Under The Moonlight escrita por Shinobu


Capítulo 3
Record #2: Evidence.


Notas iniciais do capítulo

Still light. Still.



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- Miki, reuniste alguma coisa que nos dissesse algo novo? - Perguntei, assim que a vi pela manhã. Ainda estava de pijama, ao contrário de mim que já utilizava a farda da organização.
- Não, não...tirando o facto de ter aparecido mais um louco hoje. - Miki espreguiçou-se e bocejou. Em seguida, voltou a olhar para mim seriamente. - E eles estão realmente loucos.
Apoiei-me na janela e olhei lá para fora. Mesmo sendo de manhã, aquele sítio continuava a não ser interessante. Agora podia ver claramente a aldeia onde nos encontravamos. A única coisa que não conseguia ver era um sítio que, nas reuniões, nos avisaram a não nos aproximar - a floresta. Ou, melhor dizendo, o sítio onde aconteciam os assassinatos. Se é que eles existiam.
Voltei-me para Miki, que me continuava a fixar seriamente.
- Loucos, é?
- Loucos. Ou com graves problemas mentais, se isso soar menos insultuoso.
Comecei a rir com o que ela disse, e ela olhou-me com uma cara do tipo "estás a rir porquê?".
- Não, não é menos insultuoso. Graves problemas mentais? Vá lá, Miki. Sabes que não é essa a questão. - Ela segurou o queixo com uma mão e o cotovelo com a outra, coisa que fazia muitas vezes quando pensava.
- Sim, está bem. Então...parece que uma garota foi para a floresta e desapareceu. Um homem seguiu atrás dela para a resgatar e...bom, sabes o resto. Voltou doido a insinuar que ela foi morta pela assassina do kimono.
- Assassina do kimono é sim, insultuoso.
- Daichi!
- Pronto, pronto. E novamente, sem provas?
- Sem provas. Ele não está banhado em sangue nem nada do género. Um grupo decidiu aventurar-se na floresta um pouco depois disso, até onde ele disse que a menina havia morrido.
- E não estava lá nada.
- Nada. Absolutamente nada.
Encostei-me à parede e voltei a olhar para a janela. Os habitantes da aldeia trabalhavam normalmente, como se nada se tivesse passado. Será que eles, assim como Miki, achavam que isto era tudo um mito?
- Bom dia, Daichi, Miki! - Leiko corria na nossa direcção enquanto acenava com a mão. - Viram por aí o Takeya?
Eu e Miki entreolhamo-nos e ela encolheu os ombros. - Não, não o vi.
- Que estranho. Ele nunca sai sem me avisar. E o pior de tudo é que o pai, digo, o chefe também não está.
- E a Tora e o Tetsuya?
- Tetsuya está a jogar na consola dele...Tora está a tentar entrar em contacto com a organização. Ao que parece, por causa da menina que desapareceu ontem, vão chamar mais reforços.
- Oh. Isso pode ser mau. - Disse Miki, arqueando a sobrancelha. - Não tenho vontade de partilhar o meu quarto com ninguém.
- Pois sim, está bem. Nem mesmo se esse alguém se tratar de Susanoo? - Respondi-lhe, com um sorriso de desdém. Ela deu-me um soco no ombro e foi-se embora, sendo seguida por Leiko. Como o chefe não estava por cá para nos dar ordens, talvez o melhor fosse eu rever os ficheiros de ontem e tentar descobrir quais eram as ligações das vítimas.

~x~

Ainda estava a ler os registos pela primeira vez naquele dia, quando Tora entrou no meu quarto, deixando um monte de cassetes cair na minha cama. Depois, pousou dum modo nada cauteloso um leitor de cassetes.
- Essas são as entrevistas filmadas da Miki. Os outros já as viram, por isso só faltas tu.
- Cassetes...? Somos assim tão idosos?
- Se não queres experimentar comer uma cassete, sugiro que fiques quieto e faças o que te pedi.
- Está bem, está bem.
Suspirei ao vê-la sair do quarto. Tora e claro, o chefe, eram as únicas pessoas da organização que me assustavam. Pelo menos, dentro daqueles que eu conhecia. Nunca vi Tora a sorrir ou com outra expressão que não fosse zangada ou séria. O chefe era o mesmo caso. E Miki era idiota o suficiente para testar a paciência do chefe, que parecia ser inesgotável.
Peguei numa cassete e olhei aborrecido para o leitor de cassetes. Definitivamente, hoje ia ser um dia comprido...



Apesar de ter que fazer algumas pausas para as refeições e afins, tinha acabado finalmente de ver todas as entrevistas. Tirei notas de todas, mas acabei de chegar a algumas conclusões...
Um. Todos eles falam dum kimono e duma espada.
Dois. Nenhum deles sabe como a mulher é, nem ouviram a sua voz. Só se recordam dos seus olhos azuis, frios como a morte.
Três. Todos os casos foram de noite na floresta.
Quatro. Em nenhum dos casos eles apareceram com sangue.
Cinco. Os corpos ou provas da existência da garota e dos assassinatos nunca foram encontradas.
Seis. As vítimas não tinham nenhuma ligação entre elas, a não ser pelo facto de todas morarem na vila.
Algumas das coisas da minha lista somente foram confirmadas. Estava a começar a concordar cada vez mais com Miki, era possível que isto fosse somente um rumor.

Mas se isto era um rumor...como é que as pessoas estavam a desaparecer na floresta?


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Notas finais do capítulo

Que falta de coisas interessantes para dizer aqui nas notas finais. -fail

Oh well. Reviews? x3



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