Memórias Póstumas escrita por dona-isa


Capítulo 7
Sanidade




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- Por favor, eu não tenho muito tempo - Near exigiu. A mulher analisou no computador e depois lhe informou. - Misa Amane está no segundo andar, quer que eu prepare a visita? "Preparar a visita?" - Sim, claro, o mais rápido por favor. A mulher assentiu pegando um telefone e discando, ainda olhando suspeita pra Near, que mais parecia outro fugitivo de hospício. - O andar está pronto, pode ir, só me diga seu nome por favor. Near estreitou os olhos. - Near - murmurou, a mulher arregalou os olhos confusa. - Sobrenome por favor. - É só Near, com licença. "Eu tenho certeza que ela pediu meu nome pra saber se eu não era um internado daqui, mulher estúpida" Near então caminhou pelos corredores claros, pegando o elevador e novamente andando por mais dois lances de corredor. Foi então que ele de repente começou a ver alguns enfermeiros em fileira, enfermeiros fortes e altos, eles olhavam Near com ansiedade. - Visita para Misa Amane? - um deles perguntou. "O que deve ter acontecido com Misa? Não seria a toa que eles disponhariam tanta segurança" - Sim, sou eu mesmo. "Hunpf depois de tanto tempo lembraram da coitada" um dos enfermeiros sussurou para o outro, Near somente ignorou. - Onde ela esta? O enfermeiro o levou pra dentro de uma sala branca e com visor, onde havia somente uma mesa e duas cadeiras. "Droga!, aqui deve ter microfones!" pensou Near logo se emburrando. - Espere um momento, ela logo virá pra lhe ver. Ele então esperou, e alguns segundos depois dois enfermeiros apareceram, com Misa Amane segurada pelos cotovelos, ela tinha a cabeça baixa, os cabelos loiros que antes batiam no ombro agora passavam da cintura, mas agora ele era desgrenhado e estava maioria cobrindo o rosto, ela usava uma camisola branca, pulseiras identificadoras nos pulsos e calcanhares. Ela então se sentou, olhando de baixo pra Near.

- Olá senhorita Misa - ele sussurrou, e ela deu um meio sorriso, puxando o pulso pra baixo da camisola, escondendo os hematomas e marcas de cortes. - Oi - ela sussurrou com a voz fraca. - Eu acho que já deve saber porque eu vim até aqui, não é? Ela balançou a cabeça, fazendo que não. - Eu vim saber sobre L. Ela estremeceu, franzindo os lábios. - Eu matei ele, eu matei ele, eu matei ele... - ela repetia várias vezes em voz baixa, os olhos se revirando nas órbitas. - Você não matou ele, quem matou foi o shinigami. - Mas a culpa foi minha - ela sussurrou. - Me diga, Misa, o que você sentia por L e por Raito. Ela piscou algumas vezes, despejando algumas lágrimas. - Eu amava Raito, mas do que qualquer coisa nessa vida, mas esse sentimento foi se tornando diferente depois que eu... eu... - Teve aquela noite com L? Ela arregalou os olhos assustada. - Como você sabe? Near sorriu. - Eu sei de tudo. - Então ele tinha mesmo um diário? Near estremeceu sutilmente. - Sim, você sabia da existência os diários. Ela se encolheu, movendo os pulsos frenéticamente, os olhando. - Quando terminamos de fazer o que fizemos, eu fui para o meu quarto, mas antes, eu voltei um pouco e o espiei, ele estava escrevendo em um caderno, eu estranhei, geralmente não era uma coisa que um homem fazia depois de fazer o que fez, eu então só deduzi que fosse um diário.

- Huumm, faz sentido.

- Eu matei ele, Near - Misa se levantou tocando nos ombros de Near, os enfermeiros se moveram, ficando em posição de ataque.

- Eu já disse que não Misa, você precisa se acalmar.

- Eu sou responsável por três mortes, três mortes que eu não quis que acontecessem. - Sim, você diz Raito, L e o shinigami, não é? Ela se encostou na cadeira, arregalando os olhos para o nada, e abraçando os próprios braços. - Não é o shinigami que eu digo, é outra pessoa. Near torceu as sobrancelhas. - Quem? - A minha noite com L, teve... um fruto.

- Você quer dizer que... - Near a começou, a encorajando pra que continuasse, mas ela não reagira, ela somente passava as unhas afiadas nos braços, fazendo linhas avermelhadas, seu olhar estava distante olhando para algo no canto da sala. Near suspirou, abaixando o rosto olhando para o joelho e para a mão em cima dele, pensou em se levantar mas Misa reagira.

- Sim, eu... fiquei grávida - ela sussurrou num fio de voz. Near arregalou os olhos, desta vez ele ouvira da boca dela, o que parecia fazer mais inacreditável ainda. - Impossível! Quer dizer então que vocês tiveram um filho? Ela abaixou a cabeça, engolindo em seco, fechando os olhos e deixando cair mais uma lágrima fria.

- Não, nós teríamos, se não fosse a minha alma de assassina... Near estreitou os olhos, enrolando uma mecha de cabelo furiosamente com a ponta dos dedos. - Pode ser mais clara senhorita Misa Amane? Ela pôs então as mãos sobre a mesa, expondo literalmente todos os machucados e feridas abertas que tentavam se esconder debaixo das pulseiras. - Logo quando Ryuuzaki e Raito capturaram Higuchi, mesmo ele morrendo, ambos estavam de certa forma felizes, porque o plano deles havia funcionado perfeitamente, eu queria comemorar também, então chamei Raito, pra que viesse dormir comigo, Ryuuzaki o incentivou, ele então fingiu ter ido, mas no final acabou dormindo no sofá ao meu lado, me deixando profundamente revoltada, mas antes de dormir ele me pedira pra que eu seduzisse Ryuuzaki enquanto ele trabalhava, pra que eu o distraisse, e que tentasse tirar qualquer coisa dele, mas pra isso eu tinha que ser convincente... - Huuum, eu sabia - Near revidou sorrindo triunfante, mexendo na mecha branca de cabelo. Ela arregalou os olhos.

- Você sabia? Near fez que sim com a cabeça.

Ela então pigarreou e continuou.

- Mas o plano de Raito envolvia somente seduzir Ryuuzaki, eu então fui longe demais... Near sorriu maliciosamente.

- Quer dizer que Raito não soube sobre a relação entre você e L? Ela moveu a cabeça devagar, fazendo que não.

- Interessante - ele murmurou.

- Mas Raito soube sobre minha gravidez, ficando histérico. Ela fez uma pausa longa, torcendo as sobrancelhas embaixo do cabelo longo e desgrenhado, os olhos viajando no tempo de uma forma assustadora.

- O que ele disse? - Near pressionou.

- "Misa sua idiota!" - ela imitou a voz de Raito quase perfeitamente - "Um filho é tudo o que não precisamos agora, você é uma imbecil!" Ela estremeceu, a lembrança parecia ser dolorosa. - Mas o bebê era de L? - Near perguntou. Ela arregalou os olhos ficando vermelha. - Desse jeito você magoa a Misa-Misa - ela disse voltando ao tom infantil de anos atrás, mesmo sem ter a mesma aparência - É claro que era de L, eu sabia, eu estava grávida antes de me relacionar com Raito. Near sorriu novamente a interrompendo, a deixando constrangida de repente. - Quer dizer então que L veio antes de Raito? Ela se encolheu, mordendo o lábio e ficando corada. - Sim - ela sussurrou. - Magnífico! Magnífico! Como Raito Yagami pôde ser tão idiota? E onde está essa criança? Ela fechou as mãos em punhos, os pressionando com força contra a mesa da sala de visitas, fechando os olhos. - Eu já não lhe disse que eu sou uma assassina? Near então assimilou, arregalando os olhos apavorado.

- Ahh meu Deus... - ele sussurrou, entendendo o porquê das lágrimas doloridas de Misa. - Quando Raito soube, ele me pediu estritamente pra que eu tirasse o bebê antes que a minha barriga aparecesse, já que a mãe dele e a irmã iriam amar uma criança se nascesse, ainda mais sendo neto e sobrinho, então ele me pediu pra que mantesse em segredo, eu neguei a princípio, eu queria aquilo, eu queria ser mãe, era meu sonho, ainda mais sabendo que meu filho poderia herdar a inteligência do pai. "É óbvio que ele teria que herdar a inteligência do pai, se herdasse a da mãe..." pensou Near. Misa secou as lágrimas com a manga da camisola larga e continuou. - Eu disse por último que iria tirar, Raito assentiu, mas toda vez que ele saía para as idas ao escritório da polícia, eu somente adiava, o que o deixava muito irritado, ele então pediu a Matsuda, pra que me levasse a um lugar onde eu pudesse fazer isso, Matsuda no começo ficou aterrorizado, mas ele era o único agente que seria capaz de fazer isso, já que ele era muito imaturo, e ainda por cima, Raito me obrigou a dizer a ele que eu queria fazer isso, que era o melhor pra minha carreira, já que dessa forma ele iria aceitar melhor. - Tota Matsuda - Near sussurrou pra si mesmo. - Mas ele não tem culpa de nada, ele somente foi encarregado de me levar até o lugar, o resto foi tudo culpa minha. - Raito tinha o dom de manipular as pessoas não é. Misa suspirou e depois murmurou entre lágrimas. - Sim... - E de quantos meses foi sua gestação? - Near mudou o curso da conversa. - Três meses - ela sussurrou fungando novamente entre lágrimas - A minha barriga já estava começando a aparecer, e as vezes eu podia sentir... e pequeno... L, se debatendo em meu ventre... Ela levou a mão a barriga, como se tivesse algo ainda nela, uma visão que era atordoante pra Near, que nunca deixara emoções transparecerem, mas desta vez se sentia desafiado a segurá-las.


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