Santa Vaquinha, Me Apaixonei! escrita por Yusagi


Capítulo 5
Se Está Nervoso, Vá Pescar - FINAL


Notas iniciais do capítulo

E chegamos ao capítulo final dessa história de amor! ...e ainda por cima, o mais viajado de todos!
Já deixo avisado que essa fic tem dois finais - um que realmente acaba a história, e um mini-especial que coloquei no finalzinho, só pra quebrar o clima!
...sim, eu sei, eu demorei mais que o esperado pra publicar esse cap... e dessa vez não tenho desculpas pra dar, já que estou de férias... xD Bom, me desculpem!
Já falei demais! Aproveitem o último cap!



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Ponto de Vista de Sasuke

Bocejei um pouco – havia ficado quase a noite toda em claro, preocupado com Naruto. Imaginei que aqueles três retardados pudessem vir aqui tentar seqüestrá-lo ou algo do tipo.

...mas a verdade é que eu queria só ficar olhando o loiro. A expressão que ele tinha enquanto dormia era de longe a coisa mais linda que eu já havia visto.

Claro, eu sabia dos riscos – se ele acordasse no meio da noite e me visse olhando pra ele daquele jeito, hasta la vista último Uchiha. Não que me importasse; pelo menos eu iria morrer feliz.

Ouvi um barulho atrás de mim e me virei, vendo Naruto esfregando os olhos. – Acordou cedo. - , eu disse enquanto terminava de preparar o café. – Ahh... eu to com uma dor de cabeça horrível!

Segurei uma risada e olhei-o novamente. Ainda estava com aquele kimono, mas bem desarrumado. Sentou-se na mesa e abaixou a cabeça em seus braços. – O que eu to fazendo aqui? A última coisa que eu lembro... a gente tava comendo ramen, aí... Kakashi-sensei apareceu, e depois não me lembro de mais nada.

Dessa vez não consegui segurar. Comecei a rir; quem diria que Naruto é o tipo de bêbado que esquece o que faz.

Porém, Naruto não gostou muito. Pegou um livro que estava em cima da mesa e jogou em mim; teria me acertado se eu não virasse de repente e pegasse a coisa. – Isso não tem graça! Se fosse você, eu...

Parou de repente. Observei-o mais um pouco, esperando que ele terminasse a frase, mas a continuação não veio. Ele tinha um olhar um tanto confuso no rosto; fitava a mesa fixamente, quase como se evitasse me olhar.

- ...eu sei. Você cuidaria de mim. - , completei assim que peguei o café prontinho e coloquei na mesa, em frente ao loiro. Ele me olhou hesitante por um segundo, antes de pegar o café e tomar um gole. - ...você ainda não explicou como eu vim parar aqui.

Sentei-me à mesa junto dele, com minha própria xícara de café. – Eu fiz exatamente o que você faria; eu cuidei de você. - , respondi. Naruto me olhou com cara de “há, até parece”, e tomou mais um pouco do café. – Cuidar por quê? Eu não estava em perigo.

Levantei uma das sobrancelhas. – Você não percebeu mesmo? Aqueles três retardados só faltavam te estuprar numa via pública!

Naruto inflou as bochechas e se levantou, colocando a xícara vazia dentro da pia. – Você não é diferente, sabe. - , disse com um pouco de rancor. Me levantei, largando a xícara na mesa mesmo, e o encarei.

- Eu fiquei preocupado com você, sabia, seu cabeça-dura? Não sabe o nervoso que eu passei tentando te achar no meio daquele festival, e eu tremia só de pensar no que eles podiam ter feito com você! Será que não percebe o quanto eu me importo?!

Naruto parou qualquer movimento naquele mesmo segundo. Me olhava com olhos esbugalhados; parecia não acreditar no que ouvia. Abaixou um pouco a cabeça e cerrou os punhos. – Isso é mentira! - , disse.

De relance, pude ver algumas lágrimas se formando no canto dos olhos dele. Me movi pra abraçá-lo, mas Naruto me empurrou. – Eu não quero que você me toque! Seu mentiroso desgraçado! Como pôde brincar comigo desse jeito?! Eu te odeio!

No próximo segundo, ele já não estava lá.

Se eu dissesse que estava chocado seria muito pouco. Era assustador ver Naruto agindo daquele jeito.

Mas eu continuava não entendendo por que ele me chamava de mentiroso, e disse que brinquei com ele.

De qualquer forma, eu precisava agir rápido. Do jeito que está, Naruto aceitaria consolo de qualquer um – e definitivamente não seria bom se ele encontrasse Hinata, Neji ou Kakashi por aí.

Suspirei pesado e fui correndo até meu quarto trocar de roupa, então saí de casa.

-

Já era em torno de duas da tarde quando me sentei pra descansar. Fiquei desde as nove e meia da manhã procurando o loiro, e nada.

Eu devia ter pedido pra aquela maldita estrela pra deixar de gostar do Naruto, e não pra achá-lo ontem, droga!

Descansei meu rosto em minhas mãos. Eu não desistiria assim, apesar de já ter procurado em toda Konoha pelo loiro, e apesar de eu saber da possibilidade de ele estar agora mesmo com algum daqueles três, sendo violentado, molestado e...

Deixa pra lá.

- Sasuke? – Era Sai de novo. Impressionante a capacidade dele de me pegar em situações como essa. – Que foi? - , respondi rispidamente. – Achei que você estivesse com Naruto. - , disse ele enquanto se sentava ao meu lado.

- Não, eu não estou com ele, como você pode ver.

- Ah? Vocês brigaram?

- Não! - , respondi quase no mesmo segundo. – Mas ele parecia bastante triste, agora há pouco...

- O QUÊ?!

- Eu disse que-

- Eu sei o que você disse! Você o viu?!

- Sim.

- Onde? – Levantou uma das mãos até o queixo, pensando. – Não tenho certeza... será que foi no rio? Ouvi dizer que os peixes de lá soltam um gel medicinal com um cheiro muito bom...

Na mesma hora, saí correndo. Infelizmente, saí antes de poder ouvir Sai dizendo, “não, ele estava indo à floresta... eu bebia água quando o vi, por isso disse rio”.

-

-

Quando cheguei ao rio, parei pra descansar mais um pouco. Naruto não estava lá – maldito Sai, me passando informações erradas!

Me agachei pra beber um pouco d’água quando algum passarinho atentado resolveu cantar de repente, me fazendo perder o equilíbrio e voar pra dentro d’água.

Eu odiava nadar. Simplesmente odiava o fato de aquela água maldita acabar com o meu cabelo.

Antes que eu pudesse voltar à superfície, porém, um peixe gigante – não é exagero, ele era maior que eu e era vermelho chocante, que quase gritava “perigo” – grudou no meu pé.

Eu tentava nadar, mas o bicho era forte demais e estava me puxando mais pra dentro d’água. Quando percebi, estava no fundo e vi vários peixinhos iguais ele, só que menores – acho que eram filhotes ou algo do tipo.

Mas isso não era bom. Queria dizer que eu seria o lanchinho deles.

Me preparei pra lançar um chidori, quando um dos peixinhos, não, sei, beijou minha bochecha? Peixes não beijam, ou beijam?

Enfim, naquele momento eu parei. Todos aqueles peixinhos me olhavam tão bonitinho...

Acho que a falta de oxigênio não estava me fazendo bem.

De repente, o peixe maior grudou em mim de novo e me levou pra superfície. Tossi violentamente, e olhei o peixe, que agora tinha todos os seus peixinhos com os olhos sobre a água, me olhando.

- Qual é! O que vocês querem de mim?! - , gritei. Jurei que os peixinhos começaram a chorar.

O peixe maior ficou gesticulando, acho que tentava me dizer algo. Deviam estar com fome...

Mas eu não tenho tempo pra alimentar peixes; eu preciso encontrar o Naruto!

Olhei os peixinhos de novo. Estavam todos me olhando... com seus olhos grandes... e fofos...

Desisto.

- Ótimo! Agora eu tenho que procurar comida pra peixe! – Olhei em volta; pra falar a verdade eu não fazia a mínima idéia do que eles comiam.

Será que eram vegetarianos?

Havia uma macieira logo ali do lado, então resolvi tentar. Me sentei à beira do rio com algumas maçãs e joguei uma delas para o peixão. Ele engoliu a coisa na hora, e talvez fosse coisa da minha cabeça, mas os olhos dele pareciam virar corações...

Enfim.

Piquei algumas maçãs pros filhotes e joguei; comeram também. Assim que pareciam satisfeitos, me levantei pra ir embora, mas o peixão jogou um jato de água em mim. – Seu-! Como ousa!

O peixão fez um bico, que apontava uma folha logo ali do lado. Ela era meio curva; parecia um pratinho.

Suspirei e peguei a folha, então dei-a pro peixe. Me virei de costas pra ir embora, mas ele me jogou outro jato. – Já chega! Você vai virar sushi! - , eu disse enquanto sacava minha espada.

Quando me virei de volta, o peixe havia jogado a folha pra perto de mim, e tinha algum líquido viscoso, quase um gel, dentro dela. Peguei a folha com cuidado; tinha um ótimo cheiro. Devia ser aquele gel medicinal que Sai tinha falado...

Prefiro não saber de onde isso sai.

Olhei o peixão e os peixinhos; faziam glub-glub todos contentes. Suspirei de novo e saí de lá com cuidado, temendo ser atacado por um jato de água novamente.

-

Beleza... agora eu estava andando sem rumo novamente, dessa vez pela floresta, todo molhado e ainda por cima segurando essa folha com gel que cheirava tão bem que me dava vontade de comê-lo.

Encostei num árvore. Eu já nem estava tão molhado assim, mas a umidade das minhas roupas com certeza incomodava. Já deviam ser umas quatro e meia e nada de encontrar o meu loirinho.

Eu já ia perdendo as esperanças quando vi um pedaço de tecido laranja, da cor do kimono do Naruto, presa num galho baixo de uma árvore. Agachei-me pra ter certeza, e me desesperei quando vi um pouco de sangue no tecido.

Saí chamando por Naruto igual a um louco pela floresta. Andei até meus pés doerem, mas ainda não o achava.

Eu já podia sentir meus olhos se enchendo d’água, o que me dava muita raiva. Eu realmente estava preocupado com ele.

Alguns passos depois, cheguei a uma clareira. – Naruto! – Saí correndo até o loiro, que estava sentado numa pedra. Sua perna esquerda sangrava um pouco. Coloquei a folha com o gel ali do lado e abracei o loiro, com os olhos lacrimejando. – Não acredito! Consegui te achar! Que bom!

Mas ele não respondeu ao meu abraço. Me afastei um pouco e olhei-o; ele chorava um pouco, acho que pela dor que sentia na perna, e evitava me olhar.

Se o que Sai disse era verdade, e esse gel era mesmo medicinal, talvez eu pudesse usar pra amenizar um pouco a dor...

Bendito seja aquele peixe gigante!

Levantei um pouco o kimono do loiro, que tentou me parar, mas olhei sério pra ele, que parou e olhou pro lado de novo. Peguei um pouco do gel e espalhei sobre o ferimento. Naruto estremeceu um pouco; aquilo estava bem gelado.

Quando acabei, olhei o Uzumaki novamente. Ele segurava o choro e se recusava a olhar pra mim. Eu finalmente tive o que podia agüentar.

- Nem pensar que você vai me tratar assim, agora! Eu passei o dia todo te procurando, quase fui devorado um peixe gigante pra servir de aperitivo, quase morri de preocupação por que não te achava em lugar nenhum – sem contar o tecido com sangue que eu achei – e você ainda me trata assim? Eu não entendo de onde vem tanto ódio!

Naruto finalmente começou a chorar. Ok, talvez eu tivesse sido um pouco grosso, mas...

- ...pra que passar tanto problema se eu não passo de um joguinho?! É tudo mentira sua, você não tem nenhum motivo pra se preocupar comigo!

Eu o abracei novamente. – Isso não é verdade, Naruto! Eu... eu te amo. – Ele parou por um segundo, mas parecia decidido em me odiar. – Mentira! Isso é tudo por causa daquela aposta!

- Aposta?

- É claro! Se não fosse por aquilo, por que você me beijaria? - , disse, entre soluços. Eu o abracei mais forte – então era por isso que ele andava tão distante. – Naru, não tem aposta nenhuma.

Ele permaneceu quieto; apenas chorava em meus braços. Levantou suas mãos e grudou em minha roupa. – Você tem que confiar em mim.

- Não dá...! - , disse ele com uma voz fraca. – Eu tenho medo, Sasuke...! – Me afastei um pouco, ainda segurando-o e olhei em seus olhos. A luz do pôr-do-sol deixava o azul ainda mais bonito. – Medo? - , perguntei suavemente.

Naruto ficou em silêncio por alguns segundos. – É... por que, eu realmente gosto de você...

Naquele momento, eu congelei. Senti uma coisa dentro do meu peito que era tão forte que quase me consumia.

- Você... gosta de mim?

- Não vou repetir! - , disse Naruto, completamente vermelho, enquanto virava um pouco o rosto pra não me olhar.

Eu simplesmente não podia acreditar no que acabei de ouvir.

Sem dar aviso nem nada do tipo, toquei seus lábios com os meus, usando uma mão para trazer seu rosto até mim. Naruto ficou me olhando com cara de assustado.

Pela primeira vez na minha vida, eu deixei que alguém me visse chorar. – Espera... Sasuke! Por que você... ta chorando...? - Abri um largo sorriso.

– Por você.

Beijei-o de novo. Beijei-o da mesma forma que fiz aquela vez, contra aquela árvore, de um jeito apaixonado e desesperado. Não me importava se ele achava que eu beijava mal ou coisa do tipo – eu estava com ele!

Abracei o corpo magro do loiro ainda mais forte enquanto nossas línguas se acostumavam uma com a outra. Naruto respondia, finalmente, aos meus toques, e me beijava de um jeito muito doce.

Quando nos separamos, o loiro não chorava mais. – Então... quando é nossa lua de mel?

O soco fatal que levei depois dessa com certeza compensou.

~~Depois do Fim! – Especial~~

- Na-ru-chan~!, eu disse enquanto abraçava Naruto por trás. Pela milésima vez naquela semana, Naruto tentava preparar uma salada especial de tomates pra mim, mas falhava miseravelmente.

Da última vez, virou molho de tomate, e da vez anterior a essa, o tomate se desintegrou. Eu realmente preferia não arriscar chegar muito perto dele enquanto cozinhava... mas...

Ele ficava tão lindo de avental que eu não podia me segurar.

- Sasuke! Eu vou acabar errando.

- Não precisa se esforçar tanto.

- Não! Eu realmente quero fazer isso pra você. - , disse ele determinado e com as bochechas rosadas. – Mas eu preciso de um favor... - , adicionou.

Naruto se virou, e enrolou os braços em meu pescoço, provocando. – S- sim? - , perguntei, já tendo idéias interessantes pra usar mais tarde. – Compra alface pra mim?

Meu queixo quase caiu no chão. Bom, não era bem o que eu queria ouvir – que era algo do tipo “Sasuke, me tome aqui sobre a mesa!” – mas já que era um pedido dele, eu não podia negar. – Ok, pode deixar.

Com um leve beijo nos lábios dele, saí.

-

Se tinha algo que eu não gostava, era comprar verduras. Por algum motivo bizarro, sempre que eu vinha fazer esse tipo de compras, encontrava-

- Ah, Sasuke.

...Hinata. e dessa vez, acompanhada do primo gay. – Hinata. Neji. – Me olhavam com uma cara de ódio; só faltavam colocar uma língua bifurcada pra fora e dizer “pfffffff”.

Foi realmente muito chato encontrá-los ali, mas pensando bem... eles ainda nem tinham visto minha aliança.

Fingi bocejar, e o anel brilhava orgulhoso sob o sol. Por sorte, um feixe de luz saindo do anel acertou os olhos dos dois, chamando completamente a atenção. Me olharam com cara de tacho e eu saí todo contente, claro. – Eu preciso ir, Naruto está me esperando. Aquele safadinho...

A cara que fizeram depois foi impagável. Ficaram vermelhos até dizer chega e pareciam não acreditar no que eu disse.

Com um sorriso vitorioso, dei-lhes as costas.

~Mais tarde...~

Quando saí do banho, Naruto estava ali na porta me esperando. – Sasuke! Eu acabei a salada!

Me arrumei rapidinho e fui até a cozinha, onde o loiro estava com olhos de cachorrinho. Olhei na mesa, e uma linda salada de tomates bem vermelhinhos me esperava prontinha pra ser devorada.

Já ia pegando uma das rodelas quando percebi o desenho que Naruto havia feito com os tomates. Era... era um...

Peixe. Um peixe vermelho. Só não era gigante.

Realmente, tem coisas que é melhor ele não saber... ser padrinho de um peixe realmente traumatiza as pessoas.

~~FIM!~~


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Notas finais do capítulo

Sinceramente, espero que tenham gostado! Foi muito bom ter publicado essa história, e ter tantas pessoas gostando dela. Isso realmente significa muito pra mim, então obrigada por terem acompanhado até o fim!
Ah, sim, já deixo avisado - minha nova política é a seguinte... se você me mandar um review, eu te adicionarei como amigo(a), ok? É uma forma de manter um contato mais próximo com meus leitores; espero que não se importem!
Muito obrigada, e até a próxima!