, pra poder selar meu acordo com Konoha. - contrapôs Ansatsu.
-Você esta realmente decidido em acabar com o Orochimaru, não é? - perguntou Anko, já imaginando a resposta.
-Sim. Mas nós dois sabemos que não será fácil. - respondeu Ansatsu se levantando da pedra. -O jutso da imortalidade dele é formidável, temos que admitir.
-Eu tentei uma vez. - continuou Anko. -Com o jutso secreto que ele nos ensinou. -O “Sacrifício das Serpentes Gêmeas”.
-Hum, nunca gostei desse jutso. - disse ele lembrando-se rapidamente do passado.
-Pois é, Orochimaru fez você repetí-lo um monte de vezes até aprender. - argumentou Anko sorrindo.
Algo se mecheu atrás de uns arbustos próximos. Anko e Ansatsu olharam fixamente.
-Você já pode sair, Naruto. - disse Anko.
O garoto apareceu diante deles num salto. Naruto fez o mesmo olhar de censura à Ansatsu de sempre.
-Encontrei ele no caminho. Me disse que você tinha alguma coisa pra contar à ele. - começou Anko, se sentando na grama. -Bom eu também quero ouvir.
-Que seja. Não era um segredo. Alem disso, você ia gostar de ouvir também, Anko. - disse Ansatsu tornando a se sentar sob a pedra. -Vamos Naruto, sente-se!
O garoto se sentou ao lado de Anko. Se Ansatsu tentasse fazer alguma coisa com ele, pelo menos Anko estaria ali para ajudar.
-Você vai entender agora, Naruto, porque você não deve me odiar. - começou ele. -E porque eu resolvi voltar, depois de tanto tempo.
Ansatsu fechou os olhos, e, lentamente, as memórias foram chegando.

O ambiente era frio e úmido. Um sentimento de medo era sentido quase que em todo lugar. Em algum espaço daquele esconderijo, jazia um jovem, sujo e suado, com leves ferimentos, ofegando dentro de um círculo de alvos de madeira. Em cada alvo, dezenas de seinbons, agulhas muito finas e precisas, estavam enterradas na madeira.
-Você melhorou um pouco, Ansatsu. - disse uma voz rouca vinda da escuridão. -Mas ainda não é o suficiente.
-Orochimaru-sensei! - disse o menino tentando reter o cansaço. -É muito difícil... todos ao mesmo tempo...
-Você quer desistir do seu futuro brilhante?
-Claro que não Orochimaru-sensei. - respondeu Ansatsu com a voz ligeiramente alterada pelo medo.
-Então faça de novo. E desta vez, eu quero direito! - disse Orochimaru alterando o volume da voz.
Ansatsu respirou fundo. Canalizou o chakra por todo o corpo. Ergueu as mãos, fazendo os selos: porco, cavalo, serpente, bode.
-Fuuton! Fuushibuushi no jutso! - Dança das agulhas da morte!
O garoto rodopiou violentamente, coberto por uma camada maciça e espiralada de vento, tal como um tornado, atirando agulhas para todos os lados, acertando os alvos em vários lugares. Mas o centro dos alvos ainda estava ileso.
-Ah!, tá muito forte... - berrou ele em vão. -Não consigo controlar...
Bum!
Toda a área fora coberta de poeira e lascas de madeira com a explosão. Deitado no chão, Ansatsu tentava estancar o sangue das mãos. Orochimaru olhava para ele, com uma expressão de felicidade no rosto.
-Sua habilidade secreta finalmente está brotando! - começou ele com um brilho no olhar. -E que performance interessante. O Shei chakra se misturou ao seu chakra comum, criando uma instabilidade no controle do jutso.
Ansatsu olhava para todos os lados, procurando o que deixava o sensei tão contente. Ele estava acabado, muito ferido e mal conseguia ficar em pé.
-Venha comigo, Ansatsu. - disse Orochimaru tornando a ficar sério.
Lentamente, Ansatsu se arrastava atrás de Orochimaru. Aquele lugar tinha inúmeros corredores. Andar por lá sozinho era o mesmo que ficar perdido.
Eles enfim chegaram à uma espécie de jardim, do lado de fora do esconderijo. A grama fofa era um alívio para o cansaço de Ansatsu. O vento fez a cabeleira negra de Orochimaru voar ameaçadoramente.
-Eu vou te dar outro presente, Ansatsu. Não se preocupe... – continuou ele rapidamente ao perceber Ansatsu levando as mãos ao pescoço, sem dúvida esperando outra mordida. - ... Este não vai doer.
Orochimaru se aproximou de Ansatsu. Ergueu a mão direita. No dedo indicador, o selo da serpente apareceu. O chakra poderoso podia ser sentido de longe. Orochimaru passou o dedo em um dos cortes de Ansatsu, retirando uma porção de sangue.
-Estenda seu braço esquerdo! - ordenou ele.
O garoto, morrendo de medo obedeceu. Orochimaru ajeitou o braço e passou a escrever símbolos estranhos com o sangue. Depois, a escrita que surgia no cotovelo e terminava no punho enegreceu-se e ficou gravado como uma marca de nascença.
-Este é o pacto de sangue com as cobras. A partir de hoje, vou te ensinar a convocar cobras para uma luta. - disse Orochimaru num tom sério.
O rosto de Ansatsu se iluminou. Finalmente uma nova técnica. A dor dos cortes pareceu ter desaparecido por um instante.
-Para usar a técnica, primeiro corte o dedo ou retire sangue de algum lugar com o polegar. Depois deslize o dedo, espalhando o sangue sobre a marca, de uma só vez. - disse Orochimaru demonstrando com as mãos. -Os selos são: cachorro, pássaro, cavalo, bode, porco e serpente. Depois disso diga Ninpo! Kuchiyouse no jutso – Jutso de Invocação, concentre seu chakra nos braços e descarregue tudo no chão.
Falar era fácil. Mas a técnica parecia mais difícil que a anterior. Se ele não tinha conseguido dominar a primeira, imaginava se conseguiria a segunda. Mas Orochimaru contava com isso.
Com muito esforço, ele fez tudo a risca. Fez os selos cachorro, pássaro, cavalo, bode, porco e serpente, e gritou:
-Ninpo! Kuchiyouse no jutso! – Arte ninja! Jutso de Invocação!
Uma explosão de fumaça fez tudo desaparecer. Ansatsu não sabia se havia acertado. Tinah acabado de sentir a sensação mais estranha da vida. Ao tocar no chão, uma quantidade enorme de chakra foi sugada pelo solo. Suas pernas fraquejaram e ele ficou arqueado no chão. “Chão?” Algo estava sob ele mas não era o chão. Estava muito frio e gosmento. E parecia vibrar de tempos em tempos. Quando a fumaça desapareceu, tudo podia finalmente ser visto.
Ansatsu parecia um rato branco e pálido, caído em cima da cabeça de uma enorme cobra cinzenta.
Cansado demais para se manter em pé, Ansatsu parou de resistir a dor. Seus olhos se fecharam e ele desmaiou.



** Próximo Episódio – 134 - O conto do ninja errante – Parte II


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Naruto Shippuuden Fic" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.