Eu não sei bem quando começou...

Eu não sei bem quando começou, mas sempre acaba da mesma maneira.

Desde que ela entrou em hogwarts, há 3 anos atrás, sinto seus olhos caramelo me seguindo por onde quer que eu vá. Nos corredores, no salão comunal, nas estufas e principalmente no jardim onde seu sorriso doce ofusca qualquer outra visão próxima.

Ei-la vindo tomar seu café da manhã. Sempre cumprindo o mesmo ritual de parar suavemente perto da porta e ajeitar os livros nos braços, seu andar inebriante me traz logo aquele cheiro adocicado que desprende de seus lindos cabelos cor-de-fogo, isso sempre acontece um instante antes dela se sentar exatamente ao meu lado, não importando o quão enorme é a mesa de grinfindor.

Eu não sei bem quando isso começou, mas sei exatamente como vai acabar.

Chego a ficar sem ar só de vê-lo sempre sentado no mesmo lugar há três anos. Aquele rosto tranquilo bagunça o meu coração e minha mente apesar de ser refrescante. Seus cabelos claros arrumados naquele rabo mal feito, seus olhos tristes, a gravata vermelha e dourada sempre em desalinho, ah! Tudo nele parece perfeito. Até sua rabugice pela manhã.

Ao sentar do seu lado, eu sempre dou um jeito dele esbarrar em mim. É como se ali fosse o lugar perfeito, bem ao seu lado. E mesmo os anos no time de quadribol não tiraram a maciez de sua pele. Sempre nos cruzamos por toda Hogwarts e são comuns os esbarrões entre nós. No começo eu pensava que ele era desastrado, agora já tenho minhas dúvidas. Será que ele vai me notar?

Ela faz de propósito! Porque tem que ficar se esbarrando em mim? Será que ela não entende que não é mais a irmãzinha do Alvo? Será que não vê que está se tornando a cada dia a mulher mais linda de Hogwarts?

Mas até isso sai de foco quando ela começa a se derramar sobre a mesa. Suas palavras doces me deixam disperso. Até o Al já percebeu que ela é como mel pra mim.

Ele se finge de forte, mas não consegue tirar os olhos da minha conversa na mesa. Alvo diz que ele é tímido e reservado, e que eu deveria ter paciência com ele. Mas como se todas as meninas vivem a sua volta?

Merlin não ouse permitir que alguma bisca ponha as mãos no meu Homem-de-gelo antes que eu derreta essa neve toda dele.