A Garota da Casa ao Lado escrita por Gibs


Capítulo 15
Escondida


Notas iniciais do capítulo

oie, odeio ficar de castigo, fato!
boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/88087/chapter/15

POV Alex

 

Depois que saímos da casa da Gabriela, fiquei pensando onde poderia

levá-la, precisava de um lugar seguro, um lugar em que eu confiasse para deixá-la.

A levei ao lugar que ela havia gostado, ao lugar que ela se sentia feliz e livre.

A levei para casa de minha vó.

***

- Chegamos - falei, descendo no ônibus com Gabi

- Na sua vó? Quer me deixar aqui? Mas Alex, o que ela vai pensar? - me perguntou com medo.

- Ei, calma Gabi, você estará segura aqui, eu confio na minha vó. Não se preocupe.

Ela me olhou preocupada e assentiu. Fomos até a casa de minha vó e eu toquei a campainha. Pouco tempo depois minha vó apareceu abrindo a porta.

- Alex?! Meu deus, o que houve? - perguntou vendo minha expressão e dando passagem para que eu entrasse com Gabi.

- Vó, preciso da sua ajuda, é importante.

- Claro, sentem-se. O que houve?

- Vó, a Gabi pode ficar aqui por um tempo?

- O que?! Espera Alex, sua mãe sabe que está aqui? - falou ela, me olhando desconfiada, olhava pra Gabi coomo se via um bicho.

- Vó, me escute, é importante, eu preciso que a senhora confie em mim, por favor, me ajude, ajude-a - falei, segurando mais forte a mão de Gabi.

- Me conte o que houve.

- Gabi.. - olhei para ela, para que contasse.

Ela ficou de cabeça baixa por um tempo, vi sua expressão de vergonha se formar em seu rosto, a abracei e deixei que chorasse. Deus, por que ela tem que passar por isso, por que?

- Espere, vou trazer uma água pra ela, está muito nervosa - falou minha vó, indo até a cozinha.

 

fale, eu preciso que fale.

- Gabi, pode falar pra ela, eu confio nela, não vai fazer mal a você, por favor, 

- Eu.. Eu.. Alex, não dá.. Foi.. Horrível - falou entre lagrimas e soluços.

- Você confia em mim não é? - perguntei e ela assentiu - Então, pode confiar em minha vó, é a única pessoa que sei que não a julgará, que a ajudará, não tenha medo, ele não vai te achar aqui, não vou deixar que ele te machuque de novo, nunca mais. - falei a abraçando. Minha vó apareceu com um copo d’água e entregou a Gabi, ela tremia.

- Pode me contar minha filha, eu vou te ajudar, seja lá o que for. - falou minha vó encorajando-a.

- Eu.. Eu.. Fui estuprada. -a reação da minha vó foi da calma ao desespero, ela se levantou e abraçou Gabi.

- Calma minha linda, está tudo bem, eu vou lhe ajudar, calma, você vai ficar bem agora.. Vamos me conte o que houve..

 

Gabi então contou a minha vó, que aos 8 anos sua mãe se casou de novo, com Roberto, e que aos 10 ele abusou dela pela primeira vez. Prometeu matar sua mãe e depois ela se contasse algo, então ela se calou. Agüentou os maus tratos do padrasto por 5 anos, quando há pouco mais de 6 meses seu padrasto dirigia o carro e sua mãe estava ao seu lado, ela acha que foi proposital, já que sua mãe ficou paraplégica após o acidente, e nada aconteceu a Roberto. Pouco tempo depois sua mãe teve um derrame, que a impossibilitou de andar e falar, Roberto cuidava de sua mãe, mas abusava constantemente dela, de Gabi.

Minha expressão foi de nojo, de pena, eu me sentia mal por ela, por vê-La daquele jeito, tão linda e tão machucada.

Contou que hoje, após ela ter chegado em casa, Roberto estava com uma tesoira nas mãos, a levou até o quarto onde sua mãe dormia e a amarrou ao pé da cama. Mostrou o pulso para minha vó, que estava com lagrimas nos olhos.

Disse que ao ver a mãe, notou um fio vermelho descer por seu rosto, Roberto havia matado sua única família.

Depois usou a tesoura para cortar seus cabelos tão majestosos, a única coisa que lembrava sua mãe, a única coisa que havia herdado da beleza de sua mãe.

Minha raiva por aquele homem crescia a cada palavra de sofrimento que saia da boca de Gabriela, queria voltar lá e mata-lo, acabar com a vida dele.

Minha vó a abraçava e falou que ela poderia ficar com ela pelo tempo que fosse, que iria cuidar dela, que ela estaria protegida.

Fiquei mais calmo por um tempo, mas ele ainda esta solto, preciso levar Gabi a policia, ele precisa ser preso.

 

- Gabi, precisa ir a policia.

- Não, ele pode me achar, e se não o pegarem, ele vai me matar Alex, não, policia não.

- Gabriela, você não ficara segura se ele estiver solto. Por favor, vamos a policia. - falei, implorando.

- Vamos sim, eu levo vocês - falou minha vó.

Saimos da casa de minha vó e fomos a policia, lá Gabi contou tudo que havia contado a minha vó pra poilicia.

Eles asseguraram que ele seria procurado, e que nada acontecerá com ela, que colocaria policiais em frente a casa de minha vó, assim Gabi se sentiria mais segura.

Na casa da minha vó, Gabi foi tomar um banho e eu fiquei conversando com a minha vó.

- Vó, o que acha disso tudo?

- Essa menina sofreu muito Alex, e você fez certo em salva-La, e levá-la a policia, vai tudo se acerta agora, vão encontrá-lo não se preocupe.

- Eu to com medo vó, medo por ela. Eu a amo. - confessei.

- Sim, eu sei. Mas meu filho, passe pra ela sua força, sua segurança. Ela confia em você, e ela te ama, vejo isso no modo como ela se agarra em você, você é o salvador dela.

Pensei no que minha vó havia falado, me levantei quando vi que Gabi vinha até mim, seus cabelos desordenados lhe cobriam o rosto, estava na altura do ombro, mas todo picotado. Ela veio até mim e me abraçou, vestia apenas uma camisola que minha vó havia lhe dado. Seu corpo ficava perfeito naquela camisola, não sei o que me deu, eu peguei fogo quando a vi, e agora com seu corpo junto ao meu, senti minha excitação.

Droga Alex, a garota não precisa disso agora, se controla!

- Estou com fome - falou ela ainda me abraçando.

- Vem, vou fazer algo pra você comer - a levei até a cozinha e a sentei na cadeira frente a mesa. - O que quer comer?

- Não sei, o que tiver ta bom.

Fui até a geladeira e peguei os ingredientes para fazer um sanduíche.

 

POV Gabriela (N/A: pov de Gabi, voltando um pouco, falando no pov dela)

 

Tomei um banho como nenhum outro, deixei que a água escorresse por meu corpo, levando consigo todo meu sofrimento, toda minha angustia, todo meu medo.

Sentei-me no chão do Box, segurei minha pernas frente ao meu peito, a água caia em minhas costas, relaxando meus músculos.

Meus cabelos caiam por meu rosto, todo cortado, despedaçado. Chorei por ele, chorei pela minha mãe, chorei por mim e por Alex.

Ele agora sabia de tudo e ainda está do meu lado, me apoiando e me protegendo, nunca pensei que poderia encontrar alguém como ele, eu estava parcialmente feliz, me sentia segura e protegida, seus braços era meu porto seguro, o lugar pra onde eu fugiria sempre.

Sai do banho e vesti a camisola que a vó dele havia me dado, me olhei no espelho e vi uma Gabriela.. Acabada.

Meu olho esquerdo tinha um hematoma, meus cabelos desgrenhados me deixavam com um rosto desagradável.

Olhei meus pulsos, roxos e vermelhos o cobriam por completo. Abaixei a camisola expondo machucados, arranhões e cicatrizes por meu ombro, que desciam pelo meu colo.

Virei e olhei minhas costas, pequenos machucados lhe cobria toda.

Levantei a camisola e olhei minha virilha, coberta por hematomas feitos ao longo de 5 anos.

Voltei a chorar.

Não! Precisava me recompor, eu estou segura agora, estou com Alex, estou bem. Limpei minhas lagrimas e fui até a sala.

Quando cheguei lá Alex levantou e eu fui abraçá-lo, precisava de seus braços ao meu redor, acolhedor.

Meu estomago roncou.

- Estou com fome - falei.

Alex me levou até a cozinha e me sentou a mesa. Foi até a geladeira e pegou a comida, a colocou em cima da mesa e com carinho e atenção fez um belo sanduíche pra mim, sorriu ao notar meu olhar de admiração pra ele e me entregou o sanduíche.

- Bom apetite meu amor. - falou me dando um beijo da testa e sentando-se ao meu lado.

O olhei chocada pelo beijo e sorri, retribuindo o sorriso, falou:

- Come, vê se ta bom.

Peguei o sanduíche e dei uma mordida pequena, estava tão bom que em menos de 5 minutos acabei com o sanduíche.

- Nossa, você tava mesmo com fome, quer mais um? - perguntou e eu assenti - Tá, perai.

Foi fazer mais um e me entregou, comi saboreando o gosto do sanduíche, ele era bom mesmo em fazer sanduíche.

- Obrigada- falei de boca cheia, ela riu.

- Nada, e não fica com vergonha, pode pegar o que quiser na geladeira, vou pegar algo pra você beber.

Foi até a geladeira e pegou um refrigerante e me entregou.

Abri e bebi.

Soltei um arroto um pouco alto.

- Desculpe - falei, corando de vergonha.

- Haha, tava bom ne?

- Uhun

- Você é linda. - falou, pegando minha mão

- Não, não sou, estou horrível - falei, abaixando a cabeça e pegando em meu cabelo

- Ei, olhe pra mim - falou, e eu olhei - Você careca é linda, não fique com essas neuras, você é linda sim.

Corei pelas palavras, ele afagou meu rosto e corei mais ainda.

- Ainda mais corando desse jeito.

Adianta falar que corei mais?

Notei que ele se aproximava de mim, e me olhava esperando uma reação negativa, não fiz nada, deixei que se aproximasse, aos poucos e devagar, senti seus lábios nos meus.

Senti meu coração, antes morto dentro de mim, acender e gritar de alegria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

e ai gostaram?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Garota da Casa ao Lado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.