A Rainha Vermelha já não governava o País das Maravilhas. Agora todas as festas podiam ser cheias de animação.

Não tinham mais medo de ter as cabeças cortadas e todos iam aos chás do Chapeleiro comemorar seus desaniversários.

Mas o anfitrião, apesar dos sorrisos e piadas não estava tão animado quanto aparentava.

Para ele as festas perderam seu brilho, sua alegria e quanto mais pensava nisso via que estava cheio de razão.

Parecia que sua loucura e alegria o deixaram, assim como Ela.

Ainda lembrava das vezes que a vira, sempre com um vestido azul, olhar curioso de quem não estava entendendo nada, mas mesmo assim ia até sua mesa com seus passos hesitante olhando para todos os cantos, para, por fim, encará-lo com mais curiosidade e interesse ainda.

Sentava-se na mesa e deixava-se levar pela alegria da festa.

Ah! Como ele sentia falta daqueles cachos dourados e daquele vestido simples, mas encantador, ao menos ele nunca vira peça de roupa mais encantadora.

Como queria ver aquele sorriso curioso e mesmo assim bondoso e inocente.

Como queria ouvir novamente que as melhores pessoas são as malucas.

Mas sabia que não poderia, sabia que teria de se segurar as lembranças e junto delas as lágrimas que sempre insistiam em cair de seus olhos quando estava sozinho em casa, lembrando...

Mas viu a animação no rosto de seus convidados, o cheiro de chá infestar o ar, junto com as risadas animadas e sorriu.

Decidiu usar essas lembranças como fonte de alegria, e não de pesar. E com elas em mente sorriria mais uma vez e continuaria seu chá.

Seus convidados mereciam uma festa animada, um chá não é algo completo se seu anfitrião não sorrir e conduzir a alegria geral.

Mas nem todo chá do mundo o faria esquecer que Alice não esta mais no País das Maravilhas.