Broken Mask escrita por PaperMoon


Capítulo 5
Fifth Staging - Chocolate's Taste.


Notas iniciais do capítulo

"O nosso arrependimento não é tanto um remorso do mal que cometemos, mas um temor daquilo que nos pode acontecer." (Autor Desconhecido)

"Fazer sofrer é a única maneira de se enganar." (Albert Camus)

Minna: Duas frases pela demora em postar o capitulo. XP



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Near PoV on

Near notou a diferença de temperatura, quase inconscientemente, aconchegou-se mais. Uma voz carinhosamente familiar murmurou algo que ele não conseguiu entender de imediato... O que era aquele cheiro que estava impregnado no ar? Ele não sabia... Sua mente não estava funcionando direito... Seu corpo frágil logo sucumbiu e deixou-se levar pela inconsciência do sono...

Um leve barulho despertou o pequeno albino, que levantou-se, assustado, esperando ver alguém em seu quarto. Não viu ninguém de imediato, mas logo percebeu que não estava em seu quarto. Olhou em volta e viu seu irmão L, sentado distante, desembrulhando uma bala e Linda adormecida ao seu lado, com olhos fundos e vermelhos.

L percebeu a movimentação e arregalou os olhos ao ver seu irmãozinho acordado, mas logo retornou à sua expressão de tédio, sem, no entanto, retirar os olhar preocupado do irmão enquanto se encaminhava até ele.

Olhando mais atentamente ao seu redor, Near percebeu que estava deitado em uma das camas da enfermaria. Não conseguia lembrar-se de como teria ido parar ali, todas as lembranças do dia anterior pareciam-lhe confusas e indistintas.

– Você está bem? – L perguntou, sentando-se curvado na beira da cama.

– U-hum – o menino respondeu.

L, então, esticou o braço e balançou levemente o ombro de Linda, acordando-a. A morena despertou assustada, esfregou os olhos, como se quisesse focalizar a visão, enquanto soltava perguntas, uma atrás da outra, sem nem ter tempo de termina-las.

– O quê...? Aconteceu...? O Near está...? Hã...?

Quando finalmente viu o albino sentado ali ao seu lado, fez menção de pular para abrasá-lo, mas mudou de ideia imediatamente e apenas tocou em seu braço levemente, como se temesse quebra-lo em pedacinhos com um simples toque.

– Como está se sentindo? – Ela perguntou, com a mesma preocupação do olhar de L.

– Estou bem. – Near respondeu novamente e tentou acrescentar um sorriso convincente, sem conseguir fazê-lo e só então notando como se sentia fraco. Deixou sua cabeça tombar no travesseiro e seus olhos pesados levaram-no de novo para a escuridão, onde imagens aleatórias de um loiro vagavam por sua mente.

Near PoV off

Mello PoV on

           

Fechei a porta silenciosamente, temendo acordar o pequeno que lá dormia. Com um olhar atento e passos ligeiros, deslizei pelos corredores até meu quarto, temendo encontrar alguém em cada corredor que virava. E se alguém sentiu minha falta e me encontrar todo molhado, o que vou dizer? Bobagem. Os únicos que sentiriam a minha ausência seriam Matt que estava preocupado demais procurando o pequeno albino que acabei de deixar em seu quarto e, provavelmente, o próprio albino.

            Inevitavelmente, a linda imagem daquele frágil menino enroscado em seus braços, totalmente adormecido e indefeso voltou à minha mente. Lutei para afastar essa lembrança e com esforço consegui colocar a máscara que tenho trabalhado tanto para manter.

            Alcancei a porta do meu quarto e deslizei para dentro. Ascendi as luzes e, ao ver minha cama solitária neste quarto confortável não pude deixar de sorrir. Uma das vantagens de dormir sozinho é que não há mais ninguém para cuidar de sua vida.

            Na manhã seguinte, embora tentasse me manter concentrado e indiferente, não conseguia deixar de vasculhar com o olhar todos os cantos da escola, à procura de uma sombra branca.

            Mas não havia nada da presença do albino. Provavelmente ele ainda estava dormindo no mesmo lugar em que o deixei na noite anterior.

            Distraído do jeito que estava, era inevitável que eu trombasse em alguém.

            – Desculpe. – falei distraído, sem olhar realmente para quem quase derrubara.

            – Tudo bem... Você é o Mello, certo? – Indagou um moreno, olhando fixamente para mim enquanto abria uma bala.

            Fiquei automaticamente irritado ao ver que ele me analisava.

            – E quem quer saber? – Perguntei, tirando uma barra de chocolate do bolso.

            – Me chame de L. – O moreno respondeu, sorrindo de modo simpático – Se não me engano, foi você que trombou com o meu irmão mais novo ontem.

            Por um instante me lembrei da cena de ontem na cidade e recordei que L estava com o albino. Usei minha melhor expressão de indiferença e dei uma grande mordida na barra de chocolate, para evitar ter que dizer algo.

            L me encarou, não como se esperasse um pedido de desculpas (o que é óbvio que eu não diria), mas apenas observando-me.

            – Vou para a aula. – disse, querendo nada mais do que sair dali.

            – Eu posso acompanhá-lo? – ele se ofereceu e, como é muito simpático e aparentemente insistente, apena dei de ombros, indicando que não me importava. Andamos lado a lado no comprido corredor, eu já estava terminando minha barra e ele já abria sua quarta bala quando alcançamos o salão principal.

            Não pude evitar olhar em volta, ao ver a grande quantidade de pessoas rumando para suas próprias salas. Vi a garota morena que Matt encontrara na cidade no dia anterior e senti o ímpeto de segui-la, apenas para tentar encontrar o albino e realmente o teria feito se não tivessem dois olhos fundos e atentos grudados em meu rosto o tempo todo.

            – Near ficou muito preocupado ontem, depois de vocês se trombarem. – sua voz soou, acima da algazarra.

            Abri mais uma barra e fingi estar interessado em duas meninas que passavam ao nosso lado, aos risinhos. O moreno estava levantando justamente o assunto que eu mais temia e o que me deixava mais nervoso era u atitude de avaliação, como se estivesse me submetendo a um teste.

            – Ele se machucou? – perguntei, tentando disfarçar.

            – Sim. – respondeu, abrindo um pirulito.

            Estaquei. A simples afirmativa pareceu ser o fim. Near se machucou. Por minha causa.

            – Sua sala é aqui? – L me perguntou, esticando o pescoço para espiar pela porta aberta.

 Olhei para trás e vi que realmente era a minha sala. Entrei sem me despedir e sentei para assistir uma droga de aula que não tem importância nenhuma para mim. Nada mais importava.

Mello PoV off

Near PoV on

            Algo queimava meu rosto. Virei as costas para os raios solares que a cortina fina da mal conseguia filtrar e, preguiçosamente, abri os olhos. Vi B.B. mais adiante, conversando com uma enfermeira. Falavam de mim, é claro.

            Ao perceber minha movimentação, B.B encerrou a conversa e veio até mim, com um sorriso largo no rosto.

            – Se sente melhor?

            – Sim. – disse, embora o pedaço vazio em meu peito dissesse o contrário. – Quero ir para o meu quarto.

            B.B. abriu um grande sorriso ao ouvir isso, com certeza feliz e aliviado por ver que estou melhor e disse-me que poderia ir, teria apenas que esperar meus amigos que ficaram de vir me ver no intervalo. Concordei, é claro. Encostei nos travesseiros, B.B. se despediu e saiu.

            Não demorou muito e um ruivo e uma morena cruzaram a porta de entrada da enfermaria. Ambos correram até mim, com sorrisos nos rosto e expressões ansiosas.

            Vi-me repetindo pela décima vez que tudo estava bem, que estou melhor e quando eles finalmente se convenceram disso, dispuseram-se a me acompanhar de volta ao meu quarto.

            Matt me olhava com preocupação e parecia em dúvida, mas me ajudou a levantar e me guiou o caminho todo, enquanto Linda seguia ao seu lado, sempre sorridente. Não pude deixar de me contagiar pela felicidade deles dois, nunca em minha vida havia me sentido tão bem e incluído, a não ser, é claro, com ele.

            Chegamos em nosso quarto. Linda abriu a porta e parou, segundo as regras da escola, ela não poderia entrar no quarto dos garotos.

            – Está na hora da aula. – ela disse, consultando o relógio.

            – Espere. Eu vou com você. – Matt respondeu, enquanto me acompanhava para dentro do quarto.

            O ruivo me levou até a cama, sentei-me nela e fiquei acenando até os dois saírem, mas não antes de darem várias recomendações, como: “Não suma.” e “Descanse bem”.

            Deixei-me cair nos lençóis da minha cama e um cheiro familiar chegou às minhas narinas. Não pode ser... Afundei o rosto no lençol e inspirei profundamente. Sem dúvidas, isso é mesmo cheiro de chocolate.

Near PoV off

Matt PoV on

            Foi com alívio que ouvi o sinal bater. Agarrei meus pertences e corri porta a fora, encontrei Linda no caminho, na porta do refeitório e junto seguimos apressados para a enfermaria.

            Chegando lá, vi o albino sentado em sua cama e o bombardeei com perguntas. Ele disse que estava bem, mas não pude deixar de notar uma certa fraqueza em seus gestos e a força que fazia para sorrir. Mas o que diabos aconteceu entre esses dois? A pergunta fervilhava em minha mente e estava prestes a fazê-la quando o pequeno me olhou e eu notei o vazio no fundo de seus olhos, então minha boca secou.

            Recuperei-me rapidamente para não perturbar a situação já frágil do pequeno albino, por isso, como ele insistia em ir para o quarto, ajudei-o e seguimos os três juntos.

            – Eu vim te ver hoje mais cedo – falei – mas não consegui te encontrar no meio desses lençóis brancos.

            Near entendeu a indireta para sua roupa e sua aparência física e sorriu, enquanto Linda gargalhava alegremente ao seu lado.

            Chegamos logo ao nosso quarto, deixei Near sentado em sua cama e fiz várias recomendações, preocupado como estou em ter que deixá-lo sozinho. Mas tive que ir. Não poderia faltar a mais nenhuma aula e se ficasse, Linda também ficaria e ela também já tinha faltado nesta manhã.

            Então fechei a porta e deixei Near lá. Acompanhei Linda até o salão principal, lado a lado, ambos calados e perguntando-nos internamente se o pequeno albino ficaria bem.

Matt PoV off

Near PoV on

            Sim, com toda a certeza, é chocolate. À esta conclusão, todas as lembranças do dia anterior vieram à tona. Lembrei-me de tudo: do passei na cidade com meus irmãos e seus amigos, do tombo, de ter saído correndo e deitado no pé de uma árvore e do vazio e dor que senti e sinto até mesmo agora, quando o dia de ontem parece tão distante. Só não consigo entender como fui parar na enfermaria e porque a minha cama era cheirando a chocolate.

            Ainda deitado, apenas fechei os olho, não de cansaço, mas para reflexão e não pude evitar em ser tomado por lembranças do passado.

            “Era um fim de semana e estávamos em um parque. Andávamos no meio das barracas, quando Mell me disse que precisava comprar chocolate.

            – Mas eu preciso ir ao banheiro – reclamei, com urgência.

            – Então az o seguinte – disse, considerando o fato por alguns segundos – Você vai ao banheiro e quando sair fique em um lugar bem visível para eu te achar.

            Concordei e saímos andando para lados opostos, sendo que nenhum dos dois fazia a menos idéia de onde encontrar seu objetivo. Pedi informação para uma moça de uma das barracas e ela me indicou um lugar mais adiante de onde eu e Mello havíamos nos despedido.

            Quando voltei do banheiro, encostei-me em um tronco de uma árvore grande e velha e fiquei olhando em volta, à procura de um loiro alto, vestindo roupas de couro.

            Acho melhor ir atrás dele, pensei, cansado de esperar. Caminhei entre as barracas, muito atento, quando meus instintos me guiaram para a direita. Não andei muito até deparar-me com um loiro, abrindo uma barra de chocolate e olhando ao redor, preocupado.

            – Oi! – ele disse surpreso – Eu não disse para me esperar em algum lugar?

            – É que você estava demorando muito – justifiquei-me – E foi fácil te achar.

            – Sério? Como?

            – Eu só segui o cheiro de chocolate – respondi.

            “Um sorriso largo e radiante iluminou o rosto e o olhar do loiro e, mesmo corando, não consegui desviar os olhos dele.”

            Mesmo agora, de volta à realidade e depois de tanto tempo, aquele sorriso parece gravado em minha retina. Fiquei muito tempo perdido nesta feliz recordação até obrigar-me a afastá-la da mente. Não pode ter sido o Mello. Ele não fala mais comigo, vem carregando nas costas o peso do passado mesmo quando nada disso importa para mim. Deve haver outra explicação para este cheiro.

            Decidindo perguntar ao Matt quando ele chegasse, levantei-me. Andei até o armário e de lá retirei uma caixa que há muito tempo não abria, sem saber exatamente o motivo para estar fazendo isso hoje. Sentei no tapete do quarto e, pegando os dados de dentro da caixa com cuidado, comecei a empilhá-los no chão.

Near PoV off

 Matt PoV on

            Quando o último sinal soou e todos os alunos apanhavam suas coisas e seguiam para seus quartos, acordei assustado em cima de um livro de química.

            Fechei o livro, peguei meu caderno, o estojo e o vídeo-game e soquei tudo na bolsa. Corri para a multidão que se espremia para passar pela porta e, quando consegui sair, fui até a sala de Linda.

            Ao vê-la de longe, encostada ao lado da porta de sua sala, com o nariz enfiado em um livro, não pude deixar de admirá-la. Mesmo com toda a preocupação que passaram no dia anterior e que permanecia sobre suas cabeças, ela se manteve forte, sempre com seu otimismo e bom humor.

            Ele levantou a cabeça e, ao me ver, fechou o livro.

            – Oi. – ela disse.

            – Preocupada? – perguntei.

            – Sim, mas... – ela começou a responder, mas foi interrompida pela aproximação de um loiro.

            – Matt. Tenho que falar com você. – ele disse, com o olhar distante e a expressão contraída, como se estivesse fazendo um esforço tremendo para suas palavras saírem.

            – Não tenho nada para falar com você. – respondi, mesmo surpreso ao vê-lo dessa forma.

            – Matt, você precisa me ouvir. O que eu fiz... – o loiro continuou, seus olhos agora arregalados e cheios de terror.

            – O que você fez foi medíocre e egoísta! – eu o interrompi novamente, com raiva – Ele sumiu por sua causa e você não tirou a bunda do seu quarto nem pra ajudar a procurá-lo!

            Mello reagiu como se tivesse levado um tapa na cara. Piscou os olhos, como que para absorver o que havia ouvido e, logo depois, para a minha maior surpresa, abaixou a cabeça e disse envergonhado:

            – Eu sei... – mas recuperou-se rapidamente e voltou a me encarar com ansiedade no olhar – Mas ele está bem?

            Ele perguntou como se sua via dependesse da resposta. E então entendi que não tenho apenas um amigo que precisa de minha ajuda, mas dois; justamente os dois que estão dificultando tanto o convívio na escola. Percebi que Mello está sendo vítima de sua própria ignorância e que preciso mostrar a ele quais as conseqüências de seus atos.

            – Vem. – eu disse, começando a andar.

            – Matt! Você precisa me dizer... – ele começou a contestar, vendo-me ir.

            – Já disse para vir. – falei, decidindo mostrar a ele como Near tinha ficado mal depois de seu último encontro com o loiro e assim tentar apaziguar a situação entre os dois ou pelo menos colocar juízo na cabeça dele.

            E continuei andando, com Mello ao meu lado, levemente relutante e indeciso, e Linda logo atrás, correndo para acompanhar nosso passo rápido.

Matt PoV off

 Near PoV on

            Logo o Matt estará de volta, pensei, ainda concentrado em minha cidade de dados. E estava certo. Não demorou muito e a porta às minhas costas se abriu.

            – Oi, Near... – Matt cumprimentou-o.

            Não me virei de frente para ele, concentrado como estou em empilhar o último dado de um prédio muito alto, mas não consegui segurar a pergunta que me perturbou o dia inteiro.

            – Matt, por que a minha cama está com cheiro de chocolate?

            Pronto, o dado está equilibrado, bem no topo, mas o ruivo não respondeu a minha pergunta, havia apenas um grande silêncio no quarto. Levantei-me e me virei, a fim de ver se meu colega de quarto ainda estava lá, no entanto, a imagem que encontrei diante da porta aberta, fez-me recuar e derrubar alguns dos prédios. Ele está lá, parado na porta e encarando-me com a mesma expressão aterrorizada que dominou o meu rosto.


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Notas finais do capítulo

Minna: Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei, voltamos o/
Sharon: ou não e.e
Minna: É, ou não -.- Ah, nós temos novidades(depois de um ano também, se não tivessemos... ¬¬)
Sharon: a gente arrastou outra pessoa pra ser escrav... quer dizer fizemos outra amiguinha o/
Minna: Siiim xD Aliás, ela contribuiu muito com o capitulo...(lê-se tudo ¬¬) E ela é a Diana ^^ (Este é o pseudonimo dela)
Diana: Yo! Foi um prazer participar desse capítulo (naverdade, eu fiz td e elas me escravizaram mto, mas n contem q eu disse isso, tá?)
Minna: Dih, primeiro, nós podemos ler ¬¬ E segundo, nada de janta hoje pelo comentário Ò.Ó9
Sharon: mais comida pro myo...
Minna: xD
Diana: FUUUUUUU
Minna: Bom, vamos voltar ao foco. Obrigada quem ainda acompanha a história e pedimos perdão pela demora (sério, desculpa mesmo.)
Diana: é isso aí, leiam td e comentem!!! (alguém tem um vale refeição aí?)
Sharon: ou uma fita crepe? *¬*
Minna: Byeeee~ o/
Diana: Weeeeeeeeeee o/

(Perdão pela forma de chat, denovo -.-)



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