[...] Os minutos se prolongaram como se fossem anos. O mais leve sopro de vento os sobressaltava e os fazia virar para o arbusto ou árvore que farfalhava, na esperança de que algum membro da Ordem, ainda ausente, saltasse ileso da folhagem...

Então uma vassoura se materializou diretamente sobre eles, e, como um raio, foi em direção ao chão...

- São eles! – gritou Hermione.

Tonks fez uma longa derrapagem que levantou terra e pedras para todo lado.

- Remo! – gritou ela ao descer entorpecida da vassoura para os braços de Lupin. O rosto do marido estava sério e pálido: parecia incapaz de falar. Rony desmontou tonto e saiu aos tropeços ao encontro de Harry e Hermione.

- Você está bem – murmurou ele, antes de Hermione se precipitar para ele e abraçá-lo com força.

- Pensei... Pensei...

- Tô inteiro – disse Rony, dando-lhe palmadinhas nas costas. –Tô inteiro.

- Rony foi o máximo – comentou Tonks calorosamente, soltando Lupin. – Fantástico. Estuporou um dos Comensais da Morte diretamente na cabeça, e olha que quando se está mirando um alvo móvel montado em uma vassoura...

- Você fez isso? – perguntou Hermione, olhando para Rony ainda com os braços em seu pescoço.

- Sempre o tom de surpresa – disse o garoto se desvencilhando, rabugento. – Somos os últimos a chegar?

- Não – disse Gina -, ainda estamos esperando Gui e Fleur e Olho–Tonto e Mundungo. Vou avisar mamãe e papai de que você está bem, Rony...

Ela correu para dentro de casa.

- Então, qual foi a razão do atraso? Que aconteceu? - Lupin perguntou a Tonks quase zangado.

- Belatriz – respondeu ela.

Porém, antes que Tonks pudesse prosseguir, um grito de Hermione assustou a todos e fez com que eles olhassem na direção em que a menina apontava. Um testrálio acabara de surgir no céu e aterrissar a pouca distância do grupo. Gui e Fleur desceram do animal ilesos ao mesmo tempo em que o Sr.e a Sra. Weasley desciam os degraus do fundo correndo, seguidos por Gina. A Sra. Weasley logo deu um forte abraço em Rony, enquanto o Sr. Weasley ia em direção de Gui. Antes mesmo que o Sr. Weasley pudesse chegar mais perto, o mais velho dos irmãos Weasley comunicou:

- Olho- Tonto morreu.

Ninguém se mexeu ou disse algo, até mesmo parecia que os grilos pararam. Não era possível, deveria ser uma brincadeira de muito mau gosto, mas como ninguém riu ou teve alguma reação, a ficha começou a cair e a realidade abatia cada vez mais o grupo. Nenhuma pessoa sabia o que fazer ou como reagir, era inacreditável que Olho-Tonto, sempre tão alerta e pronto para qualquer coisa, tivesse um fim horrível. Quebrando o silêncio que se instaurou entre os presentes, Gui começou a explicar o que realmente ocorreu. Ele falou da covardia de Mundungo até a queda de Olho-Tonto para a morte. Quando o mais velho dos Weasleys terminou seu relato, todos estavam boquiabertos.

- Bem..., acho que deveríamos voltar para a Toca e terminar essa conversa lá dentro. – disse o Sr. Weasley depois de se recuperar do choque inicial.

Quando todos já estavam quase chegando a porta da Toca um estrondo forte foi ouvido e todos levantaram rapidamente suas varinhas, preparados para um ataque. Mas tudo que viram foi uma luz fraca que vinha detrás de uma das árvores que havia no jardim. Receoso de que poderia ser um plano de ataque dos Comensais, o Sr. Weasley andou em passos lentos e com a varinha erguida, pronto para qualquer coisa, junto com Kingsley, Gui e Lupin até cercarem uma parte da árvore. (N/A: isso ficou complicado! É como se eles tivessem brincando de pique-corrente com a árvore e estivessem tentando cercar ela. Ahm... Tampando só um lado da árvore. Acho que ficou estranho. Mas, vamos lá!Play!)

- Saia detrás dessa árvore. Se não vamos atacar. – Disse Kingsley, atento a qualquer movimento. (N/A: essa frase ficou idiota, porque se fosse um comensal de verdade não funcionaria. But anyway...)

As pessoas no jardim estavam preparadas para muitas coisas... Menos para o que estava por vir. Em vez de Comensais da Morte, ou até mesmo um animal, saíram de lá quatro crianças. Dois deles, que pareciam ser os mais velhos e ter onze anos, estavam com uma cara preocupada, como se tivessem feito uma travessura que tivesse saído errada. O menino era a cópia idêntica de Harry, tirando o fato de que não possuía uma cicatriz ou usava óculos, e encarava a todos muito sério. Já a menina estava mais para uma cópia malfeita de Hermione, pois era muito parecida com Hermione, mas tinha olhos azuis e cabelos ruivos, olhava tudo com uma cara pensativa e parecia estar procurando uma resposta para alguma coisa.

Também havia os mais novos, dois ruivos que aparentavam ter seus nove ou dez anos. Um menino que seria a cara do Rony, se não fosse os cabelos que eram um castanho – arruivado, o menino parecia estar em outro lugar e observava o local como se o conhecesse bem e tivesse notado algumas diferenças em sua paisagem. A menina aparentava ser a menor de todos, possuía os cabelos ruivo – vivo como os de Gina e os olhos verdes como os de Harry, ela parecia estar com medo e ao mesmo tempo com uma curiosidade imensa.

Ainda com a varinha apontada para as crianças, Gui perguntou:

- Quem são vocês e o que fazem aqui?

- Não vamos falar até que... – começou o garoto mais velho.

- Meu nome é Lilian Potter. – disse a mais nova, interrompendo o garoto – Esse é meu irmão Alvo e esses são os meus primos Rose e Hugo Weasley. – terminou a ruivinha apresentando as outras crianças.

- Obrigado por ser tão educada! – ironizou Alvo.

- Deixa de ser irritante garoto. – disse Lilian começando a ficar vermelha.

- Você não manda em mim para... – antes que Alvo pudesse terminar a frase, Rose interrompeu a briga recém começada:

- Já chega!Brigar não vai ajudar em nada.

- Ela tem razão, temos que descobrir um jeito de voltar. – disse Hugo completamente desolado.

- Do que vocês estão falando? – perguntou Tonks, que havia se aproximado do grupo junto com os outros.

- Bem... Nós estávamos com o livro de feitiços do Teddy, estávamos procurando um feitiço que pudesse criar ilusões como um holograma. – começou a explicar Rose - Mas sem querer, Lilian leu um feitiço portal, que transporta as pessoas a outro tempo, e nos transportou até o passado, pelo menos eu acho. Em que ano estamos?

- Em 1997. Mas até parece que vamos acreditar em vocês, voltar no tempo é impossível! – disse Rony.

- E, além disso, vocês não têm como provar que estão falando a verdade – concluiu Hermione.

- Na verdade, nós podemos provar sim – disse Alvo.

- E como, espertinho? Não sei se você sabe, mas não trouxemos nada conosco. – esbravejou Hugo.

- Eu tenho o colar da vovó Lily! – exclamou Lilian, mostrando para todos, um colar em forma de borboleta folheado em ouro e com esmeraldas esculpidas nas assas formando um L.

- Nunca vi esse colar. – disse Harry que até agora tinha se mantido quieto.

- Mas eu já. – falou Lupin olhando atentamente o colar que Lilian tinha no pescoço. – Foi um presente que seu pai deu para Lily quando descobriu que ela estava esperando você. Lily sempre o usava, dizia a todos que era especial. – terminou o ex-professor olhando para Harry.

– Tem certeza de que é esse mesmo? – perguntou Gina ao lobisomem.

- Claro. O colar era único, foi feito sobre encomenda e era encantado para que somente as mulheres da família Potter pudessem usar. – contou Lupin. - Além disso, ninguém além de mim, Sirius, James e Lily sabia sobre o colar.

- Acho então, que isso serve como prova. – disse Rose.

- Ela tem razão. – falou Hermione – Se Lilian tem esse colar e pode usá-lo, é porque ela é uma verdadeira Potter.

- Então, já que a origem das crianças esta explicada, acho que podemos terminar essa conversa lá dentro. – disse a Sra. Weasley indo em direção da Toca e sendo seguida por todos.