CAPITULO 4 – ATIVIDADES

BELLA POV

A aula de Etiqueta seguiu tediosa, com uma professora arrogante, lendo um livro chato sobre a vida de uns pintores mortos.

Ah! Fala serio. Quem é que se importa se o cretino cortou a orelha? O que isso acrescentara na vida de uma garota de 12 anos?

Bom, pensando bem, talvez ate acrescente, afinal não seria má idéia cortar umas orelhas por ai, principalmente se a orelha for de uma certa loira, quem sabe além das orelhas, sim das duas, pois eu tenho que ser diferente ora, eu poderia também arrancar todas as unhas. Hum... E se ela participasse do filme jogos mortais? Isso sim é idéia legal!

_Senhorita Cullen?

A megera tirou-me dos pensamentos produtivos, espero que seja por um bom motivo.

_Sim senhorita Lion.

_Estou esperando a resposta.

_Para qual pergunta?

Nossa, ela fez uma cara horrorosa, chegou a me dar medo.

_Lhe perguntei qual o nome do pintor da obra, As Bailarinas.

E eu lá sei sobre balé?

_Hum, se eu não me engano foi o tal de Vanog senhorita Lion.

A sala caiu em gargalhadas, e se eu pensei que a cara dela estava feia, me surpreendi, ela ficou roxa.

_Poupe das suas besteiras senhorita Cullen, já estou farta dessa sua falta de atenção.

_Desculpe-me senhorita, mas pra mim é difícil compreender o que aula de artes tem a ver com Etiqueta.

Alguém pode avisar pra ela que ficar nervosa assim pode causar um enfarte?

_Senhorita Cullen, quem decide o tema e o material para as minhas aulas sou eu, portanto guarde suas duvidas idiotas para si mesma. E para sua informação, o nome que a senhorita tentou pronunciar, é Van Gogh. Porem o pintor que eu lhe solicitei é August Renoir.

Aaaaaa, claro, quase a mesma coisa. Fala sério, que professora mais cretina.

_Desculpe-me senhorita, acho que me confundi.

_Se confundiu? Bom, para que isso não aconteça novamente, tenho certeza que a senhorita se empenhara em estudar sobre a vida deles e me entregar um relatório. Estou certa?

_Sim, senhorita.

De onde veio essa educação toda? Se fosse o Edward eu já teria voado no pescoço dele, e mandado ele se ferrar.

E a aula continuou assim, cheia de informações chatas sobre pintores mortos.

Depois da hora extra que tive com a minha mais nova conhecida Ângela Weber, fiquei ali por pedido da megera.

Ela adentrou a sala segurando três livros grossos, e com um sorriso sacana nos lábios, ai tem.

Delicadamente ela colocou cada livro sobre a minha mesa.

_Esse é o seu trabalhinho extra senhorita Cullen. Quero um resumo sobre a vida desses pintores e suas obras. Mas devo avisá-la que conheço cada vírgula dessas obras.

_Obrigada senhorita, começarei hoje mesmo. Quando devo entregar-lhe?

_Deixe sobre sua cama antes de sair para o café. Pegarei quando for avaliar a arrumação de seu aposento amanha.

_COMO É QUE É?

Eu gritei, imaginando o tempo que eu levaria para resumir tudo isso.

_Algum problema senhorita Cullen?

E ela ainda pergunta.

_Sim senhorita Lion, vai levar muito tempo para que eu consiga ler todos esses livros.

_Eu sei querida, e tenho certeza que me entregara no prazo que lhe estipulei. Devo avisá-la que quando passo um trabalho extra, esse deve ser feito impecavelmente, do contrario... Bom, você descobrira se me desobedecer.

_Sim, senhorita.

Ela sorriu e saiu fechando a porta. Num acesso de raiva joguei aquelas porcarias longe. Onde já se viu? Pra conseguir entregar, vou ter que ficar a noite em claro, quem aquela megera pensa que é?

_Ra, Isabella, ela é a Rainha da cocada Preta.

Eu disse em voz alta para as paredes.

E aquele sorrisinho nos lábios dela quase dizendo. “Senhorita Cullen, você não fez o que eu lhe pedi e sofrera as conseqüências”

Ela que tire o cavalinho dela da chuva.

_Querida, você esta falando com Isabella Marie Cullen, sua ignorante, esta achando que eu entrego os pontos assim é?

_Eu preciso parar de falar com as paredes.

FIM DO POV BELLA.

 

A garota estava empenhada nos trabalhos, iniciou a leitura e acabou descobrindo que não era tão ruim. Na escola nunca gostou de ler, mas ali sendo obrigada pela Cruela Cruel, descobriu um gostinho legal, não que fosse melhor que jogar vídeo game com o Ed, mas era legal.

No segundo livro tomou gosto pela coisa, e se viu muito interessada na vida do pintor do qual ela errou o nome.

Van Gogh era um ótimo pintor, tinha uma historia meio trágica, e seus quadros eram lindíssimos. Apaixonou-se pela pintura Girassóis. As cores as misturas de tons, tudo lhe deixava encantada com o talento.

Talvez tentar pintar quadros não fosse uma idéia tão ruim afinal. Vai que tem uma Bella Gogh bem naquela escola.

Decidiu por fim, se inscrever nas aulas, ela precisava ocupar a cabeça e isso era um fato.

O sol já estava nascendo quando os resumos ficaram prontos. A menina os colocou sobre a cama intacta já que não pregou os olhos a noite toda.

Dirigiu-se para o banheiro onde jogou uma caixa de sabão em pó dentro da banheira e ligou a água, pensando em como aquele cômodo estava sujo. Torceu um pano de qualquer jeito e começou a passar no chão do quarto com a ajuda de um rodo. Depois de deixar o chão limpo a seus olhos claro, pegou uma flanelinha e começou a passar nos móveis.

Abriu a gaveta e retirou seu uniforme imaculado e deixou sobre a cama. Porem quando entrou no banheiro quase teve um treco com a quantidade de espuma que lá tinha.

_Eu estou ferrada.

Ela disse observando as infinitas camadas brancas que tomavam conta do banheiro. Correu ate a torneira a fechando e ao voltar escorregou caindo de costas. A pancada foi feia, mas o que é mais um roxo no corpo da menina Cullen, nem faria diferença no meio das outras marcas de desastres.

Resolveu por fim correr para pelo menos tomar um café, do contrario dormiria no meio as espumas. E isso seria muito rápido, voltaria e limparia tudo antes da Megera passar por ali.

Mal sabia a garota que a cobra havia acordado cedo e que o quarto seria revistado logo após a sua saída.

Quando Isabella tocou os lábios na xícara quente de café, foi chamada por uma freira, que pediu que a seguisse.

Sem nem provar da substancia que lhe proporcionaria um pouquinho de energia, seguiu a senhora.

Pararam em frente a uma porta enorme que foi aberta pela freira, mostrando duas pessoas em seu interior. Senhorita Cobra Jararaca e a Irmã Aurora, que sorriu ao vê-la.

_Entre e sente-se querida.

Disse a bondosa senhora. A menina sem entender nada o fez apenas dizendo bom dia a elas.

_Isabella, a senhorita Lion veio me informar que seu aposento esta desarrumado, isso é verdade?

Antes mesmo de a garota responder, foi interrompida pela Megera.

_Desarrumado Irmã? Aquilo é o caos. Ela esta me afrontando descaradamente Irmã.

_Senhorita Lion, por favor, deixe a menina se explicar.

A freira olhou atentamente para a garota que suspirou.

_Desculpe-me Irmã Aurora, tive problemas com a limpeza do meu quarto. Não tive tempo suficiente para limpa-lo como deveria.

_Isabella, você sabe que é seu dever, então deveria acordar mais cedo para conseguir cumprir com tal atividade.

A freira disse seria, mas sem ser grossa ou mal educada.

_Eu sei irmã, porem não dormi essa noite.

Susto foi isso que teve a freira ao ouvir tais palavras.

_Por que não dormiu Isabella? Eu posso saber o motivo?

_Eu precisei ler três livros, e fazer resumos sobre eles para entregar pela manha a senhorita Lion.

A freira se virou para a mulher.

_Isso é verdade senhorita?

_Sim Irmã, eu pedi os resumos.

_E por que da urgência em recebê-los?

_Simples Irmã, essa senhorita criou a mania de me afrontar em sala de aula, em frente a todas as alunas, faz perguntas que ela não deve saber, se atrasa para a aula e nunca esta apresentável. Ela com certeza é uma má influencia para essas meninas.

_Como pode dizer que sou uma má influencia se não me conhece senhorita?

Isabella respondeu de pronto.

_Vejo em seus olhos, que não recebeu educação de seus pais, que é uma garota estúpida, jamais será uma dama. Seus pais lhe colocaram aqui pensando que fazemos milagres, não podemos educar uma menina com essa idade, onde já tem os maus costumes fluindo pelas veias.

A mulher já apontava o dedo para a menina e seu tom de voz era bem alto, acima do tom de boa classe.

_Senhorita Lion contenha-se.

A freira interrompeu aquela discussão. Mas viu que os olhos da menina já se enchiam de lagrimas.

_A senhorita deveria saber que a decisão de vir para essa escola partiu de Isabella, não dos pais. Por eles, ela estaria com eles senhorita Lion, digo isso, pois recebi o telefonema dos pais dela diversas vezes ontem, implorando que a mandemos para casa.

Irmã Aurora dizia calmamente, e a menina ficou surpresa com aquela informação.

_Margot, Isabella é nova por aqui, pode demorar um tempo para se adaptar a nossas regras. E felizmente seu trabalho é dar modos a essas moças que inclui Isabella.

Continuou, e a professora respirava fundo pela freira estar defendendo aquela pirralha encrenqueira, mas se surpreendeu ao ouvir a menina dizendo.

_Desculpem-me pelo banheiro, eu nunca limpei nada em minha vida, não sabia que causaria aquela bagunça. Não fiz para provocar ninguém, só fui tomar um café, pois estava exausta, mas já iria voltar para limpar e com sorte a senhorita só passaria depois disso. Sei que não tenho a educação que a senhora espera de mim senhorita Lion, mas juro que estou me esforçando. Eu não quero ir pra casa.-  Disse baixando a cabeça.

A megera suspirou e se dirigiu para a porta, mas antes de sair ainda falou secamente para a menina.

_Pretende chegar atrasada em mais uma aula Isabella?

A menina se levantou rapidamente arrumando suas vestes.

_Não senhorita, já estou indo.

_Sente-se Isabella, você não assistira as aulas de hoje. Ela ira dormir senhorita Lion, já que mal consegue ficar em pé de sono.

Isso deixou a professora possessa de raiva, fechando a porta auditivamente.

_Desculpe-me por esse jeito ranzinza dela querida, mas ela é uma boa pessoa.

_Não sei se eu acredito na senhora.

Isabella disse rindo.

_Irmã é verdade que meus pais ligaram muito para a senhora?

A velhinha sorriu, concordando com a cabeça.

_E o que a senhora disse?

_Que iria falar com você.

A menina baixou a cabeça.

_Eu amo meus pais Irmã, faz 24 horas que não vejo meu pai e mais algumas horas a minha mãe. Meu coração esta apertado por saber que estarão longe de mim, e que pra ajudar vai ter a vaca da namorada do Edward...

_Olha a boca suja menina.

_Desculpe Irmã. Corrigindo, pra ajudar tem a simpática e fofa namorada do meu irmão que esta fazendo a minha mãe sofrer.

Ela suspirou alto, sentindo o coração se apertar mais.

_E por que não vai pra casa?

_Porque a senhorita Lion tem razão, eu não tenho modos. Sou um garoto, não uma garota, a única coisa que eu sei fazer de melhor é brigar. Nunca gostei de ler, nunca arrumei minha cama, nunca usei salto alto, mentira usei no aeroporto vindo pra ca, e quase me matei. Eu não sei como é ser uma menina Irmã, eu cresci brincando de vídeo game com o Edward, e nos tempos vagos gritando com ele, e quando a coisa era séria, partindo pra violência. Essas são as qualidades do meu currículo. Eu só quero ser melhor que isso Irmã.

_Seus pais te amam como você é querida, assim encrenqueira, tenho certeza que eles não querem que você mude nada.

A menina olhou para a freira tão bondosa em sua frente, mas negou com a cabeça sua afirmação.

_Eles pensam que não me querem mudada. A situação em casa só iria piorar, as brigas principalmente, a família feliz que ria nas refeições já estava virando uns lunáticos, eu e o Edward disputávamos as coisas no grito, queríamos a mesma coisa ao mesmo tempo só de pirraça, isso nunca deixou e nunca vai deixar meus pais felizes.

_Entendo querida.

_Se a senhora permitir, quero ficar, prometo procurar alguém que me ensine a arrumar o quarto, vou procurar me educar e evitar fazer perguntas para a senhorita Lion. Mas, por favor, Irmã, me deixa ficar.

_Claro que você pode ficar querida, contando que vá agora para o seu quarto dormir. Eu estou nervosa aqui, esperando o momento em que você cairá na minha frente de sono.

As duas riram e Isabella foi cumprir com o prometido, pulou na cama e desmaiou. Dormiu profundamente ate às 3 horas da tarde. Levantou-se tomou um bom banho e resolveu vasculhas a escola.

Encontrou a sala de pintura, e conheceu a senhorita Anne Windsor, uma mulher encantadora, muito gentil que pareceu ficar muito feliz em ter mais uma aluna.

Sim, Isabella estava firme com a idéia de pintar quadros, aliviar o extress, contar suas felicidades e tristezas através das tintas.

Pegou os materiais e saiu feliz em ter uma tarde toda completa de pintura, aliviando assim a sua falta do que fazer.

Continuou pelo corredor mais parou ao ouvir uma musica maravilhosa, se aproximou de uma porta e observou a pessoa que a tocava.

Um homem, sim, um homem em um colégio de freiras?

Pensou Bella, confusa.

_Entre criança.

Bella quase tropeçou ao ser pega bisbilhotando o homem.

_Desculpe-me eu não queria atrapalhar.

_Não precisa se desculpar, venha aproxime-se, eu sou o Padre Evans e você deve ser a nova aluna?

_Sim, Isabella Cullen.

Bella disse estendendo a mão para o padre, meio confusa, afinal como se cumprimenta um padre?

Ele sorriu e apertou a mão da garota.

_Seja bem vinda a escola Isabella, espero que esteja gostando?

_Sim, padre Evans, estou gostando muito.

_Você toca algum instrumento Isabella?

_Não, não Padre, eu sou atrapalhada demais para isso.

_Atrapalhada demais?

Perguntou o homem confuso.

_Sim muito atrapalhada. O senhor da aulas de musica?

_Não, não querida, eu apenas passo as tarde aqui tocando, esses instrumentos todos, são para as alunas que gostam de tocá-los, nenhuma o faz, tenho que lhe confessar.

_Surpreendente, ninguém se interessar em tocar algum instrumento.

_Você se interessa?

_Eu? Não, não. Na verdade eu sou tão atrapalhada que me enrolaria nas cordas do violão ou arrancaria meus dedos no piano.

O homem caiu na gargalhada, sendo seguido pela menina que ria meio sem jeito.

_Vejo que se interessa por piano e violão estou certo?

_É pode ser, eu acho incrível a habilidade de tocá-los.

Padre Evans ficou alguns minutos observando a menina em sua frente, uma garota que se diz atrapalhada, mas que se interessa por musica, afinal foi a única a parar e observá-lo tocando. As garotas passam todos os dias o tempo todo frente aquela sala e nunca ninguém se interessou em ao menos ouvir.

_Quer aprender a tocar esses instrumentos Isabella?

_Eu? O Senhor deve estar maluco.

_Hahahaha, eu poderia lhe ensinar, seria ótimo poder passar para alguém essa habilidade.

_Mas, qual me ensinaria?

_Os dois se quiser. Poderia ser nas tarde de segunda e terça, se desejar.

Os olhinhos da menina brilharam, Segunda aula de piano, terça de violão, quarta pintura, já teria três dias de atividades, era bom demais para ser verdade, de quebra ainda iria aprender a tocar instrumentos lindos.

_Eu quero, claro, quero muito.

O padre sorriu.

_Tudo bem Isabella, começaremos na segunda então.

A menina saiu sorrindo e saltitante daquela sala, finalmente as coisas estavam dando certo pra ela.

Não viu quando esbarrou com uma mulher que estava indo em direção contraria a ela.

_Desculpe-me senhorita eu não a vi.

_Tudo bem não tem problema.

_Quer que eu a ajude?

Perguntou ao ver vários CDs espalhados pelo chão.

_Sim, por favor.

Bella juntou os objetos e seguiu a mulher.

_Ah! Desculpe-me a minha falta de educação. Sou Lis Sowty.

_Tudo bem, eu sou Isabella Cullen, sou nova aqui.

_Seja bem vinda Isabella.

_Obrigada.

Disse entrando em uma sala toda cheia de espelhos e uma barra no meio.

_Desculpem-me a demora, mas atropelei a Bella no caminho.

Disse a mulher sorrindo, a menina gostou de ser chamada pelo apelido. Aquele lugar as pessoas só a chamavam pelo sobrenome, ou com sorte pelo nome todo. Viu uma menina acenando. Era Ângela Weber, aquela menina simpática da aula de etiqueta. Acenou de volta sorrindo.

_Quer ficar para ver Isabella?

_Posso?

_Claro, pode se sentar ali.

Apontou para uma cadeira no canto.

A menina se sentou lá e observou a mulher colocar uma musica clássica, as meninas estavam vestidas com collants rosa, meias e sapatinhas da mesma cor.

Bailarinas, concluiu.

Ouviu as instruções que a professora lhes deu, e elas começaram a fazer movimentos de aquecimento. Algum tempo depois a musica foi trocada, e com passos ensaiados as meninas se moviam graciosamente na medida do possível.

Bella observava com os olhos vidrados, imaginando poder ser graciosa como Ângela. Se a menina dançasse o lago do Cisne, seria o patinho feio que entraria para entregar à linda historia. Assim pensava, por carregar a praga da falta de coordenação.

Seus pais deveriam estar embriagados quando a fizeram. Isso era mais certo do que o fato do sol nascer todos os dias.

Foi tirada de seus pensamentos por uma voz doce.

_Você gostaria de dançar?

_Quem eu?

Perguntou confusa para a mulher sorridente.

_Sim você Bella. Quem participar das aulas de Balé?

_Não, nem pensar, eu não tenho coordenação, não nasci para ser graciosa. Só vim ao mundo para derrubar as pessoas, afinal alguém tem que nascer pra isso.

_Que bobagem.

_Não é bobagem não, eu sou uma catástrofe de tênis, imagina de sapatilha. Vou machucar todas as aulas se tiver sorte, e se for azar a escola inteira.

A professora caiu na gargalhada. Bella ficou achando que estavam achando ela com cara de palhaça hoje, todo mundo só riu dela.

_Então façamos um desafio. Você participa das aulas e se me provar que é tão sem coordenação assim eu te expulso o que acha?

_Eu acho que você é louca.

A menina disse de pronto.

_E eu acho que você é exagerada. Tenho certeza que seria uma ótima bailarina.

_Acho que vocês estão achando demais hoje. Eu saí do meu quarto para caminhar, porem já me inscrevi na aula de pintura, musica e agora quer me colocar no balé?

_Sim.

_Não, desculpe-me, mas não.

_Não aceito não como resposta, sua aula começa semana que vem.

Bella ficou olhando a professora de boca aberta.

Viu sua imbecil queria acabar com o seu tempo livre, pois conseguiu, quero ver que horas você vai deixar pra fazer suas tarefas importantes como fazer coisa nenhuma, e dormir a tarde toda, e pensar na morte da bezerra.

Pensou irritada por aceitar tudo que lhe foi oferecido. Porem pensando melhor, não aceitou voltar pra casa, e isso era bom não era?

 

EM FORKS

Edward chegou em casa a tardezinha, resolveu sair para não piorar as coisas entre a mãe e a namorada e acabou dormindo na casa da Tânia.

Sentiu-se um pouco culpado por defender Tânia, mas também tinha que concordar com ela, Isabella era um tormento para todos naquela casa.

Foi ate seu quarto sem ser notado pelos moradores, se jogou na cama e fechou os olhos esperando poder dormir imediatamente.

Uma menina desengonçada de cabelos cor de chocolate, magra, usando uma calça jeans, e blusa regata, e no pé uma sandália rosa de salto fino que a fazia torcer os pés enquanto seguia para outra sala segurando uma mala.

Bella.

A imagem da irmã indo embora rondava sua cabeça o dia todo e a noite também. Talvez isso fosse um castigo por ter concordado com a ida dela.

Abriu os olhos e viu que a chuva ainda caia.

_Mas que merda. Quando vai parar de chover nessa droga de cidade? Se a pirralha estivesse aqui já estaria chorando pelos cantos de medo.

Ele resmungou em voz alta, se lembrando das milhares de vezes que ela adentrou o quarto correndo e se jogou em sua cama se encolhendo de medo. Então ele a puxava para debaixo das cobertas e a abraçava, fazendo carinho em seu cabelo ate que ela adormecesse.

Isso era muito comum em um tempo que já parecia tão distante. Mal se lembrava de quando foi a ultima vez que dormiu sentindo o cheio de xampu dos cabelos da pirralha. Virou mais algumas vezes na cama, mas sentia que ali tinha pregos, impedindo-o de relaxar.

Levantou-se em um salto e saiu do quarto, passando em frente a um cômodo que estava com a porta fechada. Nela tinham varias borboletas coloridas e o nome Bella.

Abriu a porta e viu o quarto vazio, apenas com os moveis e a roupa de cama intacta, como ela havia deixado quando saiu. Entrou e se surpreendeu ao notar que se deitou na cama de solteiro da pequena. Ali estava impregnado o cheio de morangos de seu cabelo.

Edward naquele momento sentia-se um menino, aquele que carregava a irmã para todos os lugares, que a protegia de si, sentiu a paz que aquela época trazia.

Ele acabou adormecendo com aquele cheiro tão doce, e sonhou com uma mulher sentada na beira de uma piscina, com os pés dentro d’água, ela tinha a pele clara, cabelos avermelhados, e estava usando um vestido justo e curto na cor negra. Quando ele se aproximou ela se virou para ele, e viu aquele oceano cristalino, os lábios com um leve tom de rosa, e as maças do rosto tomando uma tonalidade avermelhada, mostrando o constrangimento. Ela era linda perfeita, e quando ele aproximou para tocar sua face. Acordou com o som estridente de seu celular avisando ter recebido uma mensagem.

Edward sem se importar com o celular ficou olhando para o teto do quarto tentando lembrar cada detalhe daquela bela mulher, e procurando em sua mente a lembrança de ja tê-la visto.

Ele mal sabia que viveu durante 12 anos ao lado dela.