Memórias Póstumas escrita por dona-isa


Capítulo 25
Insegurança




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- Está tudo nos conformes, estaremos lhe esperando aqui - Geremy dizia para Near ao telefone.
Near desliga o telefone, e entra rapidamente no carro de Gevanny, levando o notebook consigo.
- Você tem certeza disso?
- Sim, absoluta! Eu o vi falando sozinho!
Near abriu o notebook, que ainda sintonizava em uma das câmeras da casa de Harper.
"E o Death Note? Eu vou continuar com ele?"
Gevanni arregalou os olhos, ao ouvir com clareza, o que dizia as imagens que vinham do notebook.
- Então é ele!
Near sorriu, enrolando furiosamente os cabelos.
- É, é ele sim.
No final da rua, já podia se ver o movimento causado pela polícia, muitas luzes, e muitos, muitos carros parados.
- Olá L! - Geremy correu para abrir a porta.
- Muito bem, você foi muito rápido!
- Podemos cercar a casa?
Near fez que sim com a cabeça.
Geremy se esticou, fazendo um sinal com uma das mãos, e em menos de segundos, uma tropa envolveu todos os lados da casa de Harper.
Near e Gevanni vestiam fardas e coletes para se mesclarem em meio aos outros.
Senhor Harper, saia da casa imediatamente, o senhor está cercado! - Geremy dizia no megafone.
O homem espiou pela porta de vidro, e depois fechou uma cortina.
Não iremos pedir novamente, temos ordem expressa de invadir!
O homem então saiu, devagar, os cabelos longos, desgrenhados, olheiras terrivelmente profundas afundavam embaixo dos olhos, e ele carregava uma escopeta antiga com cabo de madeira.
- SAIAM DAQUI!! OU EU ATIRO! - ele dizia enquanto ameaçava com a arma, as mãos trêmulas demais.
Nós somos em maior número senhor, se entregue por bem!
- NUNCA!! VOCÊS NÃO VÃO ME PEGAR! 
Geremy carregou a arma, a apontando para o homem.
- Não atire! Se for atirar, que seja somente para alertar e não para acertar! - Near ordenou a Geremy, que fez uma careta, e concordou.
- R-R-Ryo? Está aí? - o homem começou a balbuciar sozinho, enquanto tremelicava com a arma - E-Eu já me decidi, eu aceito, EU ACEITO O ACORDO!

Near arregalou os olhos, impressionado com a insegurança do homem.
- Eu aceito o acordo, eu estou vendo eles! Vendo todos eles, me dê seus olhos! Me dê!
- RÁPIDO COLOQUEM OS CAPACETES! - Near ordenou, a tropa inteira fez um movimento sincronizado abaixando os capacetes e cobrindo seus rostos.
- MALDITOS!!!MALDITOS!!! - o homem gritou eufórico.
- Peguem ele! - ordenou Geremy.
O homem foi pego pelos braços por dois soldados, ele se debatiam enfurecidamente com dificuldade.
- Me soltem! Me soltem! - ele gritava com frequência - Vocês vão ver! Todos irão me pagar! Se eu ver seus rostos, todos estarão mortos! MORTOS!!!!
Near apenas observava.
- Acabou Near? - Gevanny perguntou.
- Eu não sei, eu não sei.
Harper suava, se debatendo furiosamente nos braços dos soldados.
Até finalmente começar aos poucos a se acalmar, a respiração aos poucos se amenizando, tornando-se instável.
- Confisquem a casa, procurem por um caderno, ou folhas soltas, que tenham nomes escritos - Near ordenou aos soldados que assentiram confusos.
- Você ainda acredita nisso? - Geremy perguntou.
- Você não viu ele falando sozinho?
- O cara estava louco, isso é.. normal.
Near sorriu e balançou a cabeça.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAARGHHHHHHHHHHH!!!!!! - o homem gritou de repente, se torcendo, as veias do pescoço dando a impressão de que estavam próximas a explodir, os soldados o olhavam alarmados.
- O que está ... Acontecendo? - Geremy olhava apavorado a cena absurda.
- Socorro.... - Ele balbuciava, engasgando nas palavras. 
- Rápido! Chamem uma ambulância! - Geremy ordenou.
O homem tremia, as mãos presas tentando buscar o peito euforicamente.
- Não podemos soltá-lo, ele pode estar fingindo.
Near estreitou os olhos.
- Eu creio que não... - Near murmurou - Se quiser, podem soltá-lo, ele não irá fugir, e se caso fuja, há um batalhão aqui pra impedir.
Geremy suspirou.
- Soltem-no!
Os soldados obedeceram, Harper caiu brutalmente no chão, se torcendo, e logo depois ficando imóvel, caído no chão.

A brisa e o vento que vinha do mar da praia próxima, começava a ricochetear pelos coqueiros, que balançavam traquilamente, tornando a paisagem doce e agradável, totalmente diferente do que ela realmente estava.
- Ma-ma-maldição!!! MALDIÇÃO!!! - Geremy gritou, soltando a arma no chão, Near apenas observava, como sempre.
Todos tiraram os capacetes, devagar, e novamente em movimentos sincronizados.
- Eu mandei vocês tirarem os capacetes? - Near murmurou, numa voz serena e singela, frio e calculista como sempre.
Os policiais olharam espantados a ordem expressa de Near, recolocando imediatamente os capacetes.
- Você acha que é possível que o Killer esteja nos observando? - Geremy perguntou.
- Eu tenho quase certeza que sim.
Geremy tinha o queixo trêmulo, os olhos vidrados, olhando Harper, caído no chão, sem vida.
- Achamos algo! - um policial gritou.
- Traga aqui - Geremy murmurou.
O policial veio em direção a Near, Geremy, e Gevanni.
- Nesse pequeno pedaço de papel, está escrito o nome do último criminoso morto, isso me parece uma prova incontestável.
Geremy ergueu as sobrancelhas, esticando o braço pra pegar o papel, Near então atravessou-se e pegou antes.
- Ao tocar nesse papel, você pode ver algo inexplicável - ele disse, segurando a folha inteira de um caderno, numa maneira peculiar, a posicionando na frente de seus olhos, e logo depois os arrastando por todo o local, procurando por quem sabe, algum ser, diferente, ou sobrenatural.
- De que diabos você está falando? - Geremy encarou Near revoltado.
Near permaneceu em silêncio, segurando a folha de papel, ainda olhando pra todos os lados.
-...Ele provavelmente fugiu - Near sussurou, amassando a folha em suas mãos com fúria.
- O que está fazendo? - Geremy perguntou assustado, olhando a folha que virava uma bola de papel nas mãos de Near.
- Pode dar uma olhada isso se quiser - Near jogou a bola de papel, nas mãos de Geremy.
Ele apenas apalpou a bola amassada, na palma da mão, revirou os olhos e a entregou a Near.

- Eu já disse que não acredito nessas coisas.
Near arregalou suavemente os olhos escuros.
- Não seja tão cético, Geremy, um dia você pode se enganar.
- Eu me orgulho em ouvir um conselho do próprio L, mas eu prefiro seguir meus próprios instintos.
- Pense como quiser, vamos pra casa Gevanny.
- Sim, vamos - Gevanny assentiu, apertando um pequeno controle destravando as portas do carro.
***

- Eu vou precisar de um momento a sós - Near murmurou, enquanto permanecia imóvel no centro do quarto.
- Como quiser, eu já estou indo me deitar, estou exausto - Gevanny respondeu.
- Faça isso, descanse...
Gevanny assentiu e fechou a porta saindo silenciosamente do quarto.
Near segurava uma caneta na mão esquerda, e por alguns momentos de meditação a caneta fora partida ao meio, provocando um estalo que ecoou pelo quarto.
- Desgraçado - ele exalou entredentes - Quer dizer que o novo Kira, ou Killer, é um jogador? Que está brincando com a minha paciência e o meu tempo? Pois eu tenho algo a dizer, eu também sou um jogador! E odeio perder! Assim como odeio fracassados!


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