Anata no Gawa De escrita por Puella


Capítulo 10
Capítulo 10 - A decepção de Sakura


Notas iniciais do capítulo

De de 300 anos... rafha-chan está de volta e com tudo em cima ;)
Contém cenas fortes....
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/90485/chapter/10

“A ilusão é como uma rosa, linda para quem vê, mas dolorosa para quem se machuca em seus espinhos”.

Hoje eu acordei um pouco indisposta, ou melhor, ultimamente eu venho acordando assim, desde a semana passada, em que ele me disse aquelas palavras:
“Então é assim... pois bem, não vou mais perder tempo com você, você não merece nem um pouco do amor que sinto... eu não a odeio por isso, mas vou me esforçar ao máximo para esquecer que amei você um dia”.
“amei você um dia”
Nós quase não nos víamos mais e eu havia parado de frequentar a monitoria dele – embora estivesse precisando por causa das provas -, na real eu não tinha coragem de olhar pra ele, tinha medo que ele me tratasse com desdém, porque ele nunca o fez nem mesmo quando éramos mais novos quando ele me perturbava na escola.
E por incrível que parecesse eu já não conseguia me sentir tão apaixonada pelo Daisuke-senpai como antes, quando eu estava com ele às vezes a imagem do rosto triste do Li-kun me vinha na cabeça. Confesso que ele me disse coisas que me irritaram – que ele não devia ter dito – mas ele estava certo por eu ter feridos os sentimentos dele antes e agora. E só então eu parei e analisei que eu havia cometido uma crueldade com ele, eu é que havia sido a verdadeira crápula e não ele, afinal ele tinha sentimentos por mim eu não ao menos lhe dei uma resposta educada, desprezei-o simplesmente.
E como eu não aguentava mais remoer isso dentro de mim, eu resolvi me abrir com a Mineko-chan, eu contei tudo desde o início, da primeira declaração até o triste episódio de duas semanas atrás.Ao final de tudo ela me olhou com os lábios retos e sem expressão.

– Sakura-chan... você é uma idiota.

- Heeeee! – eu me espantei diante da resposta fria e seca dela

– Mas... eu...

- Você magoou o Li-kun, pior ainda, magoou ele duas vezes! Ta na cara que ele é muito melhor que o Daisuke!

– Não! Agora você está falando igualzinho a ele – eu falei começando a me irritar – eu admito, eu feri os sentimentos dele, e eu... eu não sei o que fazer... – comecei a falar mais baixo.

– Sakura chan... – ela segurou a minha mão entre as dela e disse com olhar terno – não estou brigando com você, só estou sendo franca. E esse remorso que você está sentindo significa uma coisa só: você se importa com ele, então, sinceramente eu acho que você deveria pedir desculpas a ele

– M-me desculpar com ele?!

– Sim – Mineko-chan pareceu adivinhar meus pensamentos – e se ele não quiser te ouvir, pelo menos você tentou fazer a sua parte.

– Acho que vou tentar – falei forçando um sorriso otimista.

– Agora sim eu estou falando com a minha amiga de verdade!

– Bem pessoal por hoje é só! - finalizei a aula e esperei que todos saíssem da sala, restando ainda Harada-san que tinha ficado para me ajudar.
– Arigatô Harada-san – eu falei para ela, notei que suas bochechas estavam rosadas.
– Imagina Li-kun – ela falou envergonhada – eu que lhe agradeço, você tem nos ajudado muito, até o numero de alunos da monitoria duplicou, você tem muito jeito para dar aulas!
– Que isso imagina – eu falei agora, um pouco sem graça, detestava elogios vindos do sexo oposto – só estou quebrando um galho, nada de mais!

- Eu não acho isso. Você é que é muito modesto.

Eu ri um pouco do comentário dela, nunca alguém havia dito que eu era modesto, e particularmente nunca achei que eu fosse...
– Pelo menos eu consigo fazer você rir um pouco – ela falou agora suavizando o olhar - é que você andava tão distante ultimamente, algo te perturba?

– Harada-san... - eu fiquei um pouco sobressaltado – bem... é não é nada eu...

– Tudo bem não precisa falar nada – ela disse rapidamente – mas, se por acaso você quiser falar com alguém... você pode conversar comigo Li-kun – a essa altura ela estava com as bochechas bem vermelhas.

– Claro, obrigado Harada-san.- Até amanhã então – ela disse indo até a porta.

– Até – eu respondi e então ela saiu. Depois disso eu me afundei na cadeira olhando para o bolo de exercícios daquele dia, e fechei os meus olhos dando um pesado suspiro.De repente senti como se estivesse sendo observado por alguém. Olhei para o lado e vi ela parada na porta me olhando.

Senti um medo repentino quando ele olhou na minha direção, a principio ele pareceu surpreso mas logo depois fechou a cara e virou para a frente sem me encarar.
Eu juro que se eu pudesse pedir para que um buraco aparecesse e me engolisse. Eu olhei para o chão, as palavras pareciam desconexas dentro da minha cabeça, e eu não sabia como começar aquela conversa, se é que aquilo poderia ser uma conversa.
– Diga logo o que quer - ele falou me acordando de meus pensamentos e quando o fitei ele estava em pé próximo a lousa de costas, sem me encarar.

– Eu...- Não demore muito, não tenho muito tempo – ele disse num tom casual ainda que meio seco – preciso sair mais cedo hoje Kinomoto-san.

“Kinomoto-san? Desde quando ele me chamava assim? O que houve? Ele sempre me chamou pelo primeiro nome?”

– Er... Li-kun – eu falei um pouco receosa – é que eu queria falar com você...

- Quer aulas de matemática? - ele me interrompeu, um pouco sarcástico.

– Não! Não vim falar sobre isso – eu falei começando a me irritar – é que eu tenho algo pra te dizer...

– Olha Kinomoto-san, se não é nada relacionado a matematica então sai e me deixe sozinho, por favor – ele disse aquilo um pouco mais baixo, e notei como ele apretavava um de seus punhos fechados com força.

– Li-kun... gomenasai – eu disse aquilo tão baixo que eu nem sei se ele me escutou, então eu tomei coragem e falei mais alto – Gomenasai! Me desculpe por aquele dia, eu... eu não devia ter sido tão dura com você, afinal você apenas me disse o que sentia nee?
Ele virou agora me olhando com os lábios retos, seu olhar era indecifrável. Logo depois ele encarou um canto qualquer.
– Por que está dizendo estas coisas?

– Porque... eu, eu tenho pensado muito em você ultimamente, e você estava certo, eu estava te magoando, e eu me senti muito mal naquele dia... e eu... - uma lagrima caiu de meus olhos – eu me importo com você Li-kun!

Ele me olhou com certo espanto.

- Sakura... - ele me chamou pelo meu apelido e chegou mais perto de mim.

- Me desculpe... - eu falei com a voz meio embargada.

– Me desculpe também, eu também disse certas coisas pra você – ele disse isso me abraçando logo em seguida, eu fiquei sem reação – acho que ambos devemos desculpas um ao outro nee?

Meu rosto corou levemente e fechei os olhos de vergonha, sentindo aquele abraço tão morno, então eu me afastei um pouco dele e olhei em seu rosto e ele também estava um pouco corado.

Não sei quem começou mas quando eu dei por mim, eu estava beijando o Li-kun, achei que minhas pernas iam cair mas ele me segurou, e de maneira muito estranha eu desejei que aquele momento durasse eternamente. Só nos separamos pela falta de ar mesmo.

– Eu – dissemos ao mesmo tempo – desculpe-me!

- Bem... - eu falei olhando para o chão – eu já vou indo, até logo – e sai correndo em disparada.
– Já nee... - eu disse enquanto via sua silhueta sumir pelo corredor.

Já em casa eu estava no quarto deitado, me lembrando de tudo o que tinha acontecido, e que de certa forma havia algo muito diferente nela, suas reações, o beijo... em fim, ela até me pediu desculpas.
“...eu me importo com você Yuki-kun!”
Só de imaginar que ela se importava comigo, ainda que não gostasse de mim do jeito que eu gostava dela, eu já me sinto feliz ainda, ainda que seja por apenas isso.
Era quase fim de tarde quando eu sai da sala de aula, olhei para a janela e vi aquele céu escuro. “Vai chover bastante” pensei consigo mesmo, cruzei o corredor descendo a escada até local dos armários indo até o meu. Ao abrir o meu armário eu encontrei um pequeno bilhete rosa escrito: “me encontre perto entrada da escola”. Não nome nem nada. Seria uma admiradora?Curioso, eu peguei minhas coisas e fui até a entrada da escola, ainda não chovia mas, pelo tamanho das nuvens não demoraria muito para que a água despencasse do céu, lá encontrei uma garota de costas que ao perceber minha presença virou o rosto na minha direção, na mesma hora eu fiquei surpreso.

– Harada-san – eu falei olhando para a garota a minha frente. Um pouco corada.

– Li-kun – ela respondeu, agora mais corada.

- Você queria falar comigo?

– Sim... - ela disse escondendo o rubor – há algo que eu queria muito lhe dizer...
Só pode ser brincadeira... já até imagino o que é. Droga.

– Eu... eu gosto muito d-de você Li-kun!

Droga. Não é justo, ela é uma garota legal, só que...

– Harada-san... me perdoe, mas eu não posso retribuir os seus sentimentos – vi seu rosto formar uma expressão triste, merda! Odeio fazer isso com garotas.

– Há algo errado comigo? - ela perguntou ainda triste.

– Não, não – eu falei rapidamente – Harada-san, você é uma garota kawai e muito inteligente, acredite não tem nada a ver com você, é que na verdade o problema sou eu, ou melhor, o meu coração que está confuso...

– Hum... - ela sorriu fracamente – então há alguém de quem Li-kun goste muito nee? Invejo essa menina...

– Harada-san, por favor eu não quis...

– Daijoubu Li-kun – ela voltou ao seu sorriso normal – é por isso que eu gosto de você, és muito gentil.

– Obrigado.- Mas pelo menos podemos ser amigos nee?

– Claro – respondi alegremente – pode ter certeza que sim.

– Isso já me deixa feliz, porém eu posso lhe fazer um pedido?

– Claro!

– Pode parecer estranho, mas, eu posso dar um beijo em você?- ela disse isso bem vermelha.

– é...- bem pelo menos eu iria proporcionar um momento feliz a ela – tudo bem, você pode sim... - agora quem tava vermelho era eu.

Eu a beijei, e nós mesmos percebemos que nem eu e nem ela sentíamos nada depois dele. Após isso, ambos seguimos nossos respectivos caminhos de volta para casa.


– Yo Sakura-chan!Quê que você tem hoje hein?

Olhei para o semblante do meu namorado, ele parecia um pouco aborrecido. Estavamos dentro do corredor que levava aos vestiarios, não tinha quase ninguém ali.

– Gomen Daisuke... é que eu estava um pouco desligada...

– você parece distante gracinha – ele falou enlaçando a minha cintura

– Quando vai me pedir em namoro? - eu perguntei pela quinta vez naquela semana - eu queria que a gente fosse oficial, que você fosse conhecer os meus pais sabe?

– Relaxa, para mim você já é a minha namorada -

– Mas se fosse assim andaríamos juntos publicamente pela escola – eu falei visivelmente chateada e saindo de perto dele.

– Ah Sakura-chan!

– Anda logo! O que falta pra você assumir que a gente tá junto?

– Você quer mesmo saber – de repente ele tomou uma postura diferente e me enlaçou com seus braços pra bem perto dele e tornou-m a dizer com a voz rouca – é simples, vocês ó precisa provar o quanto gosta de mim – ao dizer isso ele me abraçou com mais força.

- Mas eu gosto de você senpai – eu disse levemente corada.

Ele continuou me abraçando, e logo senti ele beijar o meu pescoço, um doce arrepio subiu pela minha nuca e logo depois e voltou ao meu rosto e me beijou, porém logo depois o seu beijo assumiu uma forma um tanto possessiva, que me assustou de inicio mas ele me segurou pela cintura evitando que eu me soltasse, com uma de suas mãos ele começou a apalpar o meu seio, e com a outra ele deslizou pela minha cintura até alcançar o meu quadril massageando minha coxa . Senti um misto de prazer repentino que logo deu lugar ao medo quando sentir que ele colocava a sua mão dentro da minha saia a fim de tirar …

– NÃO! - eu me soltei abruptamente dele dando lhe uma bofetada, meu peito doía e minha respiração saia com certa dificuldade

– Me solte!

– Ficou maluca! - brandou ele com um filete de sangue que escorria pela boca. - O que deu em você?!

– Por que você estava fazendo isso comigo?

– Oras! - ele falou se aproximando de mim – Não me venha com isso, é simples não precisa ter medo. Você vai gostar – ele terminou com um sorriso sedutor – Todas gost... ops!

– O quê? Todas? - eu senti que minha garganta iria queimar

.- Isso não importa, vamos não há o que temer – nisso ele me prensou pela parede e beijou o meu pescoço novamente – Sakura-chan...

– Não por favor, pare... - ele me silenciou com seus beijos, senti que ele estava desabotoando o meu uniforme, uma lágrima caiu de meus olhos.As pessoas que se importavam comigo me avisaram...

Mineko-chan...
“ É impressão minha, ou esse cara tá te enrolando....”“Quando ele vai te pedir em namoro?

E.. até mesmo o Li-kun...

“Me escute você! Acha mesmo que aquele idiota vai mesmo namorar com você? Se ele gostasse mesmo de você ele já teria te pedido em namoro. Ou você acha que é única garota para quem ele tem olhos... Acorda garota...”“ Sei... aquele sempai não sente nem um terço do que eu sinto por você. Ele apenas te usa como uma mera distração.”

Como se atreve a dizer isso! Quem você pensa que é para dizer isso?!

Alguém muito melhor do que ele. Alguém que te ama de verdade....



É uma pena, não vai demorar muito pra você sair por aí choramingando pelos cantos por causa dele...”



– Não... NÃO! - por mais que eu tentasse ele não me largava, até que num fio de esperança quando ele ia desabotoar a calça eu me aproveitei e lhe dei um chute nas partes baixas e sai correndo com meu uniforme desabotoado.


Idiota. Idiota. Idiota!

Tudo que eu sentia agora era nojo, nojo dele, nojo... de mim mesma por ter acreditado nele...Corria sem rumo pela rua, chovia pesadamente e o frio cortava a minha pele, lágrimas e mais lágrimas caiam sob a minha face. Até que eu corri para dentro da praça, minha visão havia se embaçado com a água da chuva e das lágrimas, corre tanto até que eu trombei com uma pessoa que vinha na direção oposta, com o impacto eu cai no chão, envergonhada eu não tinha a coragem de levantar o rosto...

– Sumimassen...

Logo fui surpreendido por uma garota trombou em mim, com a pancada ela caiu no chão, ela pediu desculpas ainda cabisbaixa, olhei mais atentamente, ela usava o memso uniforme que o e seu corpo estava completamente encharcado pela chuva... só que...

– S-sakura-chan!

A garota levantou o rosto eu pude ver que era ela. A imagem dela me causou uma grande angustia, ela chorava, seus olhos translúcidos estavam inchados e sua roupa estava um pouco desabotoada.

– O que houve?!

– Li-kun... - nisso ela se desatou a chorar, eu rapidamente larguei a sobrinha e me aproximei dela, de supetão ela me abraçou com muita força chorando alto

.- Você... estava certo sobre tudo... sobre ele

.- O que? - logo eu senti um frio cortante em minha espinha

.- Me leva pra casa... eu to com tanto medo... por favor...fica comigo...

– Sakura-chan, não se preocupe... eu estou aqui – peguei carregando-a no meu colo - eu estou aqui agora...



Não há o que temer... eu estou com você


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem bjs!