Mudanças escrita por _-_Flora_-_


Capítulo 5
Notícia


Notas iniciais do capítulo

É um cap bem curto, mas bem triste. Na verdade, tudo nessa fic é triste.



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Meu pai ficou me encarando por um bom tempo. Não aguentava mais aquele clima de suspense.

-- Com licença. -- disse Sam, para não estragar o momento. Que já estava meio estragado.

-- Carol. Não vai ser fácil dizer isso. -- ele dizia. -- Mas, o navio que sua mãe estava, bem, ele... desapareceu ontem á noite. Ainda estão tentando procura-lo.

Fiquei parada. Imóvel. Completamente pálida, como se tivesse pego uma doença desconhecida. A doença da tristeza. Da dor mais profunda.

-- O que? -- eu disse. Minha voz era tão baixa que eu mesma não escutei o que disse.

-- Não fique triste. Você tem a mim e ao seu irmão. E finalmente fez amizades na escola.

Não ficar triste? Ele acaba de dar a notícia que o barco em que minha mãe estava desaparecera, sendo que eu estava esperando ansiosamente para a volta dela, e ele diz para eu não ficar triste?

Saí correndo do quarto. Pude sentir as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

Desci as escadas e fui para o jardim. Eu ainda estava de pijama, mas para mim, não era isso que importava agora.

Vendo que estava sozinha, comecei a chorar de verdade. Eu não controlava e não conseguia parar.

Aquele momento estava sendo terrível. Eu estava sufocada pela tristeza. A única coisa boa que ia acontecer na minha vida, não aconteceu. E perdi uma pessoa muito especial. Minha mãe. A única pessoa que me entendia era ela.

-- Carol? O que aconteceu? Está chorando? -- era a voz de Júlia. E ela estava com Tom.

-- Não aconteceu nada. -- eu disse, limpando as lágrimas com as mãos.

Ela viu que eu estava mentindo.

Vi Tom sussurrando algo no ouvido dela. No mesmo instante, ela sentou no chão e me abraçou. Percebi que ela estava chorando também. Ju era muito sensível.

-- Carol! Eu estou tão triste! Eu sei como está se sentindo. Não é Tom?

Ele permaneceu calado. Não mexeu nenhum músculo e não emitiu som algum.

-- Tomas! -- ela gritou.

-- Sim... é, eu sei como está se sentindo. Sinto muito pela sua mãe.

Eu não podia desistir tão cedo. Disseram que o navio desapareceu. Mas não disseram que minha mãe morreu. Eu ainda tinha chances de encontra-la. Se eu tivesse ajuda.

Mesmo assim, as chances eram muito poucas. Mas eu nunca ia conseguir se não tentasse.

-- Eu não vou ficar chorando pelo resto da vida. Eu quero procurar minha mãe. Ninguém tem certeza do que aconteceu. Talvez ela ainda esteja viva. Só precisamos saber a onde o navio estava quando desapareceu. Pode parecer loucura, mas, eu quero tentar. -- eu disse, convencida.

-- Isso é bobagem! Em um acidente de barco, não existem sobreviventes! -- Tom disse, como se parecesse impossível achar minha mãe.

-- Eu acho uma ótima idéia! -- disse Júlia, que já havia parado de chorar.

Eu e Júlia nos abraçamos. Mas, vi que Tom se afastou e pegou o celular.

Me afastei de Ju e o segui. Tomei cuidado para que ele não me visse.

-- Eu disse para explodir, e não para afundar! Agora sabemos que todas as pessoas sobreviveram! -- ouvi ele dizendo. Não sabia direito o que significava e também não ouvia claramente. -- O problema é que agora ela quer procurar a mãe!

Não acreditei no que ouvi. Tom não seria capaz de... Não! Eu estava ficando maluca. Talvez eu não tenha ouvido direito.

Tentei esquecer de tudo aquilo. Senti um pingo de chuva caindo em meu rosto. E, de repente, a chuva estava forte. Mas eu não me movi. Eu gostava da chuva. E queria que ela não terminasse.

-- Carol, não se iluda. -- disse Tom. -- Não pense que a chuva é sua amiga. Porque ela vai se tornar a sua pior inimiga.

Inimiga. Essa palavra me desconfortou. Como se toda a minha felicidade tivesse sido sugada por ela.

Inimiga. Não podia ser. Ou era?


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Notas finais do capítulo

buuaaaaa. tristeza.