Elemental escrita por Amanda


Capítulo 6
Capítulo VI - Encontro


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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- Ariel vamos.

- O que acha preta ou prata? Ambas combinam com a roupa.

- A sandália prateada dá um toque de vida a sua roupa, a preta fica muito bonita também, mas não dá “o brilho”. Hoje precisamos arrasar.

- Certo a prateada, e nós vamos dançar não caçar homens.

- Sim, mas com nossas belezas não caçamos, somos cortejadas de todos os lados.

- Você é quem está dizendo.

- Você vai ver, seremos as mais bonitas do lugar. Pronta?

- Sim, vamos.

- Faz tanto tempo que não saímos juntas, a última vez foi quando ainda dividíamos o apartamento, você se mudou e só trabalho. Foi muita sorte termos pego férias no mesmo mês, e para comemorar uma noite de baladas, entre amigas vai ser incrível.

- É.

- Você não parece entusiasmada.

- Desculpe, você sabe que sair para balada sem eles nunca será a mesma coisa, mesmo depois de tanto tempo.

- Também sinto, mas a vida continua e eles não iam gostar de você ficar triste toda vez que saíssemos.

- Tem razão, vamos abalar as estruturas.

- Não exagera.

Ariel soltou uma leve risada desanimada, que se perdeu no silêncio do apartamento. Estava mesmo com vontade de ficar em casa e treinar seus elementos, a noite era mais fácil passar despercebida.

- Vamos nessa, antes que eu me arrependa de ainda te chama de cunhada.

Sofia fez uma careta e abriu um grande sorriso. O sorriso dela sempre lembrava o porque de Tércio ter se apaixonado por ela, era uma pessoa muito agradável de se conviver, o cabelo preto em contraste com a pele morena, olhos puxados e sorridentes não deixavam que sua beleza fosse despercebida.

- Falou e disse.

As duas amigas entrar em uma danceteria badalada, a ordem da noite era se divertir. Como não saia muito de casa Sofia resolveu tentar animar um pouco a ex-cunhada, ver se arranjava um namorado para ela que agora só vivia para o trabalho e seus projetos misteriosos.

Os primeiros momentos dentro da danceteria a fizeram perceber que seu plano poderia dar certo, elas foram abordadas por vários caras, alguns bonitos, outros nem tanto, mesmo que Ariel não se mostrasse interessada em nenhum, estava contando que até o final da noite alguém se destacaria da multidão e finalmente ela voltaria a sorrir como antes.

De certa forma convivência fazia com que Sofia preservasse a lembrança de Térsio, desde antes do namoro era apaixonada por ele, e mesmo já tende se envolvido com outras pessoas, era ele quem ira sempre amar, esse pelo menos era um de seus maiores desejos.

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Passava da uma hora da manhã quando Carlos e seus homens entraram na danceteria, foram até uma das salas reservadas e ficaram observando o movimento, logo notou Ariel no meio da pista de dança era uma música animada, a examinou com cuidado, o cabelo solto e ondulado, usava uma calça jeans com uma blusa preta com brilho que parecia estar amarrada na altura do quadril e salto. Ao seu ver apesar da roupa ser discreta comparado ao vestido vermelho e decotado da amiga, esta lhe caia muito bem, acentuando as curvas bem definidas, ela sorria enquanto fazia alguns passos de dança sincronizado com a amiga.

Ela era muito bonita a seus olhos e gostou de vê-la sorrir, quando a música acabou, elas sentaram em uma mesa e começaram a conversar rindo e se abanando pelo calor da dança.

- Então chefe já avistou a moça?

- Sim.

- Como ela chama Emílio?

Perguntou Santiago, se inclinando para o colega.

- Ariel.

No momento em que Emílio pronunciou o nome dela, Ariel ficou em alerta e olhou diretamente para os três rapazes que a encarava sem disfarçar, ela em um breve momento os examinou, o primeiro era um pouco mais alto que ela, tinha a pele branca, cabelos bem curtos, uma postura forte com um olhar sedutor, estava vestido com uma calça jeans escura e uma camisa branca fina de manga comprida aparentava ter entre 35 a 40 anos, outro era moreno de cabelos loiros que não combinavam com o tom da pele, também tinha um charme devastador, vestia uma camisa vermelha e uma calça preta aparentava ser um pouco mais novo, já o último parecia ser novo de mais para estar ali, ter no máximo 18 anos, vestia uma calça jeans meio rasgada com uma corrente pendurada e uma camisa azul clara que o deixa com ar elegante e casual pela tonalidade da pele e a postura ela poderia apostar que era filho do outro de camisa branca.

As duas voltaram para a pista de dança, mas independente do lugar que escolhiam, sentia os olhares dos três sobre ela, foi para o fundo do salão sem muito resultado voltou para perto do balcão de bebidas, tentou se distrair por mais algum tempo, mas aqueles olhares a incomodavam, quando sentaram novamente para descansar, Sofia percorreu o salão várias vezes com o olhar e percebeu.

- Nossa Ariel você viu aqueles três gatos não tiram os olhos de você.

- Percebi, desculpe, mas eu já estou cansada vamos para casa.

- Ah não vamos ficar mais um pouco. Quem sabe um deles não se aproxima.

Sacudindo a cabeça negativamente se levantou para sair o homem de camisa branca que não paravam de a observar estava ao seu lado.

- Dá-me o prazer de lhe acompanhar em uma dança?

- Obrigada pelo convite, mas já estavamos de saída.

- Por favor bela dama, deixe-me ser seu humilde servo, nesta noite, deixe admirar sua beleza na pista de dança, mesmo que por uma única melodia, para que o vislumbre de sua imagem me seja eterno na memória.

O queixo de Sofia foi para o chão, não tinha ouvido alguém tão educado e gentil.

- Desculpe mesmo, estou muito cansada, quem sabe na próxima vez.

- Pelo menos deixe-me admirá-la um pouco, deixe que lhe acompanhe a saída, quer uma carona, posso ser seu humilde chofer.

- Muito gentil, mas estamos de carro, obrigada assim mesmo.

Apesar de galanteador seu olhar demonstrava um forte brilho de perigo e petulância, isso não a agradava. Ariel lançou um olhar carregado para Sofia que ainda estava sentada, olhar que a fez ficar de pé em um minuto. As duas começaram a caminhar deixando Carlos para trás, em segundos Emílio e Santiago estavam ao seu lado, a observando também.

- Não deixem que Ariel consiga chegar ao carro, enquanto a amiga, livrem-se dela.

Ariel ouviu o que ele disse, uma nuvem de raiva começou a tomar conta de seus sentimentos, agora entendia o por que de seus instintos lhe alertarem contra ele. Agarrou com força o braço de Sofia ainda andando e sussurrou para que só a amiga ouvisse:

- Sofia não faz pergunta, só me obedece, quando eu disser corre, você vai correr pegar o carro voar para casa. Deixe que eu vá sozinha para casa, amanhã te explico entendeu, não fala só acena e não olha para trás.

Sofia consentiu com a cabeça e ficou tensa, mas sabia que ela não estava brincado, Térsio lhe havia ensinado que a irmã era muito intuitiva e nunca se engava em suas decisões. Após o reencontro com Ariel depois do ocorrido entendeu diversas vezes o que ele disse, dessa vez sua intuição gritava para que escultasse.

Ariel pensou e agiu rápido antes que machucassem Sofia, algumas garrafas contendo bebidas alcoólicas explodiram em fogo. Um pequeno truque aprendido com o treino, combustão de líquidos inflamáveis através do contado com o calor emitido pela eletricidade estática de qualquer tipo de matéria. Logo o balcão de bebidas inteiro estava pegado fogo, elas estavam quase chegando a porta quando soltou o braço dela e gritou.

- Corre.

Sofia correu em disparada pela porta seguida de muitas outras pessoas que viram o incêndio e saíram gritando, fez exatamente o que Ariel mandou sem olhar para trás.

Dentro do salão, Ariel se virou em meio a multidão visualizando o rapaz com um sorriso de triunfo olhando para ela, sem esperar para ver mais lançou-lhe um tufo de ar comprimido o fazendo cair, visualizou os outros dois sendo afastados pela multidão assustada, correu em direção oposta para a saída de funcionários onde acabou esbarrando em dois morenos fortes e sem camisa, em um segundo ela estava desmaiada nos braços de Kedar que entrou no carro e a levou para bem longo da confusão.

- Cara que sorte nós tivemos.

- É.

- Que foi o peludo, não tava todo animadinho com a captura, achou ela feia?

- Quieto Wagner, vamos nos esconder na minha residencia até amanhã então a levaremos para o chefe.

Os dois nada disseram no caminho de volta, mas a mente de Kedar não parava, ela estava desacordada no banco traseiro mesmo assim conseguia emitir uma corrente elétrica que o estava prendendo na lembrança dos olhos dela de encontro com os seus, sua pele macia, seu perfume. Estava em posse da garota a menos de duas horas e ela já o estava deixando louco. Ele não iria entregá-la ao chefe mesmo que isso custasse a vida, sabia o que era isso, já havia ouvido um milhão de histórias sobre isso, quando um lobo encontra sua parceira predestinada tudo nela o atrai e o confunde, ela a partir do primeiro momento se torna sua vida e desejos, um lobo protege sua predestinada custe o que custar, mesmo que ela não o queria.

Em casos assim os lobos não tem escolha e somente a morte poderia afastar os predestinados, no geral ambos morriam juntos então não se abria espaço para as outras lendas. Kedar já começava a imaginar a reação dela e a fantasiar tê-la como sua companheira eterna, uma parte dele o repreendia pelas fantasias juvenis, nem ao menos sabia como ela reagiria ao descobrir o sequestro, teria de ser cauteloso e que fosse feita a vontade do destino.


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Notas finais do capítulo

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