Os alunos passaram o dia conversando e jogando jogos idiotas na beira do mar. Ao cair da tarde, a professora retornou com várias frutas e as jogou para todos. Alt Brooks, ao pegar uma maçã, pensou na  irmã – ela odiava maçãs – e se deu conta de que não tinha voltado.

- Professora, você viu onde Melinda foi? Ela não voltou ainda e...

- Albert, eu acabei de andar quilômetros nessa floresta para o lado oposto ao que sua irmã foi e você espera que eu saiba dela?

- Desculpe-me. – Ele olhou para baixo, lutando para não respondê-la de forma grosseira.  Virou-se de costas para ela e foi até o avião. Pegou duas mochilas e encheu de coisas úteis para acampamentos. Tais coisas ele encontrou na mala da irmã, que sempre levava objetos estranhos em viagens Também colocou algumas roupas para ela em uma das mochilas, e finalmente estava pronto.

Olhou para o grupo e, ao ver que ninguém o olhava, suspirou e entrou na floresta, caminhando para o leste.

- Albert! – Uma voz conhecida o chamou quando ele passou da primeira árvore. – Cara, espera aí!

- Bieber, cai fora. – Ele se virou para responder a quem chamou.

- Não. Mel sumiu, não é? Vou atrás dela também.

- Tá sonhando, Bieber? Você acabou com a minha irmã, não se importou com ela, e agora banca o bonzinho? Não me importo com as milhares de fãs que você tem que te acham o garotinho perfeito, eu vi o que fez a ela, não vou deixá-la ser machucada outra vez por você.

- O que aconteceu entre mim e sua irmã é assunto nosso, não seu. Eu errei feio com ela, acha que não sei?

- Foda-se. Foi fácil para você. Ela sofreu, idiota.

- Mas errar é fácil. – O garoto murmurou. – E você não pode ir sozinho, ou só vai piorar para ela. Se você se machucar, ela ficará sozinha.

- Se você for, ela ficaria comigo machucado e com você para ter que tomar conta. – Alt parecia prestes a explodir.

- Não mesmo. Eu a forçaria a voltar sem você. – Justin não perdeu a calma.

Alt não pôde deixar de sorrir.

- Que seja. – Falou, por fim.

Os dois caminharam apressados floresta adentro, gritando o nome dela. Quando perceberam, já tinha escurecido. Alt tirou duas lanternas de uma mochila e passou uma ao colega.

- Ela pode ter voltado. – Alt comentou.

- Improvável. – Eles pararam diante de um barranco perigoso. – Lado errado.

Alt bufou e desviou do caminho, indo para o lado. Quando ele o fez, a luz de sua lanterna reluziu em algo lá embaixo.

- Melinda? – Bieber gritou.

Nada. Alt o chamou, impaciente e irritado. Um trovão anunciou a chuva próxima, e os dois já estavam congelando de frio. Ignorando o irmão de Melinda, o outro garoto voltou a iluminar o barranco.

E, ao fazê-lo, a luz foi refletida outra vez. Ele se inclinou para tentar enxergar.

Pisou na beira do barranco. Primeiro erro.

Se inclinou mais. Segundo erro.

E seu terceiro erro foi um movimento brusco. Ele deslizou e rolou, batendo em pedras e se arranhando em espinhos. Um tranco caído impediu que ele continuasse rolando, e ele sentiu tudo girando quando suas costas se chocaram ao tal tronco.

Com esforço, ficou de pé e iluminou o tronco, só para ver se era mesmo um tronco. Depois apontou a lanterna para cima e viu, aliviado, que não seria difícil subir. Só seria cansativo.

Então, sem pensar direito, iluminou além do tronco, e congelou.

A alguns metros de distância, pouco mais abaixo, inconsciente, estava Melinda.