Imortal escrita por Razi


Capítulo 2
I - 6 de maio


Notas iniciais do capítulo

Bem, daqui começamos a historia, espero que pelo menos ocorra um review.
Enfim sem mais delongas, degustem o cap.



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Acordei ouvindo Russel batendo na minha porta insistentemente.

-Passa por cima – disse com sarcasmo

-Arrume-se depressa – ordenou ela num tom gélido – Chega de embolação.

Suspirei.

Depois de duas semanas livre de um espaço chamado colégio. Ele me chamava carinhosamente de volta.

Adorável.

Peguei a velha toalha branca e segui para o banheiro no fim do corredor.

Um banheiro para três garotas.

Estupendo.

Tomei um banho despertante. A água fria colaborou.

Sai do banheiro dando de cara com Liesel entrando num jato no banheiro.

Impaciente, não, toda.

Entrei no quarto e rumei para o guarda-roupa.

Que roupa usar na minha talvez quinta semana de colégio que não conhecia ninguém?

Peguei uma regata cinza, calça jeans de lavagem clara, bota cano curto marrom, correntes na cintura e uma luva negra com as pontas cortadas.

Deixei meu cabelo negro solto, caindo negligentemente por meus ombros, destacando minha pele meio bronzeada e os olhos castanhos e verdes na íris.

Me olhei no espelho.

Garota rebelde total.

Pisquei para mim mesma.

Vamos ver se hoje você descola um amigo ou vai conseguir um inimigo.

Peguei minha mochila saindo logo depois.

Encontrei Russel terminando seu café quando me viu, me olhou de cima abaixo.

-Onde é o Hallowen? – perguntou ela levando a boca sua xícara

-No seu – ela me lançou um olhar severo – bairro.

-Você ainda está tomando café, Josy? – indagou Liesel me olhando critica

-Desculpa por ser tão lerda – disse sarcástica enquanto pegava uma torrada

-Sim, termine logo – me apressou ela – Temos que ser pontuais.

-Agora falou a certinha – debochei

-Não comecem – pediu Russel levando sua xícara novamente á boca

Concordei enquanto bebia um pouco de suco, logo em seguida me levantei indo pegar minha bolsa na sala.

-Tenham cérebro – avisou Russel enquanto saiamos

-Vou tentar – retorqui

Caminhei rumo a garagem onde havia um Mercedes branco, um Gallardo preto e minha moto Senna preta.

Peguei o capacete em cima da mesa de ferramentas. Não sou seu quem as usa e sim Liesel.

Ela adora coisas relacionadas com carros, motos. Tudo que cheirar á óleo e graxa.

Incrível para alguém de aparência delicada que nem ela.

-Cuidado para não cair – alertou ela antes de entrar no Gallardo.

Fiz uma careta.

Os carro foram presentes meus de agradecimento por terem me recebido e por guardarem o meu pequenino segredo.

Além do que dinheiro das minhas contas da para sustentar Washington, Texas, Las Vegas e outras cidades existentes no mundo.

Ela acenou para mim e logo acelerou.

Acelerei um pouco antes de seguir rumo ao colégio que me esperava tão pacientemente.

Preferi usar um atalho para chegar mais rápido.

Simples e pratico.

Estacionei a moto numa vaga entre um Opalla detonado e um Ford que precisava ser lavado.

Coloquei o capacete no bagageiro. Não iria ficar com ele.

Enquanto seguia para o colégio notava os olhares das pessoas sobre mim.

Até parece que sou uma novata.

Vi Liesel de longe sorrindo com suas amigas.

Passei por elas enquanto seguia para minha sala.

Nem um olhar, nem uma palavra.

Ela não me conhecia e eu fazia o mesmo.

Fora um acordo que estabeleci quando topei freqüentar a mesma escola que ela.

Parece sem sentido, mas acho viável dessa maneira.

Bocejei enquanto entrava na sala quase cheia.

Procurei por uma cadeira ao fundo mais já estavam todas ocupadas.

Que beleza terei que sentar meio que na frente.

Demais não?

Coloquei minha bolsa no encosto da cadeira e me sentei relaxando os músculos.

Olhei para as pessoas na minha frente.

Todas sem-graça, com feições juvenis e com o traiçoeiro ar da inocência.

Quem vê jura realmente que esses pré-adultos são santos.

Ri por dentro com tal pensamento, voltei meu olhar para a porta, uma desconhecida do publico entrava.

Ela tinha o cabelo castanho-claro curto, cortado de uma maneira simples para o seu rosto gracioso. Olhos verdes vivos possuía algumas sardas, poucas mais tinha. Era um pouco baixa, meio gordinha e para variar branca.

Usava uma tosca blusa turquesa decote em U, calça jeans larga e um tênis surrado. Tinha uma munhequeira vermelha no pulso direito e um delicado relógio no esquerdo.

Bem vestida ela não tá, mas não chega ser bizarro seu look.

Retornei meu olhar para a janela quando então a sala rompeu alguns risos.

Motivo?

A garota com sardas tinha caído não sei como.

Censurei mentalmente ela por ser desastrada e as pessoas por rirem disso.

Me levantei tendo a intenção de ajudá-la , mas um belo rapaz fizera isso primeiro.

Ele possuía o cabelo curto, loiro e desgrenhado, o rosto era simplesmente paralisante, olhos cor de âmbar, lábios médios na boca bem desenhada, pouco musculoso e meramente alto.

Usava uma camisa branca com os primeiros botões abertos, calça jeans de lavagem esverdeada, um tênis social.

Ele tinha sensualidade e para arrebatar usava um óculos de fina armação.

Arranca suspiros com certeza.

Ele ofereceu sua mão para ela que a pegou ruborizada em seguida ele rapidamente voltou seu olhar para mim que fui rumo a porta.

Não queria que soubesse que o observara, seria uma massagem em seu ego desnecessária.

Caminhei um pouco, mas logo quando a sirene tocou retornei a sala encontrando um professor de meia idade e o garoto loiro sentado ao meu lado.

Alguns podem chamar isso de sorte, mas prefiro uma palavra chamada azar.

Fui me sentar com o professor explicando algo relacionado a estudo dos gases.

Já vi que a aula será tediante.

Olhava para além do professor, focalizando o vazio na sem qualquer razão vontade de encontrar algo.

-Josephine – ouvi chamar meu nome com impaciência

Voltei para o presente dando atenção ao professor esquentadinho.

-Poderia me dizer o que é uma transformação isobárica? – indagou ele com rispidez

Franzi o cenho, com uma cara bem pensativa.

Erro ou acerto?

-Não faço a menor idéia, professor – disse fazendo a melhor cara sincera que encontrei.

Ele se voltou para a garota sardenta sentada duas fileiras á direita.

-Sabe responder, Elisa? – indagou ele

-É quando a transformação ocorre em pressão constante – disse ela educadamente

Revirei os olhos discretamente enquanto o professor me reprovou com os olhos.

Se bem me desse na telha o deixaria no chinelo.

Não passei oitos séculos da minha vida não aprendendo porra nenhuma.

Me encostei na cadeira cruzando os braços.

Olhei para o relógio no alto da parede, ótimo, 40 minutos nessa aula que provavelmente se tornaria um martírio pelos próximos meses escolares.

Perfeito.

-Josephine – me chamou novamente o professor – Me diga quais os dois tipos de carga elétrica?

-Pressão e contato? – menti receosa

-Senhorita Elisa? – indagou ele se voltando para ela

-Positiva e negativa – disse ela rapidamente

O professor continuou falando sobre eletricidade agora.

Insuportável.

Meu olhar e pensamento vagavam a esmo, sem rumo certo.

-Josephine – o professor realmente adora o meu nome

Voltei meu olhar para ele.

Mentiria novamente

-Pretende brincar de novo? – indagou o garoto loiro ao meu lado

Um cara sorriu, ma não sei por qual razão sabia que aquilo tinha sido para mim.

-Quais os processos de eletrização? – perguntou o professor me fitando

Mordi o lábio inferior.

-Atrito, condução e indução – respondi monótona

Seu olhar demorou por um segundo em mim antes de se voltar para sua mesa.

Nisso a sirene tocou.

Valeu!

Bocejei enquanto me levantava.

Olhei para a janela que deixava claro o céu um pouco nublado.

Que coisa gótica.

-Josephine – me chamou a tal Elisa

Me voltei para ela fazendo meu cabelo sem querer, querendo, ir direto em seu rosto.

-Foi mal – me desculpei sem jeito

-Não tudo bem – disse ela ajeitando seu cabelo – Desculpe.

-Pelo que? – indaguei confusa

-O professor – disse ela sorrindo sem graça

-Tudo bem – disse fazendo com a mão um gesto de “deixar para lá”

-Me chamo Elisa, prazer – disse ela estendendo sua mão para um aperto

-Josephine – disse apertando sua mão

A olhei.

Ela parecia uma garota legal, por agora parecia.

Uma professora entrou com uma pilha de livros debaixo do braço.

Geografia.

Seria novamente um tédio?

Espero realmente que não.

Os 50 minutos se passaram realmente normais.

A aula fora mais ou menos, a única coisa que tirei proveito foi de saber o nome do garoto loiro.

Bernad.

Me espreguicei, Elisa veio conversar comigo apesar dos seus olhinhos voltarem uma vez ou outra para Bernad.

Pelo brilho em seus olhos sabia que ela gostava dele.

Alegria ou magoa?

Meu pensamento pendia para a segunda opção.

Outra professor entrou. Tinha o ar de contemporânea.

Literatura.

Novamente a aula passou mansa.

Quase não prestava atenção.

Também ouvir pela centésima vez sobre o período barroco era irritante.

Sinal tocou dando-me um alivio em imediato.

Me levantei, Elisa veio para o meu lado e logo depois fomos para a cantina.

 


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Notas finais do capítulo

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