Samuel enquanto caminhava pelas ruas pensando em Mary, observou uma figura conhecida conversando com uma mulher. Ficou intrigado e decidiu dar mais alguns passos.

Ao se aproximar, ficou surpreso. Ao mesmo tempo que reconheceu o rapaz, também reconheceu a moça. Não é possível! Pensou. Era Izzy junto com... a prostituta!. O que Izzy estaria fazendo ali? E junto com aquela vaca ainda por cima?!. Aquele não era um lugar muito freqüentado por ele. Disso Samuel tinha plena certeza.

                Ao ver uma troca de dinheiro e medo no olhar da moça, resolveu aguardar um pouco. Viu Izzy dar à ela uma boa quantia. O porque daquilo?!

                Quando Izzy virou as costas e se foi, Samuel não pensou duas vezes. Correu até a mulher, que ao vê-lo, pareceu assustada.

Jessy jamais esqueceria aquele rosto. O rapaz mais Lindo que já havia visto...

Samuel – O que aquele cara tava fazendo aqui?! – disparou, com os olhos fixos nos dela.

Jessy – Um Cliente. Não lhe interessa. – Disse, fingindo desprezo.

Samuel – Ah interessa sim!

                Samuel pegou-a pelos ombros e chacoalhou-a, fazendo a bolsa de dinheiro cair. Ela já estava ficando apavorada.

Samuel – Me diz! Pra que ele te deu todo esse dinheiro?!

Jessy – Não posso lhe contar!

Samuel – Pode. E vai! Nem que eu tenha de obrigá-la a dizer!

                O olhar de Samuel estava tão penetrante que por alguns segundos deixou-se hipnotizar.

Jessy – Então me obrigue a falar!

                Samuel estava nervoso e ansioso. Não pensou duas vezes em pegar no cabelo de Jessy e levá-la ao chão numa puxada só. Tirou seu canivete do bolso e colocou a ponta dele na jugular da mulher.

Samuel – Conta, ou eu te mato aqui mesmo. – disse, sério e olhando no fundo dos olhos negros dela.

Jessy – Se me matar vão te caçar no inferno. A polícia daqui é ótima, sabia?!

Samuel – E você acha que a polícia se importa com putas feito você? Você vai apodrecer aí, e ninguém vai sentir sua falta. Agora eu quero que você me conte. Quem mandou você atrás de mim naquele verão de alguns anos atrás, e o que o Izzy estava fazendo aqui?. Pensa bem... Se me contar, eu posso te dar 4 vezes mais do que ele te deu pra manter sua boca fechada, ou posso fazer você ficar calada pra sempre. O que me diz?

                Ela não sabia o que dizer. Tudo o que ele tinha de lindo, ele tinha de perigoso.Achou melhor não arriscar, e escolher a sobrevivência. Se contasse e ele lhe desse o dinheiro, poderia sumir e se esconder de Izzy. Era a melhor coisa a fazer.

Jessy – Ok. Eu conto. Mas tire esse canivete do meu pescoço. Por favor. – Suplicou, com os olhos marejados.

                Samuel atendeu a súplica da moça e se acalmou um pouco para ouvir o que ela contava.

(...)

                Após contar tudo, Samuel estava boquiaberto. Como havia sido idiota!. Tinha de contar para Mary. Mas, sabia que, como sempre, ela não acreditaria nas suas palavras.

Samuel – Vem comigo. – Puxou-a.

Jessy – Para onde?!

Samuel – Você vai contar isso tudo pra outra pessoa.

                Levou Jessy para a casa de Mary. Ouvindo da boca dela, talvez Mary acreditasse.

                Ao chegar tocou a campainha e Mary abriu a porta com os olhos arregalados.

O que Samuel pensou estar fazendo?

Mary – O que...?

Samuel – Escuta o que ela tem a dizer Mary...por favor.

Mary – Entra. – se afastou da porta para ambos entrarem.

                Samuel fez Jessy sentar no sofá de frente para Mary, enquanto ele sentava ao lado da Loira.

Samuel – Onde está Rose e Sebastian?

Mary – Foram comprar sorvete. Acho bom vocês serem rápidos.

Samuel – Ok. Pode começar a falar.

Jessy – OK. – respirou fundo. O medo saindo e dando lugar  a coragem, para encarar aqueles dois rostos novamente. – Bom, à 7 anos atrás, no verão de 1990, um homem alto, moreno e magro me procurou e me disse que era pra eu fazer um trabalho para ele e me deu muito dinheiro para isso. Ele me levou, certa noite, até o carro dele – apontou para Samuel – Ele estava bêbado, esperando pela senhora e o resto eu soube o que fazer.

Mary – Mas quem te mandou fazer isso? Quem te levou até o carro?

Jessy – Izzy Strad... – foi interrompida por Samuel .

Samuel – Foi o Izzy, Mary.

Mary -  O QUÊ? Como, isso?!

Samuel – Isso você tem que saber com ele, Mary. Aliás, eu e você. Eu te avisei que aquilo foi armado, mas você nunca acreditou em mim.

Mary – Você vai começar? – Olhou para ele, com um ar arrogante.

Samuel – Não...

Mary – Eu quero saber mais.

Samuel – Mais o quê? Jesus Cristo! Isso não está bom pra você? Oh mulherzinha dificil de convencer hein... coitado do Sebastian...

Mary – cala a boca! – deu um tapa na cabeça de Samuel, mordendo o lábio inferior. – Eu quero apenas mais um prova. Você pode ter pago essa garota pra vir aqui falar comigo.

Samuel – Você é louca? Não tá reconhecendo ela?

Mary – Pouco... não prestei muita atenção em vocês dois.

Samuel – Em fim... o que mais você quer saber?

Mary – O que o Izzy tem a ver com isso?

Samuel – Jesus.... Ouve, Mulher. Qualquer um podia ter feito isso... até o papa. E daí que foi o Izzy? Os motivos dele, nós não sabemos, mas que foi ele, foi! Vê se abre essa sua cabecinha dura, e enfia isso na sua mente! – apontava para sua própria cabeça.

Mary – tá bom Samuel...tá bom. Vou acreditar em você.

Jessy – Bom... tem mais um coisa...

Samuel – é garota. Você não me contou porque ele estava te dando dinheiro hoje.

Jessy – Ele veio combinar comigo hoje, outro serviço.

Samuel -  O que ele tá querendo fazer de novo?

Jessy -  é pra mim fazer a mesma coisa outra vez. Mas com outro cara. Um tal de Sebastian Bach. Era pra mim procurar por ele num bar que ele sempre vai... bom, ele me explicou bastante coisa, mas disse que me levava...

Mary – O QUÊ? O IZZY TEM ALGUM PROBLEMA MENTAL!?

Samuel – Eu te disse... – sorriu.

Mary – eu vou procurar aquele filho duma puta agora!

Samuel – NÃO! Nem pense. Hoje não.

Mary – Olha aqui, se você encostar um dedo no meu marido...  EU TE PARTO EM DUAS! -  falou, com os olhos vermelhos de raiva para Jessy.

Samuel – Calma... Calma... ela não vai fazer mais nada. Já contou tudo o que tinha pra contar. Chega. – Foi até a janela, ver se Sebastian estava chegando, e acertou em cheio, ao ver o Loiro com a filha no colo fechando o portão. – Sebastian chegou. Hora da gente ir.

Mary – Melhor. Amanhã eu falo com aquele bastardo então.

Samuel – Vou com você. E quanto a você mulher, eu vou te dar o dinheiro prometido hoje, e você vai sumir daqui...

Jessy – Sim! – era o que mais queria.

                Samuel carregou Jessy para fora da casa de Mary e colocou-a na sua.

                Estava feliz por ter descoberto e Mary ter acreditado em tudo.