Naruto Shippuuden Fic escrita por John Asimov Palma


Capítulo 2
Episódio 131 – Lembrança




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-Anko! - exclamou Ansatsu pressionado contra a parede.
-Você deveria estar morto! - bradou ela tirando uma kunai dos bolsos. -E vai estar agora!
Bum!
Uma explosão encheu a sala de fumaça. Anko olhou para os lados, não percebendo algo contra seu pescoço. Uma lâmina prateada e brilhante, com uma grande serpente vermelha que ia do cabo à ponta da espada.
-Podemos conversar civilizadamente agora? - indagou Ansatsu retirando a espada do pescoço de Anko e guardando-a nas costas.
-Afinal quem é você? – perguntou Anko com um olhar enraivecido.
-Meu nome real é Ansatsu Natsuri, do clã Natsuri do país do vento. Mas você e todos aqui me conhecem pelo nome de... Yanke Mirashe.
Anko remexia as lembranças em busca de organização. Então sua memória se revelou.

-Hoje vamos escolher os times de vocês. Todos ficarão juntos até se formarem na academia como Jounins. - disse um homem fardado com o uniforme ninja da academia. - Cada sensei ficará responsável por três alunos. Vamos ouví-los agora.
Cada sensei se apresentava e chamava três alunos, que ficavam em pé o acompanhavam quando ele saia. No meio da sala, sentada de maneira muito nervosa, uma garotinha ansiava por ser chamada.
Um outro sensei entrou. Ele era muito diferente dos outros. Passava uma atmosfera de medo. Sua pele muito branca, seus cabelos negros e longos e seus olhos verde-amarelados lembravam uma cobra. Ele abriu a boca e uma voz grave e rouca começou a falar.
-Sou Orochimaru-sensei. - ele parecia não estar à vontade em fazer aquilo, pois olhava para a sala e para os papéis em suas mão frequentemente. -É... Anko Mitarashi...
Anko levou um susto e se levantou rapidamente. Ela fora escolhida para ser treinada pelo sensei esquisitão.
-Tonko Ilari... e Yanke Mirashi.
Anko olhou para os outros companheiros de time decepcionada. Tonko era uma garota tímida, que aparentava ser muito fraca. Era até mais baixa que ela. Yanke era um garoto popular em fazer idiotices. Quase ninguém ria de suas brincadeiras, mas mesmo assim ele insistia em fazê-las. Ele e Anko não se relacionavam bem.
-Venham comigo. - disse o sensei com rispidez.
Os gennins o acompanharam até o pátio da academia. Ele os colocou de frente a ele, encarando-os de cima.
-Bom, acho que tenho que perguntar isso... vocês tem algum sonho, algum desejo? - perguntou sem jeito.
Ninguém falou nada. Todos desviaram olhar para algum lugar. Anko pensava em dizer alguma coisa e parecer idiota. Então o ninja idiota quebrou o silêncio.
-A-acho que o desejo comum... é... ser Hokage... - disse Yanke temeroso.
-Hum, é uma pena que vocês pensem assim. Há muitas coisas lá fora, muito além do que há por trás desses portões. - disse Orochimaru.
Todos olhavam pra ele de novo. Orochimaru deu uma pigarreada de desconcerto e continuou.
-Nossa primeira missão é amanhã as sete. Estejam na frente da academia nesse horário ou vou colocar uma serpente embaixo dos seus travesseiros.
E dizendo isso desapareceu em uma cortina de fumaça.
Fazia um tempo agradável perto das sete horas. Anko levantara mais cedo chegara antes do horário. Tonko chegou logo mais arrumando a longa cabeleira vermelha, prendendo-a com um lenço verde. As sete em ponto Orocimaru apareceu segurando uma caixa vermelha com adornos dourados.
-Onde está o Yanke? - perguntou Orochimaru. Agora que ele tinha falado, as duas garotas perceberam a falta do colega.
-Ali sensei! - disse Tonko apontando para o centro da rua, onde um garoto mirradinho, de cabelos pretos rebeldes vinha rastejando, com muito sono.
-Bom dia pra vocês! - disse bocejando enquanto se aproximava.
Orochimaru olhou com ferocidade para ele, fazendo-o cair no chão.
-Se testar minha paciência mais uma vêz, vou cuidar para que seja a última!
Anko riu baixinho.
Os pensamentos foram se distanciando, e Anko voltou ao presente.

-Você levou um susto naquele dia, não foi? - disse ela com um sorriso irônico.
-Ora, pelo visto você se lembrou. - disse Ansatsu.
-Isso não prova nada. Yanke Mirashi morreu muitos anos atrás, na prova chuunin.
-Todos acham isso, mas não é verdade. - disse Ansatsu com firmeza.
-É verdade sim, eu vi quando Manoi Uchiha quebrou o pescoço dele! - retrucou Anko alterando a voz.
-Hum, você só viu o que o Orochimaru quis. Foi tudo planejado.
-Mentira, ele está morto...
-EU NÃO ESTOU MORTO! - bradou Ansatsu erguendo a voz. -E eu vou provar.
Ele começou a contar sobre aquele dia, da prova chuunin.

Yanke não sabia bem ao certo se compreendia sua missão, mas Orochimaru-sensei o havia alertado de que se cumprisse sua parte, teria uma grande recompensa. Mas perder uma luta na prova chuunin seria demais para ele, sendo tão orgulhoso. Mas se essa era a vontade dele, não tinha como contestar.
Yanke olhava atentamente para seu adversário, que estava numa situação um pouco melhor que ele. Manoi Uchiha era maior do que ele e tinha a vantagem do sharingan.
Então, Manoi veio pra cima dele, numa sequencia de golpes que poderiam ser evitadas. Yanke foi jogado para o alto. E num segundo, Manoi usou o jutso de projeção terrena e afundou o corpo imóvel de Yanke no chão. Estava acabado. Quando o sensor da prova se aproximou, não havia mais o que fazer. Yanke Mirashi estava morto.
-Orochimaru-sensei! - disse um dos ninjas médicos. -O senhor pode vir aqui.
Orochimaru não tinha nenhuma expressão triste no rosto. Ele se aproximou, olhou para o corpo do aluno, deixou escapar um silvo de insatisfação e saiu, dando as costas.
A família de Yanke não compareceu para o funeralno fim da tarde. Aliás, ninguém da família dele fora encontrada em parte alguma de Konoha. O corpo foi enterrado no cemitério ninja e sua história seria logo esquecida.

Um pouco longe dali, Orochimaru-sensei conversava com um jovem, numa atmosfera estranhamente feliz.
-O que vamos fazer agora que todos acham que eu morri? - perguntou Yanke.
-Não se precipite, meu jovem. Você vai saber tudo na hora certa. Mas agora vamos tratar de seu presente. Me acompanhe. - respondeu Orochimaru, saindo para os fundos de sua casa. Eles entraram uma porta com uma grande escadaria para o subsolo, descendo cada vez mais.
O fim da escadaria revelava uma grande sala fracamente iluminada, com mesas, papéis cheios de cálculos, pedaços de corpos submersos em vidros cheios de um líquido estranho, instrumentos de medicina e alguns armários. Tinha um outro homem na sala também. Um homem que Yanke não conhecia.
-Antes de prosseguirmos, tenho que esclarecer algumas coisas. - disse Orochimaru se dirigindo para Yanke. -A primeira delas é abandonar esse nome ridículo que escolhi para você. Desde seu nascimento estou acompanhando você, tendo que esconder seu passado. Mas isso acaba hoje. De agora em diante, você será chamado pelo seu nome real: Ansatsu Natsuri.
Yanke recebia cada palavra sem entender muita coisa, mas se Orochimaru-sensei dizia, era importante.
-E meu tempo aqui acabou. Hoje a noite vamos partir para um lugar melhor. - continuou ele, com um certo brilho nos olhos. -E vamos ao seu presente.
Yanke, agora Ansatsu esperava algo material, como uma kunai diferente, uma espada ou coisa assim. Mas seu presente foi algo bem diferente.
Tudo aconteceu bem rápido. Orochimaru fez um tipo de selo esquisito com as mãos. Seus olhos se arregalaram e ficaram frios como os de uma cobra. Seus dentes cresceram como duas presas e seu pescoço se deslocou em direção ao corpo de Ansatsu. Instantâneamente, suas presas cravaram o pescoço de Ansatsu.
Uma dor dilacerante percorreu todo o corpo de Ansatsu. Sua cabeça doia tanto que parecia querer explodir. Ele pressionava em vão a ferida feita por Orochimaru, em busca de aliviar a dor.
-Isso te dará poder inimaginável! - disse ele com a voz mais rouca que nunca. -Não se preocupe com a dor, ela logo vai passar. - disse ele sussurrando no ouvido de Ansatsu. -Volto logo, tenho que dar este presente à outra pessoa. Se ela aceitar, vocês podem ser uma dupla.
E saiu pela escadaria. Ansatsu tentava firmar as pernas, mas a dor o impedia. Não poderia tentar fugir agora, porque o outro homem que ele vira momentos antes ainda estava na sala.
Pouco a pouco a dor fora sumindo. Ansatsu conseguiu finalmente se sentar. No lugar onde havia recebido o ataque de Orochimaru, ficara uma marca estranha: três pontos negros parecidos com vírgulas, uma do lado da outra fazendo um círculo.
Um barulho perto da escada informara que Orochimaru estava de volta. Era uma visão estranha, pois o homem sério, sombrio e de ar poderoso agora parecia fraco e sem poderes. O outro homem correu até ele e o ajudou a se sentar.
-O senhor está bem, Orochimaru-sama? - iniciou o homem. -Usar este jutso novo duas vezes seguidas é muito arriscado.
Então fora isso que aconteceu? Tinha recebido um jutso do Orochimaru? E quem era a outra vítima do jutso, que ele mencionara? Todas essas perguntas enchiam seus pensamentos agora.
-Vamos levar apenas o garoto. - ofegou Orochimaru. -Ela não quis vir.
-Certo Orochimaru-sama... certo...

-Então era você de quem ele me falou naquela tarde? - perguntou Anko confusa.
-Sim. - ascentiu Ansatsu. -Naquela tarde eu também recebi a marca da maldição, veja. - continuou ele, afastando a gola da capa e do traje, mostrando as três vírgulas negras.
-Mas isso não prova que você é Yanke Mirashi. - disse ela se afastando de Ansatsu.
-Vou lhe dizer uma coisa, uma coisa que só o verdadeiro Yanke poderia saber. Na segunda missão que participamos, você me bateu e me ameaçou jogar do alto dos rostos dos Hokages porque eu vi você beijando o Atak...
-Para! - interveio Anko.
Algo agora formigava sua cabeça. Anos atrás ela realmente fizera isso. Não havia mais ninguém por perto para escutar. Uma nuvem de incertezas pairava sobre ela.
-Porque você foi embora com ele?
-Porque queria chegar aonde estou hoje. Ter poder para me vingar do que ele me fez. - disse Ansatsu num tom firme.
-Orochimaru está morto. Sasuke Uchiha cuidou disso pra nós. - disse Anko num tom superior.
-Até você Anko? - argumentou Ansatsu sem acreditar no que ouvia. -Orochimaru descobriu o jutso da imortalidade. Acha mesmo que esse Sasuke poderia o ter derrotado?
-Você não conhece esse garoto.
-E nem gostaria de conhecer. Me parece que ele tem mais fama que talento.
Os dois se encararam por algum tempo. Então Ansatsu se levantou e rumou para a porta.
-Depois de amanhã, Tsunade me dará a chance de provar meu poder. E poderei realizar minha vingança. - disse ele já do lado de fora. -Lembre-se bem disse, Anko, isso é só o começo.
E saindo pela escuridão a fora, desapareceu.



**Próximo Episódio >> 132 - A decisão de Tsunade


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