à Meia-noite escrita por thaisadam


Capítulo 1
Capítulo Único - Whisky




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O homem sentou-se ao banco longo e fino que estava próximo ao balcão úmido e um odor impregnante de álcool se estendeu. Olhou ao redor e notou que o bar estava quase vazio, já que era por volta das 2 da manhã. A moça simpática lhe estende o copo com whisky e algumas pedras de gelo. A moça o olhou sugestivamente e virou-se para atender outros clientes enquanto o homem a observou na direção em que seguia.
O homem sentado, frustrado e reflexivo manteve seus olhos durante poucos instantes sobre o líquido âmbar no copo. Manteve ali, mas não vira realmente, apenas pensou em o porquê de estar ali. Talvez fosse apenas pelo som pertubador do silêncio em seu apartamento, talvez fosse pelo excesso de conforto.
Talvez porque as paredes não o escutavam mais, porque perdeu o sentido, viraram seus ouvidos sólidos e se recusaram a compreendê-lo.
O líquido lhe rasgou a garganta ao descer, e isso o trouxe de volta para o bar imundo.

O ambiente era tão nostálgico que se sentiu deprimido. Não que isso fosse de todo ruim, pois estava tão esgotado do vazio que a depressão ou o sentir de algo era no mínimo revigorante. Estava acostumado a divertimentos fúteis e banalidades, jamais se permitindo entender e compreender o que de fato necessitava pois em seu ambiente consigo mesmo, achava a felicidade.
Sentia-se confortável demais e sozinho. Mas afinal... eram esses sentimentos que o faziam acreditar em sorrisos "sinceros". Rir de si mesmo era uma opção tão agradável, que a graça real deixava de ser tão inspiradora.

A verdade é que ele estava fugindo. Fugindo, fugindo e fugindo.Fugindo de sentir.
Ele tinha medo. Medo de confiar seus próprios sentimentos em alguém. Medo de não poder mais controlar seus sentidos, seu coração. Tinha medo das sensações que se transmutavam conforme o interesse era evidente. Fazendo-o rechaçar ideias absurdas. Se entristecia, mas não podia reclamar pois sabia que suas opiniões continuariam a mesma depois de sua crise de consciência. Pois o vazio era confortável e o confortável tinha que ser eterno. Mesmo que se cansasse algumas vezes do conforto.
A felicidade era manipulada e o sorriso podia ser falso. Então, porque não se divertir um pouco essa noite?
Sorriu maliciosamente e olhou em direção a garçonete próximo á ele.

- Me diga, qual é o seu nome?


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Notas finais do capítulo

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