Je Taime Ma Petite Fleur escrita por MissBat


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/89898/chapter/1

 O jovem príncipe nunca tinha visto tamanha beleza na sua vida. A pequena corria por entre o jardim coberto de pequenas íris em botão. Ela era linda, o ser mais belo que ele alguma vez encontraria na terra.

            A própria ainda era uma pequena flor em botão, prestes a desabrochar. Tinha cabelos escuros pelo comprimento do ombro, que balançavam suavemente conforme o vento soprava. Os lábios eram delicados, como o resto do corpo, e encarnados, contrastando com a pele alva. No entanto, a parte mais bela do seu corpo eram os olhos. Aqueles olhos que pareciam pérolas brilhantes, mais brilhantes do que a própria Lua. 

     - Bem, Senhor Hyuuga, falaremos mais tarde, durante a festa de aniversário do jovem príncipe.

              - Claro. – os dois adultos despediram-se com um mero aperto de mãos e logo o mais novo de ambos, um homem, ironicamente, de cabelos grisalhos, chamou o príncipe.

            - Senhor Sasuke?

              Logo o Infante se aproximou do seu mentor, acompanhando-o até fora da mansão dos Hyuuga, apesar de que, se ele fosse velho o suficiente para tomar as suas decisões, permaneceria ali, a observar a menina dos olhos brilhantes.

            - Kakashi? – o príncipe perguntou, depois de algum tempo em silêncio.

            - Sim?

            - Quem era aquela menina?

              - A que estava a brincar no jardim? – Sasuke acenou com a cabeça – Ela é a primogénita do Duque Hyuuga, a menina Hinata. Deve ter menos 7 anos que o menino.              Sasuke Uchiha tinha perto de 14 anos naquela altura, - melhor dizendo, ele fazia 14 anos naquele dia - portanto deduziu que a doce rapariga teria 7 ou quase.              - Uhmm…   A festa, dedicada ao próprio jovem, estava a ser dos eventos mais entediantes da sua curta vida. Todos os arquiduques e arquiduquesas, duques e duquesas, condes e nobres de todo o tipo estavam lá, vestidos com as suas roupas caras e elegantes, passeando de canto em canto para cumprimentar todos aqueles que achavam dignos. Afinal,achavam-se todos pessoas deveras importantes, a elite das elites. No entanto,eram meros seres vivos, como tudo que vivia naquele planeta, e, por isso, um dia iriam acabar por morrer. Não eram diferentes dos outros, apesar de mais de metade dos seres humanos andavam com muita menos roupa e, provavelmente, muito menos cara. Contudo, o cheiro era o mesmo. Cheiro a corrupção, a suor e, neste caso, a perfume.

              “Burros” pensava o jovem príncipe. De que serviria o perfume afinal Disfarçaria, mas não tiraria aquele cheiro. Nem um bom banho ajudaria em alguns dos casos. Mas, como já referi anteriormente, ninguém era diferente de ninguém. Também Sasuke cheirava assim e, por isso, ele próprio o enojava. Ele cheirava a nobre – não -  ele cheirava a humano.

              - Boa noite, sua alteza.

               Mais um daqueles nobres malcheirosos chegara perto dele, curvando-se ligeiramente em sinal de respeito. Este fedia a outra coisa. Álcool. Sim, porque essa é mais uma característica do ser humano masculino. Embebeda-se para esquecer por meros momentos o quão podre é a sua vida. Porque a vida da maioridade, ou melhor, da totalidade da raça humana era podre. Podre e fétida.

              - Boa noite. – respondeu, por mera boa educação. Educação, outra coisa que ele não se importaria de pôr dentro de um cofre, trancar a sete chaves e mandar para uma caverna no confim do mundo. Afinal, não havia acto mais hipócrita do que a educação para com pessoas que não suportámos.

              Um cheiro doce semelhante ao de uma íris penetrou nas narinas do aniversariante, o cheiro dela. E, de repente, tudo parou e só existia aquele cheiro. Moveu-se por entre a multidão, seguindo o cheiro da doce menina que tinha conhecido naquela tarde. Porque aquele era o único cheiro que não fedia, o único cheiro que não era podre e fétido. Era um cheiro delicado, puro e doce, o eterno contraste ao que Sasuke estava habituado. E talvez fosse isso que Sasuke tanto apreciava na pequena.

            O Uchiha sempre gostara do desconhecido, do incomum. Talvez porque fosse menos aborrecido. E talvez fosse por isso que ele gostava da menina Hyuuga, porque ela era tudo menos aborrecida. Nos poucos momentos, que pareceram uma eternidade (uma eternidade que, mesmo assim, poderia ser mais longa), que esteve com a doce Hinata ela, mesmo quando estava quieta, era o ser mais interessante de se observar. A maneira como as bochechas dela rosavam ao mero toque do vento, os pequenos fios de cabelo que corriam até aos ombros, os olhos que brilhavam com uma felicidade extrema. Era algo que Sasuke nunca tinha presenciado! Até aquele momento todas as raparigas que tinha conhecido não tinham aquele rubor na cara, aqueles olhos que brilhavam com algo tão simples como uma flor. Eram pessoas movidas pelos prazeres carnais, vestidos e títulos.              Quando a viu, ela estava ao lado do pai, que conversava vividamente com outro nobre. Ela estava ainda mais linda do que naquele campo de flores, se é que isso era possível. Ela tinha a franja puxada para trás com um arco branco, deixando visualizar ainda mais facilmente o seu belo semblante. Os olhos brilhavam, os lábios mais carnudos que nunca e a pele alva como sempre se não fosse o leve rubor nas bochechas. Os fios de cabelo, contudo, teimavam em cair para fora do arco, o que lhe dava um ar ainda mais sublime.

            O vestido era algo simples mas lindo. Um vestido púrpura, com algumas partes em branco, algo que ficava totalmente harmonioso com o ar inocente da pequena Hinata.             - Uhmm…             Hinata olhou para ele um bocado assustada e, ao mesmo tempo, corada.

              - Dar-me-ia a honra desta dança? – Sasuke perguntou gentilmente, pegando na mão pequena da menina. Ela corou ainda mais, contudo, aceitou o pedido do jovem príncipe.

            Ela era muito mais pequena que o outro, ficando com a cabeça pelo peito dele. Ele, quando baixava levemente a cabeça, conseguia cheirar o odor dos cabelos dela. Cheiravam, como toda ela, a íris, um cheiro que ele, naquela tarde, passou a adorar.              Ela levantou a cabeça e tocou com o nariz no dele, o que fez ambos corarem. Ela desviou a cara rapidamente. Apesar de ser uma criança, naquela altura as crianças já estavam muito conscientes das coisas, por muito inocentes que fossem. Afinal, sempre se ensina às crianças que tamanha proximidade deve ser feita apenas entre dois amantes.

              Enquanto dançava com ela, ele apenas queria que a noite nunca mais acabasse e que os dois pudessem ficar ali, juntos, a dançar. Oh, como as crianças, mesmo que essa criança seja o filho mais novo do rei, são inocentes, pensando que uma noite pode durar para sempre. 

 

 O tempo passara. Ano após ano a pequena Hyuuga crescia, tornando-se cada vez mais esbelta. Já não era uma inocente e dócil rapariga, mas sim uma mulher. Os cabelos tinham-se tornado mais extensos, os lábios estavam cada vez mais encarnados e cada vez mais eram desejados. O próprio corpo tinha mudado, tendo acrescentado alguns centímetros ao seu físico e ganho muitas mais curvas.

              Sete anos tinham passado, mas a admiração que o príncipe sentia pela doce Hinata não era menor. Já não era uma mera admiração no entanto, mas sim puro desejo. Ele desejava cada parte do seu ser, desejava acordar com o cheiro de íris todos os dias ao seu lado. Tocar em cada parte do seu corpo, beijá-lo e abraçá-lo. Queria-a tanto que chegava a doer.             Nesse ano Sasuke tinha-se tornado no herdeiro ao trono, visto o seu irmão mais velho ter morrido de uma doença rara. Por isso tinha que arranjar uma noiva o mais cedo possível. Num espaço de pouco tempo o seu pai iria falecer e ele teria que subir ao trono, de preferência com uma rainha. E também tinha que tratar da descendência o mais cedo possível e isso só seria feito se ele tivesse uma rainha … a sua Rainha.

              O jovem príncipe tinha-se tornado num homem forte e esbelto, com cabelos escuros, olhos igualmente escuros e uma pele alva. O corpo estava bem definido, devido aos anos de treino na arte de esgrimir. O autêntico príncipe encantado.

            Só que a vida não é um conto de fadas. A vida é uma batalha autêntica na qual poucas são as coisas boas e talvez a morte fosse mais fácil (Oh, como ele invejava agora seu irmão Itachi). No entanto, as pequenas boas coisas da vida fazem ela ser tão desejável. Como o sorriso dela, o brilho nos olhos dela, o mero gesto dela… Ela.

            Sasuke queria tê-la como sua rainha, queria que ela fosse a mulher que estaria ao seu lado durante o resto da sua vida, a apoia-lo nas suas decisões e a amá-lo. Por isso ele queria tê-la na corte de seu pai, aquela que um dia seria sua. Queria apreciá-la mais de perto, e não só nas breves visitas que os Hyuuga faziam ao palácio.

            Os Hyuuga tinham passado de família nobre e rica a apenas uma família nobre. Estavam caídos na desgraça e agora a única maneira de renascerem era ele obter um bom casamento para a sua filha. Afinal, o patriarca da família Hyuuga não era cego nenhum e via o desejo nos olhos do príncipe. Que casamento seria melhor para a sua filha do que o futuro rei? Tinha as cartas todas a seu favor e era só jogá-las. 

            Nesse mesmo ano Hinata Hyuuga passou a frequentar a corte, sendo cortejada por vários jovens nobres, o que deixava o herdeiro ao trono bastante irritado. Afinal, ela era dele. Somente dele. 

            A jovem Hyuuga apesar do corpo de mulher, ainda era uma jovem adolescente. Ela não conseguia aguentar a corte e, por isso, quando podia, refugiava-se num campo que o príncipe mandara plantar quando conhecera Hinata. Será escusado dizer que era um campo estava repleto daquela flor.              Então, quando ela se refugiava lá, chorava. Chorava até as lágrimas secarem. E quando Sasuke a via a chorar, as lágrimas pareciam que iam começar a escorrer dos seus óculos. Mas elas nunca vinham … porque monstros não choram.
           Mais dois anos tinham passado. E ele amava-a cada vez mais. Ela tinha começado a cumprir as ordens do seu pai, tentando ao máximo seduzir cada vez mais o herdeiro Uchiha. Sasuke estaria prestes a ser rei, visto a morte do seu pai estar cada vez mais iminente.
              Ela passeava no seu cavalo junto a ele, jantava ao seu lado, e agradecia os seus presentes. Ela dançava com ele todas as noites. Sasuke sabia que aquele afecto que ela mostrava por ele era uma mera mentira, ele não era cego. No entanto ele esforçava-se para acreditar naquelas palavras, naqueles gestos, como verdade. Afinal, o amor cega.
              No verão daquele ano, ele pedira-a em casamento. Ela aceitara.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Je Taime Ma Petite Fleur" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.