Elegecky 360º — The Golden Angel

Episódio 10 – Escapando Por Um Triz

Retrospectiva: No último episódio, vimos que Spencer havia mostrado um livro para Elegecky, onde falava sobre paranormalidade. O que parecia ser uma leitura destemida se transformou em dramaturgia. Elegecky se via em um mar de lágrimas por não saber controlar este dom. Ao querer ir para casa, pede para Spencer que vá junto. Este é Elegecky Kale!

Na casa de Elegecky: O garoto chegou à casa um pouco ensopado pela água da chuva junto de Spencer. Seus olhos ainda lacrimejavam com intensidade, fazendo Spencer ficar preocupado com o mesmo. Kale resolveu subir para seu quarto sem ao menos falar com Spencer, porém o taxista logo foi atrás averiguar. O adulto reparava na dificuldade que o clarividente tinha para andar. Ele fora seguindo o pequeno pelos corredores escuros com uma visão completamente sem rumo. O mais velho não sabia o que Kale queria e até estranhou a atitude do menino. Eles andavam sem parar e lentamente, como se estivessem dando voltas em círculos. Elegecky ficou com sua respiração ofegante e logo parou no meio do corredor, sem dar alguma justificativa.

Spencer, cauteloso, perguntou:

— Kale, por que estamos andando em círculos por este corredor? — Enquanto isso os relâmpagos refletiam sobre a janela.

Mas Deipu continuava em silêncio. Seus olhos se voltavam apenas para a sua reta. Não queria saber de olhar para trás ou executar um novo movimento. Seus pensamentos estavam embaralhados por completo. O taxista estava começando a ficar com medo do jovem profeta ao ver que ele estava paralisado. A fim de tomar uma atitude diante daquela tensão de ficar cinco minutos parados no corredor, ele se transportou até Elegecky, lentamente, para tentar falar com ele. Seus passos eram enormes. Respirou fundo e ergueu seu braço até o ombro do amigo, que estava diferente. Quando ele encostou sua mão em Kale, algo estranho aconteceu. Passavam imagens desconexas em sua mente o deixando muito assustado. Em seus pensamentos, Spencer conseguia ver um revólver disparando e atingindo uma criança. Depois uma lâmina cortando a cabeça. Tudo estavam preto e branco na visão que ele estava pressentindo. Sua mente foi ficando escura de repente, como se estivesse voltando das imagens. Quando se deu por si, estava mais suado que uma baleia no oceano. Este estava em pé, porém Elegecky desmaiado sobre o chão. Colocou as mãos no garoto a fim de reanimá-lo e tudo que viu foi sangue escorrendo pelas suas mãos. A testa do garoto sangrava interminavelmente. No chão existiam picos de vidros quebrados, uma bala de revólver e uma lâmina. Ao notar o vermelho em sua pele levou um grande susto, soltando um grito de pavor imenso. Sua respiração naquele exato momento ficou transtornada. Respirava como se estivesse recompondo o ar após um afogamento. Após se recompor, tentou acordar Kale:

— O que aconteceu? Por favor, acorde! — Gritava Spencer pelos corredores escuros, mas o menino não acordava de forma alguma. O taxista resolveu levá-lo ao hospital. Para isso, o pegou no colo e saiu rua a fora.

Imaginação de Spencer Knowels: Eu estou completamente perdido! Primeiro, ele me chama até sua casa; segundo, vejo uma imagem aterrorizante em meus pensamentos; quando volto a si o encontro sangrando no chão, sendo que nada aconteceu para ter um corte profundo daquele, pelo menos no tempo em que estive desacordado.

Spencer viu um taxista estacionado no encostamento da rua logo à frente e o chamou. Iria levar o amigo para o hospital. Estava tão apavorado que até esqueceu que sabia dirigir e que tinha um carro. Seu objetivo era apenas um: salvá-lo.

— Por Favor, Depressa! — Exclamou Spencer.

— Meu Deus, o que houve com este garotinho? — O motorista colocou a mão no peito por causa do espanto.

Brasil, RJ Éspãn — Sexta-Feira, 12 de Fevereiro de 1999

Imaginação de Elegecky Kale Deipu: Está tudo azul... Completamente azul. Uma cor suavizada e bem pigmentada. Onde estou? No Paraíso? No Céu?

Ao abrir os olhos diante da luz azul que havia no teto, ele se deparou numa cama de hospital. Não sabia de nada que havia acontecido no dia anterior. Era uma amnésia devastadora. Sua visão estava um pouco embaçada. À sua frente havia uma poltrona branca, nela estava Spencer quase adormecendo. Deveria ter passado a noite em claro. Do lado do garoto existiam alguns aparelhos, em que um estava ligado no mesmo. Calculava seus batimentos cardíacos. A linha era verde.

A sua cabeça doía muito, estava bem dolorida. Quando foi colocar a mão na testa, percebeu um curativo gigante ocupando toda a superfície da área.

Ainda deitado, Elegecky disse:

— Spencer?

Ouvindo seu chamado, ele levantou do sofá, preocupado, em direção a cama onde estava deitado.

— Kale, você acordou!

— Por Que está tudo embaçado? — O menino perguntava com sua voz amena.

— Oh, deve ser o efeito do remédio.

— Ah.

— Me conta, como foi cortar a testa?

— Acho que tive uma premonição.

— Sério?

— Eu me vi cortando a cabeça. Tentei me desviar. Por um pouquinho não perdi a cabeça. — Falou sério.

— Eu tenho de te contar uma coisa, Kale.

— Ham?

— Quando fui tentar colocar minha mão no seu ombro vi imagens estranhas, semelhantes às que você viu. Mas também havia um revólver. Depois disso haviam pedaços de vidros sobre o chão. Não sei ao certo se era uma lâmina, porém era um objeto pontiagudo.

— Como fez isso, Spencer? — Perguntou admirado.

— Acho que um simples contato contigo me fez passar seus pensamentos.

— Não sei o que dizer.

— Os bandidos foram presos no final da tarde de ontem. — Spencer coçou a cabeça. — Tenho que te mostrar uma foto. — Disse colocando as mãos nos bolsos. Era uma 3x4.

— O que? — Retoricamente, perguntou Elegecky.

— Vê? Esta é uma foto que tiraram do lugar onde o vidro foi quebrado. A autópsia ficou espantada.

— Como pode... — O motivo de tanto suspense foi que havia a sombra de um menino no meio de tudo.

— Kale, o conhece?

T O     B E   C O N T I N U E D

Quando pensamos que sabemos de tudo, vem mais um fator para nos confundir. O que será esta sombra misteriosa? No próximo episódio, Guilherme será fundamental, até mais do que Spencer. Descubra o porquê em: O Último Suspiro