Chance escrita por Haku Shishi


Capítulo 5
Chance #5




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Chance #5

Tetsuya sente um pano úmido molhar sua testa, suavemente, como um toque angelical que acalmasse a mente perturbada do garoto.Apesar das dores que sentia no corpo, ele foi capaz de abrer lentamente os olhos e observar Nanaya passando a mão em seu rosto, sorrindo, meio que compadecida com o estado do garoto. No momento Tetsuya nem falar conseguia, apenas mirou o teto, onde havia escrito em sangue: “Tanto ela quanto o irmão dela estão na lista. Assim que você recuperar as forças, mate-os.” Tetsuya concorda silenciosamente com Second, fecha os olhos e volta a dormir.

Nanaya: - Suspira, passando a mão na testa – Todos pensavam que você tinha sido seqüestrado...e eu te acho deitado na rua...hmm... – Estava meio sem jeito de conversar com o garoto, quando olhava pra ele, lembrava do que fez com ele na piscina – Eu, vou descer, ok? Qualquer coisa você grita...

Nanaya desce as escadas lentamente, suspirando, parecia que 500kg pressionava as costas da menina, um peso enorme, de ver o garoto em tremendo sofrimento, como se fosse sua culpa. Yoshiki vem subindo ao mesmo tempo que Nanaya desce, olhando feio para a irmã.

Yoshiki: Não gosto desse merda, se eu bati nele antes era porque ele merecia, só não bato novamente porque mamãe quer ajudar ele...espere só ele dormir pra você ver.

Nanaya: O que há com você?! Ele está sofrendo bastante! Foi seqüestrado e perdeu os pais e os irmãos! Da um desconto! ...Depois do que você fez pra ele...

Yoshiki: Não fui eu quem o empurrou na piscina, mesmo sabendo que ele não sabia nadar, né, irmãzinha?!

Nanaya: Eu me arrependo disso! Eu tentei pedir desculpas pra ele!...eu...tentei... – Passa a manga da camisa no olhos banhados em lágrimas...se contendo –

Yoshiki apenas empurra a irmã pro lado e sobe pro quarto, trancando a porta. Na sala, a mãe de Nanaya avisa a menina que vai levar o menino na delegacia no dia seguinte, aprovando a atitude da irmã de ajudar o colega, talvez ela estivesse fazendo isso como um modo de se redimir.

Tetsuya: Second-sama... – Tetsuya olha para o lado, observando a janela, onde tinha a resposta no vidro: “Você precisa se controlar Tetsuya, senão seu corpo não vai aguentar. Eu sinto que você está ficando muito forte, mas se não for com calma, você morre antes de completar sua missão.” - ...Eu preciso de mais força...para matar os dois. – Suspira, olhando para o chão, virando a cabeça de lado: “Você poderá matar os dois ainda hoje, sinto que seu corpo está voltando a absorver minha força, não é muita, mas o suficiente.”. Tetsuya se assusta ao ouvir o trinco da porta girar. Fecha os olhos, fingindo dormir –

Nanaya entra lentamente, deslizando o pé calçado com a meia branca pelo piso do quarto, para não fazer barulho. Sentando ao lado de Tetsuya, na cadeirinha, ela sorri, observando o garoto que “dormia”.

Nanaya: Tetsuya-kun... – Desliza suavemente a mão do rosto do menino – Sabe...eu queria me desculpar, pelo que fiz, naquele dia...eu, estava com minhas amigas...e me deixei influenciar, eu aprendi um pouco com isso...você poderia ter morrido... – Suspira, sorrindo, dando um longo beijo na testa dele – Mas sabe...desde aquele dia, da piscina...eu senti algo por você...não entendi bem o que era, eu só queria...saber se você leu a carta que eu deixei no seu armário...seria legar se você tivesse ido fazer compras comigo...mas...de certa forma, estou feliz...feliz...porque você está aqui...

Nanaya desliza suavemente a mão pelo peito do garoto, inclinando novamente a cabeça, dessa vez, os lábios se encontram com os do garoto. Nanaya força um pouco mais, acabando por entrar com a língua na boca de Tetsuya, forçando um beijo...meio que morto, já que não era correspondido. Tetsuya sente apenas a boca quente da garota, só isso, pois sem alma, não pode sentir o amor que Nanaya transmitia com aquele beijo, o amor que não podia salvar a alma do garoto.

Nanaya: ...Heh...que idiota...lógico que você não vai gostar de mim depois de tudo que eu fiz pra você... – Fica de pé após cobrir o corpo do garoto, saindo do quarto de hospedes. –

3 da manhã em ponto. Horário da morte de Yoshiki, apenas o corpo dele estava deitado na cama, a cabeça estava desaparecida. Passos suaves fazem os degraus da escada rangerem...a maçaneta da porta do quarto de Nanaya gira, Tetsuya entra, imponente, segurando o “pé-da-cama”, que tinha arrancado. O objeto estava banhado em sangue. Nanaya estava vidrada no seu computador, fones de ouvido impediam que ela escutasse barulhos externos. Tetsuya se aproxima, lentamente, erguendo o bastão atrás da garota.

Nanaya: - Nanaya digitava em uma velocidade incrível, parecia que estava terminando, pois falou em voz alta o que havia digitado por último: “Então quando você acordar, Tetsuya, a gente vai comprar roupas pra você...ok? Me espere, volto logo da escola, Nanaya.” – Bem, espero que ele não se assuste quando acordar amanha e ver que não tem ninguém em casa... – Suspira - ...Obrigado por ter feito Tetsuya entrar na minha vida...de um modo tão repentino...mas...maravilhoso.

Tetsuya sente um calor no ambiente e olha pra trás, observando a parede: “Você não vai sentir nada ao fazer isso, Tetsuya? Mesmo sem sua alma, minha alma também possui sentimentos.”

Tetsuya: ...Nada irá me atrapalhar. – Tetsuya ergue o “pé-da-cama” e golpeia forte a nuca da Nanaya, que afunda a tela no monitor por causa do impacto, tendo convulsões seguidas de espamos violentos após ser eletrocutada pelos fios internos do monitor. O corpo dela se acalma...mas com um cheiro horrível de carne queimada.

Ghost passou as mãos no cabelo, estava indo para a loja de conveniências, ao ouvir seu rádio que interceptava anunciar uma ocorrência em uma localidade perto de onde estava, ignorou, não achou importância naquela notícia. De repente o celular do detetive toca, Ghost atende meio assustado, odiava a incoveniencia daquele aparelho. “Não ignore todos os chamados, alguns são bastante importantes.”

Ghost: ...As vezes acho que você sabe mais que eu, senhor. – Ele da meia volta no carro e acelera ao local que era dito no rádio. –

Ghost chega rápido ao local, observando os policiais em volta, ele pede o relatório, afirmando ser um detetive local, que investigava casos de homicídios familiares. Mãe, filha e filhos mortos brutalmente. Simplesmente jogou a prancheta no chão e tirou a luva da mão, estendendo o braço para cima. Sentiu o braço todo arder e apontou a mão em todas as direções, correu na que emanava mais calor. Sentia que estava perto de Tetsuya, corria com todas suas forças, a mão estendida, guiando o profissional.

Tetsuya: ..Droga...- Ia praticamente se arrastando pela esquina, olhando para o chão: “Você não deveria ter usado mais poder para matar aquela mulher, a mãe deles, agora você vai ter que descansar mais.” – Tudo bem...tudo bem... – Tetsuya observa bem o fundo do beco...estranhando, sentia algo –

Ghost apontou a arma pra cabeça de Tetsuya, a mão ainda sem luva. Deu dois passos, olhando para para o garoto, sentia o peso do poder dele, sentia a aura negra de Second rodeando o garoto.

Ghost: Entidade que possui esse garoto! Seu tempo acaba aqui! – Mais dois passos, ficando a uma distância considerável de Tetsuya – Liberte o garoto!

O chão começa a tremer, latas de lixos cuspiam sacolas sujas para todos os lados, metais e vidros estilhaçados no chão começavam a levitar. Tetsuya dispara todos esses objetos em direção de Ghost, em uma velocidade absurda.

Ghost: Amador. – Larga a arma, mas ela não cai no chão. Ghost entende a mão sem a luva, uma onda dourada é emanada da mesma, ele para todos os objetos que eram atirados em sua direção, deixando os mesmos “levitando no ar”. Calmamente, pega sua arma que também “levitava” e passa entre os metais e vidros, encostando o cano da arma na testa de Tetsuya, que apenas encarava o detetive, despreocupado. – Saia do corpo do garoto.

Em um rápido movimento de mão, Tetsuya segura a mão direita de Ghost, que sente como se estivesse sendo esmagado por toneladas de metal. Uma energia negra horrível era transmitida do corpo de Tetsuya para o detetive. Ghost tremia, olhou para o menino, mas no lugar dele, viu Second, aquela criatura medonha de 3m, observando Ghost com seus olhos vermelhos e penetrantes.

Second: Professor, você sabe...muito bem do que sou capaz, não me desafie.

Uma explosão faz a os muros do beco racharem, Ghost é lançado com violência para trás, desmaiando com o impacto contra a grade de metal.

Tetsuya: - Cai de bruços no chão, vomitando. Vultos vermelhos e negros começam a surgir ao redor de Tetsuya, uma forma medonha vai se concretizando atrás dele. 3 metros, 3 chifres, olhos fulmegantes e corpo quase que em chamas. Second em sua forma física, pega Tetsuya no colo, falava, mas parecia um rugido infernal – Mais um pouco...e me livro do moleque e desse detetive...

Ghost gemia no hospital, virava a cabeça de um lado par ao outro, via um mosteiro em chamas, depois um demônio no meio dessas chamas, viu a si mesmo, com roupas antigas, também no meio dessas chamas. Tudo isso vinha em imagens rápidas e quase impercetíveis. Acorda atordoado, deitando logo após a enfermeira chegar com remédio para dor de cabeça.

Ghost: - Olhando para a mão direita, ainda sentia seu poder, fraco, mas sentia - ...Ele roubou meu poder...e estou tendo...sonhos estranhos...

Não demorou muito para Ghost receber alta, 3 dias, afinal, eram alguns arranhões e machucados, nada demais. Em casa o detetive pegou seu gravador, observando toda a cidade por sua janela.

Ghost: Quinto momento da investigação: Tetsuya não age faz 5 dias. Então ele realmente precisa se recuperar bastante tempo por ser um Receptor fraco. Tenho certeza de que quem me tocou foi o demônio que possui o garoto, tive uma visão nítida dele, mas não lembro de ter visto aquela imagem em livro algum. Tenho tido vários pesadelos, com aquele mosteiro, acho que a resposta para todo esse mistério está lá. Amanhã mesmo irei para a Itália. Aproveitei também para visitar o detetive Nomura, ele me pediu um relatório da investigação, eu dei por consideração pela ajuda, omiti alguns fatos lógico, ele sai de lá amanhã. Finalizo. – O celular de Ghost toca, ele suspira e atende – Sim, sim. Logo pegarei ele, a resposta está em um mosteiro na Itália...ok. – Desliga o celular – Bem, patrão misterioso, seu caso vai ser resolvido...logo, logo.

Second: - Deita Tetsuya no chão de uma casa em ruínas. Caminha até a janela, apenas alguns passos fazem seu corpo sumir lentamente, como se fosse consumido pelas sombras - ...Ainda estou bem fraco...nessa forma... – Olha para Tetsuya no chão, dormindo – Só mais um pouco, garoto...e você será minha chave...para liberdade. – A boca do demônio se abre em um sorriso demente e tenebroso –

Continua.


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