"É muito melhor viver sem felicidade do que sem amor."

William Shakespeare

.Haruhi POV.

___20 de Janeiro – 13h40min___

– Haruhi! – Meu pai chamava-me.

– Sim? – Sai de meu quarto em busca de uma resposta.

– Seus amigos estão aqui.

– Ah, obrigada. – Caminhei até a porta, fazendo um pequeno sinal com a cabeça, para meu pai voltar a seja lá o que ele estava fazendo. – Entrem! Temos muito que fazer. – Fomos até a sala e sentamo-nos.

– Antes, temos novidades. – Kyoya pronunciou-se.

– Falem...

– A Bolsa de Estudos foi re-ativada em Ouran. E, bem, nós inscrevemos você.

– O que?! Ficaram malucos? Eu não posso mudar de escola agora. O ano mal começou...

– Por isso mesmo. – Os gêmeos falaram em uníssono.

– Vocês não têm jeito!

– Acho que não, né?

– Não mesmo! – Ficamos em silencio, e Kyoya tirou de sua maleta um papel e analisou-o.

– Pois então... Combinamos de cada um tentar pensar em algo para impedir o casamento de Tamaki. Alguém tem algumas... – Kyoya parou no meio da frase, olhando para as faces de cada pessoa ali presente. – Ou pelo menos uma idéia para isso? – Os Hitachiin olharam-se e sugeriram a própria idéia.

– Nós pensamos que seria um exemplo sólido se fizéssemos que Haruhi se encontrasse com Valentine e que a pegássemos no flagra, maltratando a Haruhi.

– Realmente, poderíamos utilizá-la, é claro, se você não se preocupasse com isso, Haruhi.

– É claro que não! Para livrar Senpai dela, eu faço qualquer coisa. Nem que eu tenha que cair da ponte de novo!

– Imaginei... Mais alguém? – Silencio. Dez minutos de silencio. Muito silencio. – Pelo jeito, além de mudar de escola, você vai ter de agüentar Valentine, Haruhi.

– Eu sei...

___12 de Fevereiro – 14h23min___

Após receber o resultado da prova – que eu fiz para tentar conseguir a bolsa de estudos – fui para o Host Club, rezando para que Tamaki – e, principalmente, sua noiva – não estivessem lá.

Caminhava lentamente, até meio que sem vontade. Eu ainda não havia aberto o resultado, mas, minha sensação era de que alguém tinha me ultrapassado.

Parei em frente à terceira sala de música e bati na porta. Mori atendeu-me.

– Ele não esta aí, está? – Perguntei, entrando.

– Não... Ele foi... Na verdade, eu não sei aonde ele foi. Ele não contou. – Denunciou Kaoru.

– Hun... – Aquilo não me agradou. Ora, tempo atrás ele não saia sem “permissão”.

– Então, me dê este resultado. – Kyoya disse. Eu entreguei-o, meio a contragosto. Se eu não tivesse passado, nosso plano iria por água a baixo.

– Eu... Não acredito nisso. – Rapidamente, quando terminou de analisar minha prova, ele se dirigiu ao computador que estava na mesa ao lado. Digitava rapidamente, procurando algo que ninguém sabia o que era. Quando parou olhou surpreso para a tela do notebook. Eu sabia! Deveria ser a pior nota de todas as bolsas de estudos que Ouran já teve e...

– Haruhi... Meus parabéns!

– O que? – Meus horríveis pensamentos foram interrompidos.

– Você tirou a nota mais alta de todas as provas para Bolsas de Estudos que Ouran já teve!

– Não brinca!

– Eu estou falando sério.

– Mas eu pensei que iria tirar a pior nota.

– Ao contrario, minha cara. Ao contrario.

– O que esta ao contrario? – Tamaki entrou na sala do Host, juntamente com... Vocês sabem quem...

– Ah! Você não adivinha Tama-Chan! – Honey pronunciou-se, dando um abraço em Tamaki. – Nós pregamos uma peça em Haruhi, e a inscrevemos na prova para Bolsa de Estudos.

– E ela tirou a melhor nota da história! – Os gêmeos deram aquele sorriso colgate, que parecia o da propaganda...

– A partir de hoje, ela vai voltar para Ouran. – Kyoya disse, mostrando a Tamaki meu teste. – Você, - Disse apontando o dedo indicador em minha direção. – Continua a mesma de antes, não é, Haruhi?

– Na verdade, acho que eu piorei um pouco. – Disse indiferente, enquanto pegava minha bolsa, e ia direção a saída, aproveitando para retirar aquele pedaço não tão inútil de papel da mão de Kyoya. Chegando perto da saída, escutei um pequeno murmúrio.

– Parabéns, Haruhi. – Foi o que eu ouvi, mas, não dei importância, até que, a mesma pessoa que me parabenizou segurou meu pulso antes de eu ir. – Vou apresentar vocês a ela primeiro.

– Não tenho necessidade. Eu já lhe conheço... Fujioka-San.

– Na verdade, não posso garantir que bulling seja uma forma de se conhecer uma pessoa, Montecchio.

– Bulling?

– Esqueça. – Disse, tentando controlar meus próprios nervos, se não, minha mão acabaria na cara daquela cascavel. – É melhor você nem saber. – Logo depois de pronunciar essas palavras, no tom mais inconveniente que podia, eu fui embora, dessa vez, se ninguém segurar-me.

Fui até o jardim do colégio e sentei-me no primeiro banco que achei disponível. Fiquei lá, parada, durante o que eu julgava ser meia hora. Até que, infelizmente, tive o desprazer de ver Valentine se aproximando. Fingi que era o nada, e olhei para o céu. Mas não adiantou.

– Olha aqui! – Ela quase gritou, num tom extremamente rude. – Se você tentar me separar de Tamaki, eu juro, sua vida será um inferno, entende? Um inferno! Você sabe que não estou brincando!

– Olha aqui você! Você acha que com dezoito anos, eu vou ter medo de você?! Você não pode mais colocar medo em mim. Você não consegue mais fazer isso. – Disse, já de pé, revidando aos ataques que estava sendo submetida, mas, para meu completo azar – ou sorte. Não consegui distinguir ainda – Tamaki chegou.

– Vamos, Valentine!

– Sim... – Ela respondeu completamente falsa.

Agüentá-la, não vai ser fácil. Mas eu tenho!

___17 de Março – 15h45min___

Corria desesperada para o Host. Haviam me chamado com urgência no clube, e para lá estava indo eu.

– O que houve? – Cheguei, praticamente, invadindo a sala.

– O casamento... Vai ser...  – Honey falou metade da frase. Deixando-me angustiada.

– “Vai ser”? – Tentei ajudar.

 – Vai ser... Daqui a uma semana. – Um choque. Foi essa a sensação que senti. Um choque percorrendo por todo o corpo. Num sussurro eu falei o que pensava.

– Mas... Não vai dar tempo.

– Vai ter que dar...  – Okaa-San...  Por favor, ajude-me... Eu não posso deixar Tamaki casar-se. Eu... Eu perdi você e agora, vou perder o amor da minha vida? Kami-Sama... O que eu fiz para isso acontecer?

– Ohayo! – Senpai entrou no Clube, alegre. Mas, assim que me viu, ficou surpreso. – Aconteceu alguma coisa? – Acho que nossa cara não estava lá muito feliz.

– Nada não... – Kyoya mentiu. – Mas, seu casamento é mesmo semana que vem?

– Valentine disse que já tinha tudo pronto, e disse que não tinha que ficar esperando dois meses para casar, então... É sim.

– Bem... – Comecei. – Tenho que ir agora. – Outra mentira. Sai do clube, não correndo para não alarmar ninguém, mas, sem perceber, deixei uma lágrima cair no chão. Após chegar há uns três corredores depois da sala de música, e comecei a correr. Eu não possuía controle sobre minhas pernas e elas acabaram levando-me para a fonte que ficava na frente do colégio, que já estava vazio naquela hora. Dois minutos depois, eu já estava chorando.

Quando era pequena, pensava que o amor trazia felicidades...

– E não tristezas... – Complementei meus pensamentos com a fala.

– E o que... – Percebi que Tamaki estava lá. – Lhe deixa tão triste?

– Eu gosto de um idiota. Um idiota que não percebe que eu gosto dele. – Tamaki mudou de face completamente. O rosto compreensivo se tornou triste.

– Por que... Não se declara? – Percebia-se que ele não estava confortável dando-me aqueles conselhos.

– Não é tão fácil... Sabe, ele é rico.

– Ele é de Ouran?

– Uhum...

– É do Host Club?

– Sim... – Juro que se Tamaki não perceber que estou falando dele, eu o mato!

– Eu não acredito que você se apaixonou pelo Mori!

– Mori?! Quem disse isso?

– Não é ele? Então... O Kyoya?

– Não.

– Mitsukuni?

– Claro que não!

– Um dos gêmeos?

– Você não Server para dar palpites...

– Mas... Só sobra... Eu?

Continua...