Era um dia bonito com um lindo céu azul, porém para a, agora, órfã, Haruhi Fujioka, não passava de um dia triste e sem motivo algum para uma unica comemoração. Pois seu amado pai havia falecido, em um terrível incendiou, no mês anterior e agora ela estava completamente sozinha. Seu único conforte é que a diretoria do renomado colégio Ouran a havia  fornecido um dormitório, para não ter de passar pela amargura de viver em um orfanato.

A menina estava em seu novo quarto, sem sair, há dias, não comia, o que para ela agora era de graça, não dormia direito e nem mesmo estudava, mesmo sendo isso o que mais fazia.

Ela estava com o rosto marcado de lágrimas, pois ainda chorava como no momento em que recebera a notícia.

O silencio que reinava no quarto até então, foi quebrado por fim pelo som da porta se abrindo.

Ela imediatamente se virou para ver quem poderia ser. E com esse gesto pode ver parado em frente a porta a figura já conhecida de Kyouya, seu "amigo", senpai e colega de Host Club.

– O que quer? - Ela perguntou com voz de choro, o que já era praticamente seu tom comum.

– Quero que saia desse buraco onde se enfiou. - Ele disse abrindo as cortinas e janelas do quarto.

– Não estou enfiada em nenhum buraco! Só não tenho mais motivação para fazer nada... Afinal quem me motivava a fazer as coisas era ele... Sem falar que... - Ela caiu deitada sobre a cama com os olhos cheios de lágrimas. - Eu me sinto tão sozinha.. - Nesse momento a mesma se debulhou em lágrimas. - Por que? Eu não mereço isso... Primeiro minha... - Ela nunca parecera para ele tão indefesa. Por isso, o moreno se sentou ao seu lado e num gesto realmente imprevisível ele a abraçou com toda sua força e carinho.

– Eu... Estou tão só... - A menina deitou sua cabeça no peito do garoto, deixando a camisa do mesmo molhada de lágrimas.

– Não está... - Kyouya disse no ouvido dela. - Tem muita gente com você... E mesmo que todo mundo se vá... Eu vou estar aqui com você. - Ela realmente ficou impressionada com o fato de alguém frio como Kyouya estar sendo tão afetivo.

– Senpai? - Haruhi perguntou, sem ter entendido bem as palavras do moreno, olhando nos olhos dele com muita profundidade.

– Eu... Quero dizer... Que eu nunca vou te deixar por que... Eu te amo. - Ele disse com receio, porém ao mesmo tempo sua voz mostrava ter plena certeza do que dizia.

– Kyo... - Porém antes que a menina pudesse dizer algo ela foi interrompida por um beijo.

Kyouya havia feito isso exatamente para que não tivesse de ouvir uma rejeição sair dos lábios da menina, pois sempre achara que ela nutria algum sentimento por Tamaki, o que era algo realmente possível, mas ao contrário do que imaginara a menina correspondeu com muito carinho e de certa forma com gratidão, pois aquele beijo era tudo o que mais precisava no presente momento.

Ela nunca havia percebido, mas naquele momento chegou a conclusão que também sentia algo forte por ele, pois para ela, ele sempre fora um garoto interessante e é claro que já repara em sua beleza, mas para a mesma o que mais a impressionava era sua clara inteligência e seu modo quase perfeito de fingir que somente fazia as coisas por interesse.

Eles se separaram e ela então, mais uma vez olhou no fundo daqueles profundos olhos negros.

– Eu... Acho que também... Te amo... - A menina não parecia completamente certa do que dizia, porém para ele isso era mais que o bastante, pois sempre imaginara que ela nunca corresponderia assim a seus sentimentos.

Ficaram lá abraçados por muito tempo e então por fim se separaram.

Ela sorriu, não por ter perdido a tristeza, mas por agora não se sentir mais só. Pois mesmo que todos se fossem, os dois estariam sempre juntos.