Acabamos de comer e ficamos conversando sobre algumas coisas.

 - Então, você está de quantos meses?

- 6.

- Já sabe o sexo?

- Não.

- Mas já dá pra ver não é?

- Ele apareceu de pernas cruzadas, não deu pra ver e eu prefiro saber na hora.

- Surpresa né? - apenas assenti.

Estava tocando uma música que eu adoro, fechei os olhos quando ela começou. Tomás se levantou e segurou minha mão.

Sorrindo, me levantei e fui com ele para onde outros casais dançavam. Coloquei minhas mãos em sua nuca o abraçando e ele pousou suas mãos em minha cintura, redonda. Sorri e abaixei a cabeça, corando. Seus olhos me fitavam com certo sentimento que não pude identificar, seus sorrisos ao me ver sorrindo feito boba eram de rachar qualquer armadura no coração.Ele me fitou querendo entender minhas palavras, mas não explicaria agora, não acabaria com o momento que ele havia proporcionado. E eu estava feliz novamente, pra que estragar isso agora? Não, melhor não.

Após Gabriel ter me deixado nesses 4 meses, já que 2 eu passei escondendo minha gravidez, fez meu coração se fechar para qualquer amor, qualquer relacionamento. Ele estava blindado.

- Anya - chamou, me fazendo olhá-lo - Você é linda, sabia?

- Não, não sou.

- Por que acha isso?

- Estou gorda.

- Você está grávida.

- Não deixo de estar gorda. - ele suspirou olhando minha barriga.

- Você tem que por uma coisa na sua cabeça Anya. - me olhou - Você tem que acreditar quando digo que você é sim, linda, que seu sorriso é meu guia na escuridão, e que seus olhos me fitando, me faz sentir como se o mundo tivesse parado e só você existisse. - suas palavras quebraram o resto do blindado que existia em meu coração, notei que havíamos parado de dançar, mas nossas mãos continuaram no mesmo lugar. Porém, eu não podia enganá-lo, iludi-lo, prometendo um amor que talvez eu não fosse capaz de dar.

- Você não vai querer ficar com alguém como eu Tomás.

Saimos do restaurante e Tomás me levou em casa.

Ao chegarmos, ele parou e segurou minha mão a beijando.

- Se divertiu?

- Sim, bastante, obrigada

- De nada, eu te vejo amanha, não é?

- Claro.

Ele já ia embora mas de repente parou, voltando ajoelhou-se na minha frente e tocando minha barriga falou:

- Oi pequeno, aqui é o Tomás, saiba que estou ansioso pra conhecê-lo, e torça junto comigo, para que a sua mãe compreenda que estou do lado dela sempre, e que eu não vou deixá-la sozinha.

Ainda com a mão em minha barriga, ele me olhou. Eu sorri e senti meu bebê chutar.