Purple Butterflies escrita por Yuuho


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora. =T



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Andava apressada porém cuidadosamente pela floresta, indo sempre na direção que sua audição indicava como a mais silenciosa. Sentia ter deixado o esconderijo, mas era periogoso demais ficar parado e sozinho. E não queria envolver Lílian, que acabara de conhecer, nisso. Poderia ser capturado de novo. E ele ainda sentia arder as costas chicoteadas muitas horas antes. Precisava fugir. Não aguentaria ficar calado se fosse novamente torturado.

Taka era cego, mas astuto. Depois de perder a visão, desenvolvera uma habilidade auditiva muito útil, que o salvava das mais variadas enrascadas. E também graças a ela, pôde aprender a manejar uma espada, usando o som emitido pela lâmina ao cortar o ar e o choque de lâminas para se guiar. Acabou por tornar-se um exímio espadachim, mas ele sabia que isso não serviria de nada se o encontrassem.

- Pato-Sensei, o Taka sumiu!

- Quem diabos é Taka, menina?!

- O garoto que eu estava falando...Ele é cego. Provavelmente, por causa de nossa demora, ele achou que aconteceu algo e fugiu para se salvar!

- Melhor assim. Você não pode se envolver com humanos.

- Mas ele pode estar em perigo!

- O problema não é nosso, quac!

- Não entendo como às vezes você consegue ser tão insensível, Sensei...- lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto, o queixo tremendo.

- Ah, minha menina...

De repente, Lílian sentiu arder sua marca, e soltou um grito de dor. Jogou-se ao chão de joelhos, pressionando a mão contra a rosa em seu abdômen. Cerrou os dentes, tentando não gritar outra vez. O Pato olhava para ela preocupado. Ela abriu os olhos, e eles haviam mudado de cor. Antes de uma cor vermelho-vivo, agora de um cinza-morto. Sentiu a raiva possuí-la, mas logo esse sentimento se aliviou, e ela pôde ver o rosto de Taka, todo machucado, com uma expressão de terror em sua face. Então, a imagem mudou para uma floresta, e viu de longe o garoto correndo, de vez em quando esbarrando em árvores e tropeçando.

Então, do nada, ela falou:

- Peguem-no.

O Pato olhou para ela assustado. Os olhos dela voltaram à cor original. Na mesma rapidez com que entrara no transe, ela saíra dele. Suspirou e disse:

- Eu acho que sei onde o Taka está. - Levanta-se. - Vou atrás dele.

- Antes, seria bom você explicar o que acabou de acontecer.

- Nem eu sei, Pato-Sensei. Só sei que tenho de ir ajudar o Taka. Se quiser vir comigo, adorarei a sua ajuda.

- Tudo bem. Mas ainda não entendo para quê se dedicar tanto a salvar a vida de um simples humano.

Lílian ignorou esse último comentário do Pato, com todo o respeito. Tinha um presentimento terrível, e sentia que Taka estava precisando de sua ajuda. Perguntava-se como diabos teria tido aquelas visões, mas aquilo era o de menos no momento. Precisava encontrá-lo.

- Ei! Peraê! Me larga, coisa fedorenta!

Taka gritava enquanto balançava sua perna esquerda, que havia sido mordida por um lobo raivoso. Mesmo tentando fugir, o faro daquele animal o havia encontrado rapidinho, usando o cheiro de seu sangue como referência. Taka tirou uma pequena faca que tinha guardada dentro de uma bainha que ficava escondida na calça, e enfiou no pescoço do lobo. Este finalmente o largou. Pegou sua faca de volta e guadou-a, levantando-se para volta a correr. Sua perna sangrava e a floresta se tornava cada vez mais barulhenta, o que o impedia de raciocinar direito sobre qual a direção certa a seguir.

Ouviu latidos ao longe, e concluiu que este seria seu fim. Provavelmente não o queriam mais vivo, só queriam acabar logo com ele para não deixar nenhum rastro do que pretendiam fazer. Esses idiotas de sangue-frio já tinham matado todos os seus companheiros, não faria diferença se o matassem também.

Soltou um grito agudo e ouviu um eco na direção à sua esquerda, e notou que ali perto havia uma caverna. Virou-se em direção a ela e jogou-se lá dentro, no tempo certo, pois pôde ouvir a matilha de lobos que passava em frente à caverna. "Certo. Porque diabos é que eles não vieram atrás de meu cheiro como o outro fez? Bom, acho que isso não é o que eu mais tenho com que me preocupar agora, afinal."

- Aqui está você!

Taka deu um pulo ao ouvir isso, seguido de um gritinho meio afeminado.

- Ei! Sua louca, você me assustou, sabia?!

- Haha. Sinto muito.

- Você não parece sentir muito.

- Não importa, o que importa é que eu te encontrei. Você não sabe como fiquei preocupada!

- Preocupada? Mas cê mal me conhece.

- E daí?! Você estava sob minha responsabilidade, eu disse que ia te ajudar!

- Pra sua informação, não preciso de ajuda.

- Bom, eu acho que sim. - Agachou-se e tocou a perna de Taka, fazendo-o soltar outro grito, só que este de dor. - Ei, mais baixo! Cê não tava se escondendo?! O propósito de se esconder é não ser encontrado, cê sabe.

- Haha, muito engraçada, você! Não toque na minha perna, está machucada.

- Eu sei. Mas não se preocupe, eu curo isso em segundos.

- Curar?

- Claro, ué. É uma das minhas habilidades.

- Você é...

- O quê?

- Um deles...?

- Você fala dos que estão te perseguindo ou das criaturas mágicas em geral? Aliás, quem são eles?

- Ahn...os dois. E eu não sei exatamente quem são eles.

- Eu sou uma criatura mágica. Mas não se preocupe, não vou comer você ou algo do tipo.

- Valeeeu. O que foi? Eu não tenho carne o suficiente? Ou eu simplesmente não pareço suculento para você?!

- Ah, não acredito que você ofendeu porque eu disse que não queria comer você!

- Eu só quero saber porquê, ué.

- Besta. Vem, deixa que eu te ajudo. - Retirou da sacola um frasco de poção e pingou na perna do garoto, repousando a mão por cima, de onde saiu uma fraca luz verde. Em poucos segundos, o ferimento que havia ali sumiu.

- Pôxa! Obrigada mesmo, hein.

- Não há de quê.

- Mas...Como você descobriu que eu estava aqui?

- Bom...Por enquanto vamos chamar isso de "intuição feminina".

- Tá...

- Agora vem. Precisamos esconder você.

- Obrigado.

- E não invente de fugir de novo, hein!

- Ah. Pode deixar.

Lílian guiou-o para o interior da caverna, onde lá havia uma fogueira acesa e um Pato esperava sentando em frente à ela.

- Pato-Sensei, esse aqui é o Taka.

- Peraê. Pato-Sensei?! - Disse Taka, em um tom de deboche.

- Algum problema, meu jovem? - O Pato dirigiu-lhe a palavra de modo frio e penetrante.

- Não, de modo algum! - Segurou a risada. - Só achei meio estranho.

- Não se preocupe com o Sensei, Taka. Ele não gosta muito dos humanos. Mas não se preocupe, ele não fará mal alguma você.

- SE você se comportar. - Completou o Pato.

- Ah, por mim tudo bem. - Taka sentou-se no chão, encostando-se na parede da caverna.

- Taka. Precisamos agora saber o porquê de você estar sendo perseguido. Eu não sei, mas tenho a impressão de que aqueles centauros que enfrentei quando te deixei no acampamento têm algum envolvimento nisso. Eles estavam atrás de alguém.

- Sim. Atrás de mim.

- E por quê?

- Porque eu sou um príncipe.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu bani os asteriscos e passei a usar hífens. Achei que fosse melhor. :D

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