Era muito fácil para nós ficarmos morgando o dia inteiro, então já estávamos acostumados. Assistimos um pouco de televisão, mas, desligamos rapidamente, não era entretido ficar vendo pessoas falando bobagens numa caixinha paranormal. Comecei a observar o rosto de todos. Louis parecia muito apreensivo, como se fosse acontecer alguma coisa muito indesejável, como se ele pressentisse uma briga feia. Resolvi ficar calada, não queria antecipar nada.

Pedro chegou em casa bem, ele gostava de ajudar pessoas e isso era uma das coisas que eu mais admirava nele. O que eu sentia por ele era uma admiração enorme, eu tinha certeza. Kin levantou-se, e nesse momento, a tensão que emanava do corpo de Louis era inexplicavelmente grande. Eu não entendi, ele - Kin - me chamou num canto. Fui até ele e me encostei na parede.

- Angel, tenho uma coisa muito importante pra te falar.

- Diga, então.

- Bom, é que é um pouco constrangedor ...

- Por que?

- Bom, vou falar de uma vez tá?

- Ok. - dei de ombros

- Euamovocê.

- Kin, fala devagar. - sorri

- Eu amo você . - falou ele , e me olhou apreensiva e cautelosamente.

Meu coração parado dentro de mim acordou, e rodopiou feliz. Normalmente, eu estaria chorando naquele momento.

- Eu também amo você.

Nossa proximidade diminuía a cada segundo, e naquele momento, a proximidade se tornou perigosa demais para nós dois. Eu podia ver os olhos dele, num tom vermelho claro se fechando lentamente na minha frente e os meus também. Até que nossas bocas se selaram tornando uma só. Um beijo vampiresco, não tinha o som das línguas se tocando e nem das células sendo trocadas. Era mais gostoso e menos nojento - com certeza. Levamos um tempo para nos separar, e só tive certeza de que não era um sonho, quando abri meus olhos e vi ele sorrindo para mim. Seu rosto branco e angelical a milímetros de distância do meu foi puxado brutalmente.

O medo e pavor se espalhou pelo meu rosto, Pedro havia começado a bater em Kin, em questão de minutos a casa estava destruída. Louis não conseguia parar a briga de jeito algum. Até que eu intervim.

- PAREM JÁ COM ISSO.

Pedro soltou Kin no chão, a raiva estampada no seu rosto.

- Pedro o que deu em você? - perguntei, triste.

- Ele te beijou, Angel.

- Porque ele me ama, e eu também amo ele. E acho bom você aceitar isso. Se não, ou você aceita, ou eu vou embora.

- Não vai ser preciso você você ir...

- Por que? - perguntei, confusa.

- Eu vou...

- Pedro, não...

Não pude mais falar, ele saiu em ponto de bala. Catarine correu para o portão de casa.

- PEDROOOOOOOOOOOOOOOOO, VOLTA.

Fui até ela. A mesma me olhou com um misto de raiva, repulsa e tristeza - assim como antes.

- O que você fez?