Vitta escrita por SrtaP


Capítulo 8
Resistência




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        - A partir de agora eu vou sozinha – eu disse a Thaís, enquanto caminhávamos para minha casa.

        - Hein? Como assim? Vai me deixar pra trás? – ela indagou.

        - Você quase morreu há poucos minutos. Eu quase tive um ataque cardíaco de tanto medo que fiquei. Não vou expô-la de novo.

        - Mas... hum... você... ele recuou quando você se interpôs – ela disse tentando argumentar.

        - Eu não sei o que o levou a desistir, mas não estou disposta a desafiar a sorte, ainda mais as suas custas. Não mesmo.

        - Eu quero ir – ela disse quando seu argumento tornou-se inútil.

        - Mas eu não quero que você vá.

        - Por que?

        - Será que você não notou que por muito pouco eu quase fui responsável pela sua morte? Eu não seria capaz de conviver comigo mesma se alguma coisa acontecesse a você.

        - Não seria você... seria ele.

        - Thaís ele não é julgado pelo que faz. E fui eu quem a levou lá.

            Ela parou, olhou bem nos meus olhos e disse:

        - Eu vou e não há nada que você possa fazer para impedir – ela disse, vendo que não havia como argumentar. – E vou por conta própria se não quiser a minha companhia.

        - Você está sendo absurda, e já que está tão decidida a arriscar sua vida. Vamos fazer isso juntas.  – Eu odiava o fato de que ela haia vencido. Me deixava completamente apavorada.

        - Te vejo na escola – ela disse tomando seu rumo.

        - Ok. Até lá.

            Passei o domingo no meu quarto, pensando no que havia acontecido no hospital.

            As duas semanas que se seguiram fora muito tranquilas. Era época de provas, e eu tinha muito o que fazer.

            Na quinta-feira no intervalo, Juliana veio me perguntar:

        - Quer ir ao meu aniversário? Vai ser tipo uma reuniãozinha, com filmes, pipoca e chocolate quente. Bem no clima de inverno.

        - Claro – foi minha resposta genial.

        - Hum... vai ser no sábado, na minha casa, ás... duas da tarde.

        - Ok. Quem mais vai? – perguntei.

        - Thaís, Marina, Amanda, Érika e você.

        - Ótimo.

            Fazia frio na manhã de sábado. Vesti um casaco e fui caminhar na praça no centro da cidade. Haviam poucas pessoas lá. Só algumas crianças, seus pais e seus cachorros.

            Sentei-me num balanço vazio e enferrujado e me balancei levemente. Não houve som para anunciar sua chegada.

        - Não me procure mais, por favor – ele sussurrou em meu ouvido, me fazendo tremer. Ofeguei com a proximidade súbita.

        - Desculpe, mas não é algo que eu possa controlar mais. Sou muito curiosa.

        - Curiosa? – virei-me na direção de sua voz, e surpreendi-me vendo-o sentado no balanço ao meu lado. – Então gostaria de conhecer a Morte?

        - Se não se importa...

        - Você não é normal!

        - Obrigada, mas eu já sabia disso – olhei para minhas mãos, e quando olhei de volta o balanço estava vazio.


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Notas finais do capítulo

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