Memórias Póstumas escrita por dona-isa


Capítulo 20
Suspeito




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L deu um meio sorriso, de repente olhando rapidamente pra porta e logo depois voltando o olhar pra Near. - E já que é provado que pode se programar a hora em que a pessoa morre, o Kira/Killer podia ter escrito exatamente o horário em que estávamos no ônibus. "Faz sentido, isso é bem possível " - Com mais essa teoria, minhas suspeitas em Soichiro Matsuda, aumentam de 12% pra 20%, é um aumento significativo. L se move pelo quarto, em movimentos fantasmagóricos, se sentando ao lado de Near, que enrolava uma mecha do cabelo. - E além do mais... Toc Toc. Near, vai em direção a porta, pra abri-la, resmungando algumas palavras em voz baixa, já que era inadmissível que interrompessem seu pensamento. - Senhor Near Cooper? Um homem alto e com paletó perguntou, L deu uma gargalhada escancarada ao ouvir o sobrenome fictício de Near. - Sim, sou eu mesmo. O homem puxou de dentro do paletó um distintivo. - Você está preso por suspeitas de ser o Killer, tudo o que disser, pode e será usado contra você. Near não reagiu e não disse uma palavra sequer, a posição imóvel era semelhante a uma rocha, sem expressão.

Ao sair discretamente do hotel, Near entra em um carro preto, sem que ninguém percebesse que ele estava sendo preso. - Posso saber quais são as provas que você tem contra mim? O homem bufou. - Foi mandado dois de nossos agente lhe observarem, eles contrataram secretamente uma camareira, que dois dias atrás apareceu morta em um dos quartos, por ataque cardíaco, e sem contar nas gravações das câmeras de video, que você aparenta estar falando sozinho. - Vocês não tem prova concreta alguma contra mim então, estão sendo movidos a base de suposições, quanta incompetência! - O que? Posso te prender por desacato a autoridade também! Near sorriu, e olhou para o lado de fora do carro, próximo ao distrito, um carro conhecido o esperava. - Ahh que bom, eles não demoraram - Near murmurou satisfeito. - Eles? o que? - o homem balbuciou confuso. O carro de Gevanni estava logo ao lado, ele, Halle e Anthony o esperavam ansiosos. - Near? O que houve? - V-v-vocês o conhecem? - o homem perguntou aos agentes. - Podemos entrar pra conversar melhor? Eu preciso sentar em algum lugar - Near interrompeu. - Poderia tirar as algemas dele? - Halle esbravejou para o homem, que as tirou prontamente. - Eu não estou entendendo mais nada. L gargalhava ao lado de Near, a situação parecia o divertir incondicionalmente. - Pronto, agora podem me dizer o que está acontecendo? - Simples - Halle começou, enquanto Near se sentava na cadeira - Este homem que você prendeu, é ninguém mais ninguém menos que L. - Sim, eu sou o L - Near respondeu. "Hunpf! É o caramba! " O homem estava paralisado, olhando Near de cima a baixo. - Me-me-me desculpe, eu não... - Sabia? Não se desculpe, foi divertido - Near murmurou enquanto olhava pra mesa enrolando os cabelos. - Divertido? - Halle exalou quase furiosa. - Sim, eu agora descobri a que propósito me vigiavam, onde está o tal Geremy? O homem piscou surpreso. - Então você sabia mesmo que estavam te vigiando. - Sim, sabia.

- É bom saber disso - uma voz rouca e grave soou de repente de um dos corredores próximos a sala onde Near estava. - Quem está aí? - Halle pergunta. O policial que prendera Near estava em um canto da sala, se martirizando por ter prendido L. - Sou eu - um homem alto, de cabelos lisos e escuríssimos disse, logo ao chegar dentro da sala - Eu sou Geremy, muito prazer. Near sorri, sutilmente, parando de enrolar o cabelo. - Olá, enfim conheço o tal famigerado Geremy. Ele sorri, e se senta na frente de Near, ambos um encarando o outro. L encarava psicoticamente o homem, era uma sorte que ele não podia o ver, um sorriso ia se formando aos poucos no rosto pálido e quase transparente do fantasma. - Eu peço desculpas pelo mal entendido - ele murmurou numa voz pacífica. - Não é necessário se desculpar. - Bom, deixe me apresentar melhor, eu sou o detetive da polícia americana, ou simplesmente - ele pigarreou e encarou fundo os olhos de Near - Aquele que resolve os casos que "L" simplesmente renuncia, por egoísmo e excentricidade. Near sorriu. - Ahh sim, então você é o subalterno. Geremy estremeceu e arregalou sutilmente os olhos. - Pense o que quiser - ele murmurou, com um sorriso torto no canto dos lábios. Near assentiu, sorrindo angelicalmente. - As minhas suspeitas se estenderam sobre você porque, sempre ficava em seu quarto trancado, algumas câmeras de video captavam, apesar da péssima qualidade, sua boca se mexendo e falando sozinho, e já que foi considerada uma existência de um Deus da morte - ele terminou com um sorriso tossido. - Você não acredita em Deuses da morte? - Não muito - ele admitiu - Mas já que se trata de coisas sobrenaturais, eu devo considerar qualquer coisa. - Bem, eu estive realmente te observando eu e minha... - Cúmplice? Sim, eu soube, soube também que vocês vieram há dois meses já para a Flórida, por fim de tirar férias do distrito de Nova Jersey, e que logo depois da suposta mensagem de L, ou seja, minha mensagem, ... Foram ordenados a continuarem na Florida, foi então que supostamente se hospedaram no mesmo hotel que eu, e a partir de hipóteses amadoras, como o fato de eu viver dentro de um quarto e não ter acompanhantes, suspeitaram que eu fosse o Killer, e presumindo pelo ticket do bar que fora encontrado no quarto de vocês, vocês inicialmente suspeitaram que alguém como Killer pudesse freqüentar um lugar daqueles, julgando pelo valor que vocês gastaram no dia, que era um valor intrigantemente baixo, ou seja, vocês foram somente pra verificar e não pra se divertir e gastar, errei em alguma coisa?  Geremy tem os punhos fechados em cima da mesa, os dentes trincavam, forçando o maxilar a se inflar e se contrair, os olhos estavam trêmulos, ele engole em seco e então encontra a voz e de repente murmura: - Não, não errou em nada, é muito bom ver que você é eficiente. - Na verdade, descobrir tudo isso sobre você e sua parceira foi somente um passatempo pra mim, eu estava meio entediado, sem nada pra fazer no meu quarto, e então eu resolvi buscar mais informações sobre meu admirador secreto. Os punhos de Geremy pareciam partir a mesa a sua frente em duas. Halle e Gevanni se entreolharam hesitantes, e depois saíram silenciosamente da sala, os outros policias fizeram o mesmo. - Você podia poupar sua mente brilhante e utilizá-la em resolver o caso. Near sorri, dando um suspiro. - Ahh, é mesmo, eu quase ia me esquecendo disso.

Geremy apenas faz um sinal com a cabeça, fingindo desaprovação. - Eu soube sobre o assalto no ônibus que gerou no acidente do assaltante, soube também que você estava dentro do ônibus e que suspeitava de um dos passageiros, que também morreu, porém este de ataque cardíaco, não é muita coincidência? Near sorriu, abrindo bem os olhos, quase uma imitação perfeita do sorriso psicótico de L. - Então posso ver que por algum tempo estivemos um observando o outro? - É, pode ser, mas confesso que fiquei surpreso com as informações que tinha sobre mim. - Não fique - Near enrolou novamente as mechas de cabelo - Tem mais algo que eu sei sobre você, por isso que eu gosto de conversar com pessoas resistentes a qualquer tipo de reação. Geremy estreitou os olhos escuros, suaves olheiras amareladas puderam ser notadas enfim. - Diga. - Eu sei que você já tem conhecimento sobre o Death Note falso. Geremy arregalou os olhos. - Você diz, sobre o caderno, o caderno da morte? Near move a cabeça, fazendo que sim. - Aquele que você encontrou na pasta da vítima de ataque cardíaco no necrotério. Ele estreita os olhos. - Você não está me dizendo que existem essas coisas de caderno da morte? Está? - Sim, existem, mas acredite se quiser. Geremy põe o dedo polegar e o indicador na base do nariz, próximo as têmporas. - Eu acho que posso acreditar nisso, mesmo sendo um cético, as coisas que andam acontecendo são tão, surreais, tão... - Sobrenaturais? - Talvez... Near estica um perna, e depois contraí a outra, a colocando em cima da cadeira. - Nunca seja um cético, diante de um caso como esse, é apenas uma dica. Geremy sorriu.  - Obrigado. Geremy se levanta. - E a sua parceira? - Near pergunta quase desinteressado. - Ahh - Geremy olha para o lado - Ela teve alguns impecilhos de tempo, não pode comparecer, você ainda saberá quem é ela. Near também se levanta, caminhando se arrastando, indo em direção a porta, seguido por Geremy.

Algo brilhante e singelo, quase imperceptível passa pelo campo de visão de Near.
- Eu acho que não vai ser necessário conhecer sua parceira.
- Não? - Geremy pergunta confuso.
- Não, eu já sei quem ela é.
Diz encarando o pequeno objeto singelo e brilhante que lhe chamara a atenção, uma corrente prateada, com um pingente leve, de uma... clave de Sol embutida numa clave fá.


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