Começo ou fim?

Finalmente! Hoje é meu aniversário de 16 anos. Minha mãe disse pra eu me encontrar com ela no shopping depois que eu ir ao salão de beleza e comprar minhas roupas, segundo ela iria me fazer uma surpresa.  Ainda eram 12h30min e eu iria me encontrar com ela as 19h00min. Entrei no salão de beleza e fui me arrumar com o meu cabeleireiro preferido e melhor amigo: Jimmy Webers, bem mais conhecido como Lenny, não me perguntem por que o apelido se o nome é muito diferente. Eu sempre pergunto pra ele, e ele diz:

“Meus namorados sempre me chamavam assim. Apelidos carinhosos meu bem.”

Assim que entrei e ele veio correndo e me abraçou.

- Minha moranga! Tá sumida menina! Tava com saudades bicha louca! – sim ele é gay. – e ah! Feliz aniversário bofa! Que você seja muito feliz!

- Ah obrigada Lenny! Sumi nada! Eu sempre te ligo e você não atende... Mas então. Vamos sair mais tarde? Quero ficar bem bonita! Minha mãe vai me fazer uma surpresa!

- Claro minha nega! Vou te deixar uma deusa! Não que você não seja. Mas nunca duvide de meus dons. Hoho.

- Nunca. Você é o melhor Lenny!

- Vamos logo bicha louca! Que horas é o balacu-Bacu?

- Calma Lenny, são as 19h00min, mas eu quero fazer compras e você vai comigo.

Passei 3 horas no salão, mas fiz as unhas uma bela hidratação e escova no cabelo, limpeza de pele e depilação. Sai arrasando. Eu e Lenny paramos nas lojas de perfumes e maquiagens em geral. Comprei dois ótimos perfumes, que foram uma fortuna, um estojo de maquiagem que Lenny me obrigou a comprar, o estojo tinha 150 tonalidades e cores diferentes. Comprei batons e alguns produtos para o cabelo. Gastei naquela loja cerca de uns cinco mil reais. Depois fomos às lojas de roupas e sapatos, comprei três vestidos muito fofinhos e um bem estilo rock, um espartilho preto com o laço de trás vermelho – tenho uma coleção de espartilhos, adoro isso. Acho tão elegante e sexy ao mesmo tempo – comprei também duas calças jeans de cores normais, e calças skinys das cores: roxa, azul, Pink e preta. Comprei um coletinho para usar com qualquer blusinha, e muitas blusinhas, mas as que eu mais gostei foram: a do rosto estampado na frente e lateral da blusinha, a do bob esponja, uma que era uma historia em quadrinhos, e uma que era como se fosse uma blusinha de pijamas, por que era toda com desenhos dos happy tree friends. E comprei uma blusa de frio linda, com o fundo branco e os diversos desenhos roxos e azuis de tons diferentes. Depois fomos às lojas de sapatos, comprei um sapato boneca rosa chiclete e um preto com a parte do solado em vermelho, um all star cano médio roxo, uma Nike da cor branco cinza e verde azulado, e uma sapatilha preta que eu amei. Nessa brincadeira de comprar gastei quase 12 mil de 500 reais, sorte que minha mãe tem bastante dinheiro, e é meu aniversario então eu posso gastar certo? Ou não.

Eu e Lenny depois de colocar tudo no carro dele fomos para a praça de alimentação, já era 19h30min e minha mãe não estava aqui, nem ligar ligou. Quando deu 20h dois seguranças pararam na nossa mesa.

- Srtª Bricely? – perguntou um dos guarda-roupas.

- hãn... Sim sou eu. Posso ajudar em algo?

- Sim, er... Não sei como dizer isso, mas, tem dois policiais lá fora querendo falar com a senhorita, teremos que escoltá-la ate lá fora. E o senhor também senhor Webers.

Eu e Lenny nos levantamos e fomos pra fora com todos nos olhando. Quando chegamos onde os policiais estavam, eu me senti estranha, como se algo muito ruim fosse acontecer, Lenny me olhava preocupado.

- Srtª Bricely? – perguntou o policial ruivo

- Sim, posso ajudar em algo?

- Sim, na verdade é sua mãe.

- O que ela fez? Ela foi pra cadeia?

- Não se preocupe com isso... É outra coisa. Ela sofreu um assalto, levou um tiro e esta hospitalizada. Sinto muito.  - fiquei paralisada. Como... Meu Deus porque só acontece comigo?! - Ela pediu para que achássemos você. – As lagrimas já estavam escorrendo, parecia mais uma cachoeira - Ela quer te ver.

- Claro onde ela esta?  - perguntei soluçando

- Ela esta no hospital Albert Einstein. – disse o policial moreno

- Lenny você me leva lá? – disse abraçando ele. Ele estava chocado. Estava chorando comigo.

- Claro minha querida! Vamos ver como ela esta... – disse ele chorando também

- Nos acompanhamos vocês. – disse um dos policiais

- Ok. – respondeu Lenny

Entramos no carro de Lenny e fomos para o hospital. Houve um problema na hora de eu entrar, mas os policiais resolveram, quando entramos na sala, minha mãe estava conversando com o advogado dela.

- mãe? – perguntei num gemido.

- Own meu bebe vem cá! – disse ela com muita dificuldade, estava cheia de aparelhos e com curativos para todos os lados. Abracei-a com muito cuidado.

- O que aconteceu mãe? Você vai ficar bem?

- Filha, eu preciso que você seja forte! Quero que você encontre seu pai, eu já falei com o advogado sobre isso. Ele vai te levar ate seu pai, e sua herança poderá ser retirada da sua poupança quando você fizer 18 anos. Eu te amo filha.

- Mãe... Não diz isso. Vai ficar tudo bem – eu disse chorando. – você vai ficar bem mãe. Você logo vai sair daqui, e vamos viver como uma família de novo. Eu e você. Você e eu.

- Desculpa bebe, eu não sei se vou conseguir sair dessa. Olha não se esqueça que eu te amo muito. Nunca se esqueça de mim.

- Mãe...

- Shhhh! Olha, toda vez que a luz entrar pela janela, será eu indo te ver, de todas as estrelas no céu, a mais brilhante sou eu. Eu nunca vou te abandonar, eu sempre estarei La de cima te vendo. Sempre que precisar de mim eu vou estar lá. Eu te amo meu bebe. – eu já estava chorando muito, mas escutei um barulho muito estranho, era o bip que media os batimentos cardíacos... Ele parou? Não! Não ela não pode me deixar... O corpo que agora eu abraçava ali estava sem vida. Eu comecei a gritar por socorro, senti duas mãos me tirando de perto da minha mãe, vi os médicos tentando reanimá-la depois não vi mais nada.

Eu estava sentindo uma dor horrível no corpo. Quando abri os olhos vi que não era um pesadelo. Eu estava no hospital, e minha mãe estava morrendo... Olhei pros lados e eu estava deitada no colo de Lenny, ele estava dormindo. Tentei levantar sem acordá-lo mais não deu muito certo. Ele acordou.

- Hey não sai daqui não moranga! Vem cá. Ta tudo bem agora?

- Não sei... Como esta minha mãe?

- os médicos logo virão moranga... Logo. – disse ele me abraçando.

Depois de quase 10min de espera um medico veio me dar notícias.

- Srtª Bricely.

- Sim, como esta minha mãe?

- Bom, ela faleceu. Sinto muito. Fizemos tudo o que foi possível.

Não respondi nada. Só sentei e chorei, chorei muito, não sai do mesmo lugar por 1h30min, chorei tudo o que não chorei durante 16 anos. 

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