The Chosen One escrita por Ducta


Capítulo 10
Welcome to the Camp Half-Blood




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Não sei bem quantas horas Justin dirigiu. Só percebi que ele se guia o Sol e eu não sabia pra onde.
Já era noite, eu estava com fome e pela expressão dele, ele também estava. Eu me ofereci para dirigir para que ele pudesse dormir um pouco, mas ele disse que não se sentia cansado ainda.
Tentei conversar, perguntar aonde iríamos e porque não podíamos parar para comer alguma coisa.
Ele me olhou por um longo minuto antes de responder:
- Eu sei mais coisas do que você, por isso eu sei que não podemos parar. - Ele respondeu outra vez chegando o retrovisor.
Eu tentei não ficar chateada com seu tom seco, disse a mim mesma que ele devia estar apenas confuso com aquilo tudo, assim como eu.
Em tom baixo e calmo tentei perguntar se ele podia apenas me dizer pra onde iríamos, mas ele balançou a cabeça.
Ficou óbvio pra mim que ele não queria conversa. Virei para a janela e acabei adormecendo com o punhal da espada em minhas mãos.


"Quando eu abri meus olhos o sol estava forte, meus olhos arderam quando eu tentei abrí-los, pisquei várias vezes antes de realizar que não estava mais no carro de Justin e sim em um campo verde brilhante, cheio de árvores frutíferas e uma colina bem a minha frente.
Bem no topo da colina havia uma macieira com um balanço aparentemente feito de seda branca e flores onde uma mulher se balançava e um homem a empurrava delicadamente cada vez mais alto. Os dois estavam vestidos de branco e aquela distância eu só conseguia distinguir os longos e esvoaçantes cabelos negros da mulher no balanço.
Quando eu me levantei, senti o tecido leve escorrer por minhas pernas. Eu vestia um vestido de seda branca, mais curto que o da mulher e agora que eu pensava a respeito daquele lugar, eu podia sentir meus cabelos caindo por minhas costas e meus pés descalços.
Eu engoli seco e comecei a caminhar em direção a colina, estava curiosa sobre as figuras no balanço e ao mesmo tempo sentia que já as conhecia há muito. A minha vida toda, para ser específica.
Conforme eu me aproximava eu podia ver cada vez melhor o lindo rosto da mulher. Grandes olhos cinzas, boca rosada natural, as faces coradas e um sorriso doce. Ela não parecia ter mais de 25 anos.
E eu podia distinguir também o homem. Esse, definitivamente tinha 19 anos.
Olhos tão azuis quanto o céu limpo acima de nós, os cabelos tão negros quanto o da mulher, mas ele não sorria, tinha profundas olheiras e o rosto, que outrora devia ter sido bonito, estava seco, os olhos marcados.
- Porque sofres? - Eu me ouvi dizer ao rapaz.
O rapaz parou de balançar a moça e sentou ao chão ao mesmo tempo em que ela se levantou do balanço e me olhou.
- Como você se sente hoje, Alethia? - A mulher me perguntou.
Pensei no assunto.
- Cadê o Justin? - Foi minha resposta.
- Com o pai dele.
- Tio Nico?
- Senhor Hades.
- Não. Justin é neto de Hades.
- Se acalme criança.
Eu a olhei.
- Que aconteceu comigo?
- Não aconteceu nada.
- Minha mãe me disse que eu sou uma semideusa agora.
- Maria lhe disse isso?
- Não, minha mãe me disse. Annabeth Jackson.
- Annabeth Jackson, de quem se refere é minha filha e ela não têm filhos. Na verdade ela nem chegou a se tornar a sra. Jackson.
- O que você quer dizer com isso?
- Oh. Esqueci-me que você ainda é jovem demais.
- Aconteceu o que?
- Annabeth Chase e Perseu Jackson morreram há mais de vinte anos.
- Não. NÃO! - Eu disse cada vez mais aterrorizada. - MENTIRA! Eu vi meus pais hoje!
- Não chore criança. - a deusa disse passando seu polegar em minha face. - Eles não eram nada seus.
- Eram sim!
- Então diga em alto e bom som, para que todo o campo possa ouvir, o nome de seus pais. - Ela desafiou.
Eu gritei "Percy e Annabeth Jackson!", mas não foi isso que se propagou pelo campo silencioso.
- POSEIDON E ANYA MARIA!"

Acordei assustada com a guinada súbida que o carro deu.
Eu pensei em dizer a mim mesma que tinha sido apenas um sonho, mas quando eu olhei para Justin e vi seu rosto manchado de lágrimas secas, o pânico me invadiu.
- Agente precisa voltar pra casa! A gente precisa voltar! - Eu balbuciei totalmente tomada pelo pânico.
- Não vai adiantar! - Justin gritou por cima da minha voz. - Eles estão mortos Alethia!
- Como você sabe?
- Annabeth mandou uma mensagem pra você. - Ele disse com a voz controlada, porém quebradiça.
Eu subi meus joelhos para o assento e os abracei, eu chorava profusamente agora porque comecei a perceber que todas as minhas memórias com os meus pais não eram mais minhas.
Eu ainda as tinha, mas não do meu ponto de vista, era como se eu fosse uma estranha observando a cena através de um espelho.
Justin só tornou a falar alguns minutos depois quando até meu choro se tornara tão quieto quanto a noite.
- "Se você ainda se lembrar de quem é, por favor, não esqueça, nós te amamos muito minha filha." - Ele dissera.
Minha vontade era continuar chorando, mas meu choro cessou por vontade própria, eu não podia chorar por pessoas que não são nada minhas.
- Quem são seus pais? - Perguntei depois de uma hora de silêncio.
- Hades e Lílian Drew.
- Você viu o Nico e a Angie?
Ele assentiu e não disse mais nada por um tempo.
- Ela não tinha mais aquele volume na barriga.
- Ela morreu há mais de vinte anos.
Ele me olhou e esboçou um sorriso.
- Eu estou cansado.
- Imagino. Quer trocar de lugar?
- Melhor pararmos pra dormir.
Mas parar o carro, definitivamente não foi à melhor coisa que decidimos fazer aquela noite.

Eu nem sequer havia tirado a mão do cinto de segurança quando, por um rápido reflexo do retrovisor, eu vi uma bola de fogo explodir o porta-malas.
E posso jurar que essa foi a última coisa nítida que eu vi.
A primeira bola de fogo foi acompanhada por várias outras que vieram em intervalos realmente pequenos que só deixaram tempo para que eu e Justin pudéssemos descer do carro.
Quando eu me abriguei à frente do carro, eu vi de onde vinham a tais bolas de fogo: de pelo menos oito pontos luminosos no horizontes. Mas o que eram aqueles pontos, eu não cheguei a saber porque um grupo de garotas armadas de arco e flecha passaram voando por nós.
Justin e eu fomos puxados por nossas mochilas até uns quatro metros atrás da barreira que as garotas formavam.
- Mais que diabos vocês tem na cabeça?
Finalmente eu a vi.
Os cabelos negros caindo pelas costas em uma trança bem feita, grandes e brilhantes olhos azuis, pele bem clara e zangada.
- Thalia Grace? - Justin disse meio aturdido.
- Justin di Ângelo? - Ela rebateu.
- Não sei se esse ainda é meu nome, mas é um prazer te conhecer.
- Eu já conheço vocês. Mas enfim, pra onde, diabos vocês estavam indo?
- Pergunta para ele. - Eu disse.
- Estavam nos esperando em algum lugar?
- Na verdade não, mas era de se esperar que vocês fossem para o lugar mais óbvio para vocês.
- Acampamento Meio-Sangue? - Eu e Justin dissemos em unissono.
- Dãr. - Thalia disse revirando os olhos.
- Que são aquelas coisas? - Justin perguntou apontando para os pontos luminosos se aproximando.
- Guerreiros de Fogo. Vocês não têm a menor chance contra eles, a menos que tenham um filtro solar fator 5000.
- Vocês têm? - Justin perguntou.
Eu fiz força para não revirar os olhos, coisa que Thalia não se importou em fazer.
- Homens.
- Ok, o que vamos fazer agora? - Perguntei.
- ELENA! - Thalia gritou. - VOCÊ VAI COM ELES.
Uma menina de aparentemente treze anos respondeu ao chamado de Thalia.
- Não pode ser você não? - Justin perguntou.
- Cala a boca Justin. - Eu disse.
- Homens. - Thalia disse revirando os olhos de novo.
A menina, Elena, era simplesmente linda. Cabelos castanhos claros, olhos mais verdes que os meus e eu não sei bem o que, mas ela era simplesmente fascinante.
- Não olhe muito pra ela. - Thalia aconselhou. - Boa viajem.
Elena simplesmente passou por nós e sequer lhou para trás.
Justin segurou minha mão, as espadas ainda em nossas mãos e as mochilas nos ombros.
- Sorte de vocês que não estamos muito longe. - Elena disse.
- Nós estamos há vários quilômetros de Long Island. - Justin rebateu.
- Dá pra você ficar quieto? - Eu disse.
- Como você pode se sentir completa ao lado dele? - Ela me perguntou.
- Sabe que eu não sei. - Respondi.
Justin olhou para o outro lado.

A escuridão pareceu ficar mais densa a cada passo que dávamos, em menos de meia hora eu não conseguia ver mais as Caçadoras, nem os tais Guerreiros de Fogo.Logo estávamos dentro de uma floresta que eu não sabia de onde tinha surgido.
- Por onde estamos indo? - Perguntei.
Mas Elena não respondeu, ela estancou a frente, no segundo seguinte seu arco em suas mãos.
- Espadas.
Eu e Justin erguemos nossas espadas e eu procurei por qualquer sinal de movimento.
- Basilisco. - Elena sussurrou.
- Basilisco? - Eu e Justin repetimos.
- Vocês não estão mais em Manhattan. Qualquer sinal de movimentos, abaixem o olhar e se escondam.
- Basilisco. - Eu murmurei em pânico.
Se eu bem me lembrava, o tal Basilisco é um enorme mistura de lagarto com cobra cujos olhos eram capazes de matar. Sem falar nos dentes venenosos.
- Porque diabos tem um Basilisco por aqui? - Justin sussurrou enquanto avançávamos a pequenos passos pela escuridão.
- Ele está caçando vocês.
- Nós?
- Vocês não fazem idéia do cheiro do sangue de vocês. Vocês não são Semideuses comuns.
- Por causa dos Três Grandes? - Perguntei.
- Não. Por causa da Profecia.
- A Maldita Profecia. - Justin disse. - Zeus e o mundo sabem dela, menos nós.
- É sempre assim. - Elena disse.

Mais a frente, vários galhos quebraram m algum lugar a nossas costas.
- CORRAM! - Elena gritou.
- E você? - Rebati enquanto Justin puxava minha mão.
- SEMPRE A FRENTE E SUBAM A COLINA! E NÃO OLHEM PARA TRÁS!

E assim fizemos. A floresta estava cada vez mais escura, mais fechada, e os passos do Basilisco pareciam vir de todos os lugares.
Em um lugar distante um cojura piou.
De repente, um silvo de cobra extremamente alto ecoou be perto de nós.
Justin me puxou para o chão no instante em que uma coisa escamosa passou por cima de nosso corpos.
Depois do Basilisco sair de cima de nossos corpos, nos levantamos e corremos, talvez como nunca antes em nossas vidas, mesmo que eu já estivessem sem fôlego e sentisse pontadas dolorosas no abdomen, me abriguei a continuar. Na verdade foram os silvos do Basiliscos cada vez mais próximos, ou talvez fosse o feixe de luz que vinha de algum lugar acima.

E no final de tudo, a luz não estava tão perto quanto parecia, mas quando, por fim, alcançamos o fim da floresta, o Basilisco deu meia-volta e se embrenhou na floresta. Mas nós só paramos de correr quando finalmente alcançamos o topo da Colina e caímos estatelados ao lado do Pinheiro protegido pelo Dragão de Bronze.
- Bem-Vindos ao Acampamento Meio-Sangue. - Disse um rapaz loiro e sorridente.


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