No parque...

Ambos sentam-se no banco,  parque naquela hora ficava vazio.

Roberta: Então Daniel, o que tem pra me dizer?

Daniel: Bem..., sei que te conheço a pouco tempo, mas eu sinto que preciso lhe dizer algo que há muit tempo ta entalado e eu nunca falei disso pra ninguém.

Roberta: Fala logo.

Daniel: Ta, calma.É que...

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Já sentados lá Roberta decide pronunciar-se.

Roberta: Então, Daniel me conta logo, já ta me assustando.

Daniel: Calma, nem é nada demais, só quero te contart algo que aconteceu comigo no meu colégio e que me fez querer tanto te ajudar.

Roberta: Quem disse que eu preciso de ajuda?

Daniel: Não começa. Deixa eu contar a história.

Roberta: Ta legal.

DANIEL NARRANDO ON

Bem, há uns 3 anos eu tinha uma melhor amiga a Flávia, a gente se dava super bem, até que eu percebi que comecei a gostar dela, daí chamei ela pra ir lá em casa pra gente conversar. Naquele dia só tava eu, meu irmão mais velho o Gustavo que tem 19 anos e minha mãe que estava saindo.

Lúcia ( Mãe): Olha, to indo na casa da vó de vocês e um dos dois vão ter que ir na padaria comprar pão, porque quando eu voltar quero ver meus cachorros quentes prontos.

Gustavo: Vai lá, Daniel.

Daniel: Porque eu?

Gustavo: Porque sou sempre eu que faço os cachorros quentes.

Daniel: E eu com isso?

Lúcia: Vem logo, Daniel.

Daniel: Mas eu to esperando a Flávia.

Gustavo: Hm, namorada?

Daniel: Só amiga.

Lúcia: Ela espera, o Gustavo avisa. Vamos logo.

Daí eu fui e quando voltei a vi mais linda do que nunca, com aqueles cabelos castanhos, lisos e compridos e aquela pele morena e seus olhos verdes, fiquei meio abobalhado. Quando a vi ela estava sentada no sofá no maior papo com meu irmão, pareciam se divertir.

Daniel: Oi, Flávia.

Flávia: Ah... oi, Daniel.

Disse meio que me ignorando, parecia sentrada no que o Gustavo dizia, que eram claro suas piadinhas sem graças. Quando me dei conta tinham passado horas e eu nem consegui falar com ela. Ela nem me deu atenção. Vi os dois trocando msn e fiquei surpreso, até que...

Flávia: Poxa, Guga, tenho que ir.

Gustavo: Mas já?

Flávia: Aham, se não minha mãe briga.

Guga? Que intimidade era essa?

Gustavo: Hm, que pena.

Deu um abraço em Guga e beijinho, beijinho, já pra mim foi só um tchauzinho.

Daniel: Ei, e quanto ao que eu tinha pra falar?

Flávia: Deixa pra próxima, Dan. Tchauzinho.

Daniel: Tchau.

E ela saiu.

Gustavo: Nossa, que gata.

Disse jogando-se no sofá.

Foi aí que começou. Eu nunca falava sobre o que eu sentia pra ela, porque sempre que ía falar, ela vinha ou perguntar sobre meu irmão ou falar algo que eles conversaram. Ele sempre estava conversando com ela pelo msn e ás vezes um ligava pro outro. Aquilo parecia um pesadelo, mas não comentava isso com ninguém.

Até que um dia os vi beijando-se em frente a minha casa, o que acabou comigo. Não demorou muito e os dois estavam juntos. Parecia que ninguém importava-se comigo, mas também nenhum dos dois sabiam sobre meu sentimento. Eis que a partir daí foi um sofrimento sem fim, nada mais tinha sentido pra mim. A garota que eu amo, amava meu irmão e ele a amava. Resolvi desistir, mas o problema é que desistir não é esquecer.

DANIEL NARRANDO OFF

Roberta ficou surpresa, jamais imaginou que ele tinha passado por isso apesar de pinta de emo, ele era um garoto bem alegre, pelo menos era o que parecia.

Daniel: Sabe você é a primeira pessoa a saber disso, fora um amigo que há muito tempo não vejo. Na verdade nem acredito que lhe contei, pois a conheço a pouco tempo.

Roberta: Hm... então... e essa Flávia?

Daniel: Ainda está com meu irmão.

Roberta: E...

Daniel: Você quer saber se eu ligo? Não mais, aprendi que a vida é curta demais pra eu ficar sofrendo por causa disso. São águas passadas, já não me afeta mais, sou feliz por eles. De repente eu não a amava tanto quanto meu irmão.

Roberta: Hm.

Daniel: Entende agora porque quis te ajudar?

Roberta levantou-se e disse...

...Não preciso de sua ajuda e nem entendo porque quer me ajudar, mas aceito... sua...a-...sua amizade.

Ele a olhou surpreso.

Roberta: Tchau e até mais.

Daniel: Eu te acompanho.

Roberta: Ta bom.

E lá foram os dois conversando. Ele a deixou no portão de casa.

Daniel: Vê se não se acostuma.

Roberta apenas sorriu sarcástica. Despediram-se de longe e a menina entrou percebendo que seus pais a olhavam pela janela, o que a surpreendeu não só pela cara de pau deles, mas por também seu pai estar lá, o que será que havia acontecido?Ela abriu e a porta e disse:

...O que tão xeretando?

Suzana: Filha, acho que eu  e seu pai precisamos conversar com você.

"Ih, o que será que vem por aí?" - pensava Roberta.