A história começa em 2007, provavelmente em novembro. Eduarda é uma garota comum de 14 anos, que faz as mesmas coisas que toda garota da sua idade faz. Tem poucos amigos, uma família bem grande, não tem um estilo específico, não usa roupas de marca, é de classe-média-baixa, tem os pais divorciados, mora com a mãe e o padrasto em uma cidade no interior do Rio Grande do Sul; no Brasil, tem um irmão mais velho chamado Felipe que mora em outra cidade, e não é uma garota popular na escola. Mas o que ela não sabia, era que tudo isso mudaria de uma hora para a outra. Duda, como é chamada pelos amigos, faz composições desde 2005, quando a sua avó, a quem era muito ligada, faleceu. Em 2006 ela começou a cursar aulas de canto e violão, mas parou porque o seu professor havia sido preso por exploração sexual de um outro aluno. Depois disso ela se distanciou da música, como se essa tivesse a traído. O que tudo isso tem a ver com Tokio Hotel? Vocês já vão saber.

Em um dia como qualquer outro, Duda chega da escola, almoça, conversa com sua mãe por uns minutos e então senta-se no sofá da sala. Liga a TV e sintoniza a MTV. Estava passando o EMA 2007. Ela estava bem satisfeita com os resultados até que, na categoria Inter Act uma banda alemã muito bizarra ganha o prêmio. Ela fica pasma, pois os artistas que ela estava torcendo não haviam ganhado. Mas ela continuou ali, observando a tal banda vencedora. Na sua primeira impressão concluiu que todos eram gays. Falaram meia dúzia de palavras e saíram de cena. Já era tempo. Duda por fim achou o visual do vocalista bacana. E então, passado alguns minutos os tais voltam ao palco.
- Ah, já basta. Então porque ganharam um prêmio estes garotos estranhos acham que podem dominar a premiação?! Pois bem, vou mudar o canal, isso sim.

Mas mesmo que ela quisesse, pensou por último: ‘Bom, se ganharam o prêmio, não devem ser tão ruins assim’. Decidiu dar uma chance aos rapazes sinistros. Deixou no canal e começou a assistir a performance deles. Logo às primeiras frases da música, aos primeiros acordes, mesmo sem entender muita coisa da letra da canção (nunca havia cursado qualquer curso de inglês, o que sabia era via internet ou então pelo inglês da rede pública de ensino), ela já estava simplesmente apaixonada pela música. Tanto pela melodia como pelo jeito do vocalista cantar. Terminada a apresentação da dita banda, Duda saiu correndo ao computador. Só precisava lembrar o nome da banda, apenas isso! Alguma coisa com hotel e Japão... TOKIO HOTEL! Era esse o nome! Passava agora então os olhos atentos sobre todas as informações disponíveis, enquanto fazia download das suas músicas. Em questão de algumas horas já sabia tudo que se era possível saber sobre Bill, Tom, Georg e Gustav. E a cada entrevista, a cada foto, a cada vídeo, a cada canção, tornava-se mais e mais admiradora deles. E assim se passaram dias, semanas, meses. Era impossível não ser crescente a sua admiração à banda, e o seu amor a Bill. Os amigos e parentes mais próximos diziam que ela estava obcecada, e que isso era momentâneo. Por fim, acabou aproximando-se novamente da música e montou uma banda chamada: True Lies. Ela própria fazia as composições e era vocalista. Nos primeiros meses de formação, trabalharam com divulgação e as primeiras músicas foram surgindo, juntamente com os fãs. Então gravaram o seu primeiro álbum. Eram enfim uma boa banda de pop-rock com o seu primeiro CD gravado e uma boa quantia de fãs fiéis sempre à disposição.


Continua...