Doll House escrita por Aleksa


Capítulo 21
Capítulo 22




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Eleonor sente a garganta seca, ela está a ponto de chorar. Ela acaba de receber sua sentença de morte, assinada por Oliver...

- Eleonor? Tudo bem? – Dominik pergunta, vendo como ela parecia atormentada.

- Eu... Estou com medo... – ela diz.

Naquela noite ainda, mas um pouco mais tarde, Eleonor sai de seu quarto e vai até a sala... Oliver não está lá, ele ainda deve estar lá fora... Ela queria falar com ele, ele parecia muito atormentado quando saiu...

De pijama, Eleonor saiu pelo jardim, sem nenhuma ideia de pra onde exatamente ela queria seguir...

Se enfiando no meio do jardim, ela chega a borda da propriedade, onde Oliver estava sentado, num enorme tronco cortado, desenhando alguma coisa com uma navalha.

- Não devia estar aqui... – ele diz, sem olhar na direção dela.

- O que está fazendo com isso...? – ela pergunta, olhando a lamina brilhante da navalha, que refletia a luz da lua que reluzia enorme atrás de onde estavam.

- Gastando o meu tempo em alguma coisa... Ou eu vou atrás dele, e vou cravar isso aqui no meio do peito dele... – ele diz, com rancor na voz, cravando a navalha na madeira e virando-se pra Eleonor. – O que faz aqui fora?

- Vim ver se você está bem...

- Não se preocupe comigo... – ele diz, virando e apoiando os braços sobre os joelhos. – Você devia dormir um pouco.

- É difícil, depois de você detalhar a minha morte horrível, lenta e dolorosa. – ela diz, com mágoa.

Ele olha pra ela.

- Você não o conhece... Mas acho que ele vai ser legal com você.

- Por que você diz isso agora?

- Ele sabe que eu gosto de você. – ele diz, olhando a madeira estilhaçada.

Eleonor não sebe bem o que dizer... Mesmo.

- E deve estar rindo muito agora por saber como eu estou com raiva. – ele diz, com uma raiva irônica na voz.

- Saber? Como ele poderia saber?

- Ele sente tudo o que eu sinto... E vice-versa... – ele diz.

- O que...?

- Nesse momento ele está feliz, está assindo os sons e luzes da cidade da janela de sua casa.ar... - Katrina  nunca tinha gritado com ela antes... Nem lhe faltado com respeito. Isso foi muito inesper

- Como assim?

- Ele também sempre foi bom com palpites, ele gosta de ouvir os sons da noite.

- Como você sabe?

- Eu sei o que ele sente... O que está fazendo... Com quem...

- E... Ele matou a Ekatherina?

- Não sei, não costumo olhar muito pra ele... Não gosto da mente dele. – Oliver desenhava no tronco.

- Você acha que ele vai me machucar?

- Amanhã? Não. Ele gosta de você.

Na tarde do dia seguinte Eleonor está impaciente olhando o tic-tac do relógio na parede, o clima está pesado e ela se sente o sacrifício...

Dietrich entra pela porta com um sorriso.

- Olá~! Maninho, Elli.

- Olá Dietrich. – Eleonor diz.

Oliver simplesmente o ignora.

- Pode me chamar de Trich. – ele diz, inclinando a cabeça para a direita.

Eleonor fica em silêncio... Todos na sala estão nervosos, mas isso por que eles vêem nos olhos Oliver como ele está matando Dietrich mentalmente de novo e de novo.

- Olie. – ele diz, virando e sentando-se ao lado de Oliver no sofá. – Faz tempo que não nos falamos.

- Nunca é tempo o bastante Trich.

- Também te amo. – ele diz, abraçando Oliver.

Depois levanta e pergunta a Eleonor:

- Vamos?

- Certo. - ela diz.

Os dois saem, assim que deixam as portas da mansão, Oliver levanta.

- Aonde vai? – Boris pergunta.

- Queimar essa camisa... – ele diz, inexpressivo.

- Nunca vi Oliver com tanta raiva... – Yuri comenta.

- Isso é péssimo... – Gerrard diz.

Enquanto isso, Dietrich e Eleonor caminham pela calçada da mansão, Dietrich pula de pedra em pedra.

- Qual o seu animal favorito?  - ele pergunta.

- Acho que são os flamingos. – ela diz, sentindo-se estranhamente confortável. – E o seu?

- Acho as lontras bonitinhas. – ele diz.

- Elas são.

- Que bom que não está com medo. – ele diz. – Achei que você fosse ficar tremendo o tempo todo.

- Não. É estranho, mas você não me assusta.

- Não?

- Não.

- Vou ter que tentar mais. – ele ri.

Droga! Por que ele tinha que ser tão parecido com o Oliver!

- Você é muito gentil Eleonor. – ele sorri.

Eles até falam igualzinho!

- Obrigada.

- De nada. – ele sobe na guia e começa a andar de costas.

- Sabe, eu vou morrer logo. – ele diz.

- O que...?

- É. Eu tenho mais uns seis meses de vida. – ele diz, ainda com um sorriso.

- Você não está triste?

- Não. Não tem nada aqui que eu esteja perdendo... Não faz diferença. – ele da de ombros.

- Nossa.

- Minha mente é um lugar horrível. – ele diz. – Eu também sou um “pessoa” horrível.

- Você não parece se importar com isso.

- Não me importo. Se Oliver me odiar o bastante, talvez ele me mate antes.

- Que coisa horrível de se dizer!

- O que?...

- Você vai pedir pra Oliver te matar?!

- Quase isso. – ele da de ombros.

Um sininho toca na rua.

- Mas... – Eleonor começa.

- Uh... Sorvete!  - ele saltita até lá.

Voltando ele entrega uma casquinha a Eleonor.

- Não sabia que sorvete você gostava, então trouxe os três. – ele diz.

- Obrigada. – ela diz.

Ele simplesmente sorri.

Os dois continuam caminhando, até Dietrich parar, e olhar para o meio da rua.

- O que foi? – Eleonor perguntam.

- Está vendo aquela mulher ali? – ele aponta a uma mulher que se preparava pra atravessar a rua, enquanto falava no telefone.

- O que tem ela?

- Ela vai ser atropelada. – ele diz, lambendo o sorvete.

- O que...?

Logo em seguida passa um carro em uma velocidade absurda, e, não conseguindo parar a tempo, bate na mulher que atravessava, ela quebra o vidro da frente do carro com o corpo e cai no chão, o telefone voa longe.

- Eu disse. – ele diz, voltando a andar.

O homem que dirigia sai do carro e liga pra emergência.

- Como você sabia?! – Eleonor berra.

- Eu só sabia. – ele diz.

- E por que você não avisou?!

- Se eu te dissesse, “Você vai levar um tiro, agora, daqui a nove segundos”. Você ia acreditar em mim?

Eleonor pensa, ela provavelmente não ia acreditar...

- Foi o que pensei. – ele diz. - Não se preocupe, ela vai ficar bem. - e com isso ele volta a caminhar.

Uma multidão se forma ao redor da mulher, em poucos segundos ela é levada por uma ambulância até o hospital.

- Trich... – ela diz.

- Hum?

- Foi você que fez Ekatherina se matar?

- Por que pergunta? Meu irmão fez um discurso depois que eu sai?

- Fez... Ele disse que você me mataria depois que se cansasse de mim...

Dietrich fica em silêncio.

- O que você espera que eu diga? – ele pergunta. – Quer que eu diga que eu sou uma pessoa boa por dentro? Que me importo?

Eleonor simplesmente observa.

- Mas sabe... – ele diz. – Eu amo as pessoas, sendo assim, elas deviam me amar também, não acha? – o olhar dele é inexpressivo.

- Você ama as pessoas...?

- Amo. É exatamente por isso que eu as quero mortas. – ele diz, mordendo um pedaço da casca do sorvete.

- O que...? – Eleonor para.

- Seu sorvete está escorrendo. – ele diz, apontando o sorvete de Eleonor, que estava escorrendo por seus braços.

Eleonor joga o sorvete no lixo e corre atrás de Dietrich.

- Como assim “é exatamente por isso que e as quero mortas”?!

- Está com medo agora? – ele pergunta, pondo o restante da casca na boca.

- O que você quis dizer?! – Eleonor repete.

- Eleonor, me responde uma coisa. – ele lambe a ponta dos dedos. - Você gosta da sua vida?

- Claro!

- Não, eu quero saber, DE VERDADE. Quando o seu pai morreu, você AINDA gostava da sua vida como está falando?

- O que...? – ela para de andar de novo.

Ele para de andar e se vira na direção dela.

- Gostava? Estava feliz no dia do enterro dele?

- Não! Que pergunta é essa?!

- Quando você se deu conta de que era órfã, você ficou alegre? Quis contar isso pra todo mundo? Ria sem motivo nenhum?

- Não!

A voz dele era vazia.

- E será que nesse momento, enquanto você chorava a morte dele, você NUNCA pensou que a morte seria mais fácil? Melhor do que a dor que você sentia?ontar isso pra todoera orfdia do enterro dele?

morreu, voce  seus braços.

- NÃO!

- Não mesmo? Ou você só está dizendo isso pra provar que eu estou errado?

- Chega! O que você quer provar com isso?!

- Você está chorando. – a voz dele ainda é vazia.

Ele caminha até ela, ela senta num banco próximo, soluçando involuntariamente.

- O que você quer com isso?... – ela pergunta em meio aos soluços.

Ele puxa um lenço de pano do bolso e entrega a ela.

- A morte, é muito melhor que ser fraca, como você é, como toda a humanidade é. – ele diz, sentando-se ao lado dela. – E eu amo vocês... Então... Eu mato. – ele sussurra.

O sangue de Eleonor gela nas veias.

- Mas não é pra isso que estou aqui hoje. – ele sorri, seu tom de voz ficando amigável de novo. – Hoje nós vamos ao zoológico. – ele sorri.

Agora Eleonor está com medo.

- Agora você está com medo. – ele sorri, olhando dentro dos olhos de Eleonor. – Eu quero ver as lontras primeiro.

Os dois estão a uns quarteirões do zoológico, por isso, Eleonor força seus joelhos a continuar andando.


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Notas finais do capítulo

Achei o Pendrive /o/



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