O Poder Secreto dos Miltos escrita por Nicole Salmon


Capítulo 1
O começo


Notas iniciais do capítulo

o capítulo se inicia com 37 soldados americanos.



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Tudo bem, confesso que eu, Tal Honda, senti um certo medo ao adentrar nesta cidade estranha. Nem sei porque estou chamando isto de “Cidade”, uma vez que suas casas estavam em ruínas, a rua empoeirada e havia centenas de ossos com uma preservação razoável no chão.

Verificando que a munição estava bem encaixada na minha metralhadora, falei:

-Vou recapitular nosso objetivo rapazes: Nós, soldados integrantes do exercito dos EUA, estamos nesta ilha nunca explorada, localizada no Pacífico, a mando do governo americano, a fim de encontrarmos um dos vários poderes secretos de um povo extinto, os Miltos.

Meus soldados assentiram para mim, Tal Honda, seu capitão.

O mais novo integrante do exercito americano indagou com receio:

-Senhor Tal Honda... Se estão extintos, porque viemos? Não deviam enviar a equipe de reconhecimento?

-Os americanos têm dois motivos para nos enviar primeiro: Crêem que exista uma maldição neste lugar e acreditam que talvez outros países estejam interessados em encontrar o poder.-Vendo o pânico no olhar dos meus subordinados, ri.

-Seu miserável!-Me xingou um negro particularmente forte chamado Tom. - Omitiu isto! Sou pago para arriscar minha vida matando pessoas e não para enfrentar maldições!-Ele com um movimento rápido, botou seu fuzil no meio da minha testa e arrancou de mim minha metralhadora, a fim de não correr o risco de ser atingindo.

Indignado, Tom continuou a falar:

- Eu o recuso como meu capitão, Senhor Tal.-Tom Cuspiu no chão com desprezo-Me diga, o que faço pra sair deste lugar deplorável. Onde estão os helicópteros que nos trouxeram Tal?

Ri novamente com mais vontade.

Tom não perdeu tempo e aplicou um soco bem no meio da minha barriga.

Curvei-me de dor, ainda com um sorriso no rosto:

-Viagem sem volta, sinto muito. Eliminei todas as formas de vocês se comunicarem com o mundo externo. Até um equipe de resgate vir deve levar uma semana devido as dificuldades de se chegar até aqui. Quanto aos pilotos... os envenenei. Já devem ter morrido.- Achei graça quando vi caras indignadas e raivosas me encarando.

Recebi um tapa na cara de um outro soldado.

-Obrigado.-Agradeceu o negro fortão, Tom, que estava com o fuzil na minha testa.- O que deseja afinal Tal Honda?! Ser morto por nós?! Saiba que jamais confiei em você!

Resolvi não encarar meu agressor ao responder esta pergunta. Sua cara não era agora uma das melhores já que estava distorcida de ódio e suas sobrancelhas estavam juntas de tão franzidas.

-Gosto de ser forte. Gosto de ser valente. Quando estou em uma guerra quero ser o primeiro a atirar e o último a cair morto. O que quero é adrenalina, emoção galera! Como vocês iriam se aventurar nesta ilha se soubessem de toda a verdade? Aposto que alguns dariam um jeito de não vir aqui. Alegria pessoal, vamos ter uma semana maravilhosa até que aqueles chatos nos contatem!-A esta altura estava quase pulando, tamanha era minha emoção.

-Louco...Quem é a favor da morte deste maluco?

Sinceramente, me senti ofendido.

A maioria levantou a mão.

-Então eu vou ser mor...-Começei a falar.

Para minha sorte, inesperadamente, um som muito estranho cortou o ar e fez com que Tom não atirasse naquele exato momento em mim.

-Parece algum animal pelo som. –Comentei.- E não está longe.

A atenção de todos se concentrou em uma parede semi-destruída de uma casa que começara a descascar.

Depois tudo ocorreu muito rápido. Dois vultos de médio porte saltaram da parede e começaram a atacar nosso grupo. Concluí, independente do que fossem que eram perigosos, uma vez que toda hora o chão era manchado com sangue humano.

Ansioso por lutar, puxei a minha metralhadora da mão de Tom e assim como os outros, não parei de atirar na direção dos meus dois inimigos. Ambos tinham uma velocidade quase anormal. Adorava aquele barulho de bala sendo disparada. Para mim era um som divino.

Perdemos seis homens do total de trinta e sete comigo até darmos cabo naquelas coisas.

-Posso ver?-Apontei para o cadáver de um dos nossos inimigos que estavam escondidos na parede que tinha descascado.

Feliz por ter obtido a aprovação de Tom, cheguei perto e fiquei e de cócoras observando um deles.

Ambos eram idênticos. Quadrúpedes, da cintura pra cima pareciam um pouco com cachorro e do meio para baixo me lembrava um pouco daqueles dragões que apareciam em filmes.

-Tal Honda, levante-se. -Ordenou Tom mirando em mim.

-Ok.-Falei relaxado.

-Me entregue sua arma, se não, morrerá.

-Nossa, falou sério mesmo! Não entendi a parte “se não, morrerá”. Me quer vivo?

Impacientemente e agilmente, ele arrancou a metralhadora de mim novamente. Não gostei disso.

-Homens! Aqueles que estiverem feridos peçam ajuda para alguém. Os que não forem ajudar procurem um bom lugar para o acampamento e não se esqueçam de fazer uma prisão impecável para nosso “amiginho” aqui.

-Ué?! Não vai me matar? Tá me surpreendendo irmão.

Recebi um chute do Tom.

-Presta atenção maluco. -Ele aproximou sua cara da minha.- Só tá vivo porque acho que você deve ser útil, caso contrário, qualquer um aqui te matava, viu?

Esse Tom está começando a me dar medo.

 

NÚMERO DE SOBREVIVENTES: 31


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