Memórias Póstumas escrita por dona-isa


Capítulo 43
Revelação




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- Hunpf! Até você desencalhando! - Halle ironizou, enquanto desfazia suas malas, Near estava admirando a vista da janela do escritório no Japão, encostando a testa no vidro, aliviado com a sensação do vidro gelado na testa, com as duas mãos no bolso da calça de moletom.
- Eu nunca me perdoaria se eu não fizesse isso, se eu a deixasse passar.
- Entendo - Halle murmurou, agora inerte em outros pensamentos - Err...Near?
- Hmmm? O que? - ele se virou.
- Se lembra de um presente? Um presente que você ganhou em seu aniversário e depois disso nunca mais o mencionou?
Near olhou para os próprios pés, os roçando um no outro.
- Sim, me lembro, mas o que tem?
- Bem, se não for muito abusiva, gostaria de saber, o que você fez, com os cadernos que você recebeu?
- Se não se importa - Near se virou - É abusiva sim, ao perguntar sobre.
- Err...Near eu, ahh esquece!
- O que? - ele se virou novamente, agora mais impaciente.
- Bem, eu gostaria de saber porque...
- Continue Halle.
Ela suspirou, se sentando numa poltrona, e olhando para os lados, observando que ninguém ouvia.
- Fui eu, quem enviei os cadernos pra você - ela desabafou num sussurro.
- Você? O que? Como posso acreditar? E se você estiver blefando, somente pra alimentar sua curiosidade?
- Não! Não - ela repetia balançando a cabeça e fdechando os olhos - Não é um blefe, eu, realmente mandei aqueles cadernos pra você, por isso fiquei receosa, quando você recebeu o embrulhe.
- Onde você os conseguiu?
Ela suspirou novamente, se levantando.
- Eu fui no começo desse ano, comprar algumas coisas na Inglaterra, e, consequentemente, o novo diretor da instituição que o abrigou por muito tempo, entrou em contato comigo, me pedindo urgentemente pra que fosse até a Wammy's house, ele tinha urgência, e eu tratei de ir logo ver o que ocorria.
Near estava estático, olhando Halle enquanto ela narrava a história.
- Ele disse que havia há muito tempo, desde que ele começou a trabalhar lá, um embrulhe, direcionado à você...
- Eu perguntei sobre sua origem, mas ele não soube me responder, apenas disse que eu devia o entregar pra você, em seu aniversário, que em respeito à você, ele não abrira o pacote, ele dizia que pairava algo "surreal" sobre ele, algo talvez de outro mundo...
"Algo de outro mundo? Será que?"
- E então eu atendi o que ele me pedira, parecia que ele estava realmente envolvido em que você recebesse o embrulhe, então o enviei como um remetente desconhecido.
- Roger - Near sussurrou quase que pra si mesmo.
- Sim, era esse nome que ele havia me dito.
- Bem, já que você justificou suas razões, eu acho justo lhe dizer o que eu fiz com o embrulhe, e o que continha nele.
Halle se sentou na poltrona novamente, apreensiva e atenta.
- Naquele embrulhe haviam vários diários de L, diários de uma vida toda, desde a infância até o último suspiro no caso Kira, haviam também fitas vhs, das quais vocês converteram à meu pedido, os que continham informações de todas as investigações que ele participara, das quais ele fizera questão de arquivar não somente em anotações, mas em fotos e áudio.
- Isso é, simplesmente, fantástico!
- Sim, um verdadeiro tesouro inestimável, do qual eu fiz questão de guardar, muito bem guardado, eu fingi diante de vocês que dei fim no embrulhe, mas na verdade, ainda está comigo, e eu ainda fiz questão de ler todos os cadernos.
- Eu acho que agora me sinto menos culpada - ela sorriu.
- Não se sinta culpada - ele afirmou com clareza, ainda frio - Você entregou um tesouro pra mim, como já havia dito.
- Eu acho melhor você não se atrasar, você havia dito que só voltaria pra pegar algumas coisas, não se esqueça, você agora é noivo! - ela sorriu, fechando a porta do escritório, deixando Near à sós.
- Eu não vou me esquecer...
Near podia estar em transe, mas estava sóbrio o suficiente pra afirmar ter visto um vulto em sua frente, na janela do escritório, ele foi se aproximando aos poucos, tentando clarear sua mente e sua visão.
Um anjo, que lembrava uma estátua, talvez pela imobilidade, ou talvez pela perfeição em todos os detalhes, em toda a beleza obscura, uma verdadeira obra de arte gótica, uma obra de arte que não estava ali há poucos minutos, enquanto ele estava conversando com Halle.
A estátua o observava, sentado no topo de um prédio, possuía asas imensas e negras, ele estava de cócoras, os cabelos negros feito ébano esvoaçavam em movimento sincronizado com o vento, os olhos igualmente negros pareciam estar mais vivos, mais alegres.
A estátua se levantou, mostrando a postura curvada, que sustentava imensas e belas asas negras, Near assentiu com a cabeça pra ele, que retribuiu com um sorriso, quase angelical, e esticou um braço, fazendo um "L" com o polegar e o indicador.
- Obrigado L - Near sussurrou, encostando o nariz no vidro.
Ele faz uma pequena reverência, como um lorde da idade média, e abre as asas, duplicando seu tamanho, logo depos alçando vôo e sumindo das vistas de Near como num passe de mágica.

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