Estava frio e o lugar estava cheio de flores. Meus óculos escondiam à maquiagem borrada apos a noite turbulenta. Havia muita gente junto a mim, mas eu não me prendi a ninguém, fiquei todo o tempo parada em sua frente. O olhando sem pensar em absolutamente nada. Até que Chris se aproximou e me tomou em seus braços fortes e firmes e me olhou dentro dos olhos e disse: 

- Despedidas são difíceis - e enquanto me segurava em seus braços deixou escapar como um sussurro a seguinte frase: 

Então, afundei minha face em seus ombros cobertos com uma longa jaqueta preta e senti o cheiro de framboesa e canela de seu perfume, enquanto tentava conter o meu riso descontrolado

- Eu consegui agora tudo é nosso! - sussurrei essas palavras ao mesmo tempo em que engolia o riso e secava minhas lágrimas de crocodilo. 

Eu sabia que a morte do velhote não havia sido um acidente. Eu o matei, e estava disposta a levar esse segredo a meu leito de morte. E eu iria levar.

Me debrucei pela ultima vez no caixão escuro e luxuoso e me deixei escapar algumas lágrimas que eu havia guardado para esse momento. Até que chegou o momento, eles carregaram o seu caixão até o lugar o crematório. Christian estava com um cigarro entre seus dedos e eu o tomei. Olhei pela ultima vez para aquele que eu nunca mais desejava ver e repeti as seguintes palavras: 

- te vejo no inferno, seu cafetão idiota!

E eu arremessei o cigarro para junto de seu caixão, para que queime pela eternidade