Vitta escrita por SrtaP
- A partir de agora eu vou sozinha – eu disse a Thaís, enquanto caminhávamos para minha casa.
- Hein? Como assim? Vai me deixar pra trás? – ela indagou.
- Você quase morreu há poucos minutos. Eu quase tive um ataque cardíaco de tanto medo que fiquei. Não vou expô-la de novo.
- Mas... hum... você... ele recuou quando você se interpôs – ela disse tentando argumentar.
- Eu não sei o que o levou a desistir, mas não estou disposta a desafiar a sorte, ainda mais as suas custas. Não mesmo.
- Eu quero ir – ela disse quando seu argumento tornou-se inútil.
- Mas eu não quero que você vá.
- Por que?
- Será que você não notou que por muito pouco eu quase fui responsável pela sua morte? Eu não seria capaz de conviver comigo mesma se alguma coisa acontecesse a você.
- Não seria você... seria ele.
- Thaís ele não é julgado pelo que faz. E fui eu quem a levou lá.
Ela parou, olhou bem nos meus olhos e disse:
- Eu vou e não há nada que você possa fazer para impedir – ela disse, vendo que não havia como argumentar. – E vou por conta própria se não quiser a minha companhia.
- Você está sendo absurda, e já que está tão decidida a arriscar sua vida. Vamos fazer isso juntas. – Eu odiava o fato de que ela haia vencido. Me deixava completamente apavorada.
- Te vejo na escola – ela disse tomando seu rumo.
- Ok. Até lá.
Passei o domingo no meu quarto, pensando no que havia acontecido no hospital.
As duas semanas que se seguiram fora muito tranquilas. Era época de provas, e eu tinha muito o que fazer.
Na quinta-feira no intervalo, Juliana veio me perguntar:
- Quer ir ao meu aniversário? Vai ser tipo uma reuniãozinha, com filmes, pipoca e chocolate quente. Bem no clima de inverno.
- Claro – foi minha resposta genial.
- Hum... vai ser no sábado, na minha casa, ás... duas da tarde.
- Ok. Quem mais vai? – perguntei.
- Thaís, Marina, Amanda, Érika e você.
- Ótimo.
Fazia frio na manhã de sábado. Vesti um casaco e fui caminhar na praça no centro da cidade. Haviam poucas pessoas lá. Só algumas crianças, seus pais e seus cachorros.
Sentei-me num balanço vazio e enferrujado e me balancei levemente. Não houve som para anunciar sua chegada.
- Não me procure mais, por favor – ele sussurrou em meu ouvido, me fazendo tremer. Ofeguei com a proximidade súbita.
- Desculpe, mas não é algo que eu possa controlar mais. Sou muito curiosa.
- Curiosa? – virei-me na direção de sua voz, e surpreendi-me vendo-o sentado no balanço ao meu lado. – Então gostaria de conhecer a Morte?
- Se não se importa...
- Você não é normal!
- Obrigada, mas eu já sabia disso – olhei para minhas mãos, e quando olhei de volta o balanço estava vazio.
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