Ashita Hareru Kana escrita por annaLI


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas chegou!



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Atsui namida ya koi no sakebi mo

(As lágrimas quentes e o clamor do amor)

 Kagayakeru hi wa doko e kieta no

(Para onde foram aqueles dias brilhantes que desapareceram?)*

    Ele tentou lembrar o que tinha acontecido no dia daquela foto, mas não conseguiu.

    - ...Mas o Li-kun não entendeu nada... – Ao se aproximar mais da foto, Syaoran acabou perto de uma mesa onde estavam sentados alguns ex-colegas de escola e ouviu o fim da explicação divertida de Tomoyo, agora sentada ali.

    - E por que vocês colocaram essa foto na apresentação? – Quem perguntou foi Chiharu, sentada com eles.

    - Porque é engraçada... – Eriol respondeu, definitivamente rindo, no que Tomoyo e Meiling o acompanharam.

    Um olhar para os noivos, e ele viu Sakura apontando em sua direção enquanto contava algo aparentemente muito divertido para o marido.

    “Tenho que voltar para esse momento!... Afinal, o que eu tenho que fazer para ir logo?” Ele pensava, olhando ao redor, como se esperasse ver Yuuko Ichihara parada ali em algum canto. “Por favor, mais uma chance! Mais uma chance...” Ele fechou os olhos por alguns instantes e quando os reabriu foi para ver de novo aquela forte luz que quase o cegava.

    Se sentiu eufórico ao saber que teria outra chance de consertar as coisas, mas a euforia foi passando quando a luz se apagou e, diferente da primeira vez, ele não parecia estar em algum outro lugar do passado. Estava num lugar completamente escuro, exceto por uma luz vermelha muito fraca. “Onde é que eu estou?... Onde que eu vim parar?” Ele girou no mesmo lugar e viu que atrás de si estava uma figura terrível. Era como uma fera, com grandes olhos amarelos e pelagem marrom e soltou um tipo de urro que o fez sair em disparada, com um grito de medo entalado na garganta. A corrida não demorou muito. De repente, ele tropeçou em algo e caiu, derrubando junto um amontoado de panos negros.

    - Syaoran, o que foi que houve? – Ele estava com a cara literalmente no chão, quando ouviu a voz de Meiling.

    - Algum problema? – Ele levantou o rosto e viu que a outra pessoa que perguntava era Naoko, colega de sala. Tinha caído na entrada de uma sala de aula. Encostada na parede, viu uma placa onde se lia: Casa do terror, as letras num fundo negro e cercadas de desenhos de monstros e esqueletos. Syaoran se lembrou de terem feito algo assim numa feira do colegial.

    - Acho que acabei assustando o Li... – Eriol surgiu por trás dele, segurando a máscara de fera, com um grande sorriso no rosto, ele também mostrou um gravador que reproduziu o mesmo som de antes.

    - N-não! – Syaoran respondeu rápido, ficando de pé.

    - Aqui está... – Tomoyo apareceu na porta, acompanhada de Sakura. As duas traziam algumas caixas vazias de papelão. – Está tudo bem?

    - Parece que Syaoran se assustou com a máscara de Eriol... – Meiling respondeu, sem conseguir conter uma risadinha.

    - Ai, isso tudo é mesmo aterrorizante... – Sakura disse, com a voz trêmula, lançando um olhar à máscara que Eriol ainda segurava.

    - Eu acho que a palavra é fascinante! Nossa sala ficou com a melhor atração do festival! – Naoko disse, com brilho nos olhos.

    - Aaaahr...

    - Francamente, você consegue mesmo se assustar sabendo que é tudo de mentira? – Meiling perguntou a Sakura.

    - De qualquer jeito dá meeedo! Entendo que o Syaoran-kun tenha se assustado...

    - Eu não me assustei! – Syaoran se apressou a responder, parando de olhar o cotovelo que tinha arranhado na queda.

    - Já que estão aí parados conversando, devo presumir que terminaram tudo? – Um homem de meia-idade e cara emburrada apareceu na porta. Syaoran não demorou a reconhecer Okamura-sensei. Ensinava japonês e era o professor mais chato que já tinham tido e, pior de tudo, o professor encarregado da sala deles durante os dois últimos anos do colegial.

    - Nós... quase. – Eriol respondeu, se apressando, junto com todos os outros a fazer qualquer coisa.

    - Kinomoto e Li, levem essas cortinas de volta para a sala de áudio e vídeo.

    - Sim, senhor. – Os dois responderam em uníssono, sem pestanejar.

    - Todos vocês, chega de amolação! – O professor completou antes de se retirar.

    Sakura e Syaoran tiraram o resto das cortinas e saíram.

    Os corredores da escola estavam muito agitados. Eles estavam no dia seguinte ao festival, em que tinham que arrumar toda a escola para que se reiniciassem as aulas normais. A cada passo que dava um sentimento de nostalgia aumentava. Por um tempo, ele só ficou observando tudo feito um bobo, pensando em todas as coisas que tinha esquecido da vida de estudante. Até que um grupo de garotos passou correndo por eles e esbarrou em Sakura, fazendo-a derrubar uma das cortinas que carregava. Syaoran se apressou e juntou-a, colocando na pilha que ele próprio levava.

    - Obrigada, Syaoran-kun. – Ela disse, com um grande sorriso e virou-se, voltando a caminhar um pouco à frente dele.

    “O que terá acontecido para ela ficar daquele jeito na foto?... Ela está feliz agora, não é?... Isso deve ser um bom sinal...”

    - Né, Syaoran-kun?

    - Ahn?

    - Você nem estava ouvindo o que eu disse...

    - Me desculpe!

    Sakura deu risada da grande perturbação que ele mostrou.

    - Eu estava falando que a cada dia está mais quente... Mal posso esperar pelas férias...

    Syaoran concordou e os dois ficaram em silêncio por um tempo até ela dizer de repente:

    - O refresco de morango estaria bom pra mim.

    - Quê?

    - Podia ser hoje.

    - AHN?

    - Você se esqueceu? - Ela parecia não acreditar.

    - De quê? – Ele perguntou , mas ela continuou andando sem dizer nada. - De quê? – Ele perguntou de novo, ficando ao lado dela.

    - A nossa aposta... na corrida! – Ela pareceu achar que era fingida a expressão confusa de Syaoran e virou o rosto, completando: - Tudo bem, deixa pra lá.

    Syaoran pensou uns instantes no que fazer e acabou dizendo:

    - Ah, claro! A aposta. – “Que raios de aposta terá sido essa?” – Então, você quer que eu compre refresco de morango, é isso?

    Sakura pareceu acreditar que ele tinha lembrado, mas não disse nada.

    Quando ele voltou para a sala, a casa do terror já tinha sumido quase completamente com as carteiras em ordem. Demorou alguns segundos para que ele se lembrasse e conseguisse achar seu assento. O calor era tanto que seus colegas estavam fazendo de leque um letreiro que era uma cartolina presa a uma ripa de madeira e ele acabou entrando também no revezamento para abanar.

     Alguns minutos depois, ouviram o sinal para o almoço e todos se apressaram a sair da sala. Syaoran foi até sua mochila e viu que não tinha trazido almoço. “Como é? No quê eu estava pensando?”.

    - Sakura-chan, onde você estava? – Tomoyo perguntou, vendo Sakura entrar.

    - Eu fui até a biblioteca... – Ela mostrou dois livros que carregava.

    - Ainda o trabalho de literatura? – Meiling perguntou.

    - É, parece até que eu nunca vou terminar... – Sakura respondeu desanimada, indo até sua carteira e abrindo a mochila.

    “A Sakura sentada do meu lado... Bons tempos!...” Syaoran a observava com o canto do olho, fingindo procurar algo na bolsa.

    - Syaoran-kun?

    - Sim? – Ele respondeu prontamente, virando-se para ela.

    - Aqui. – Ela estendeu para ele um livro que tinha na capa uma esfinge e pirâmides. – O livro que meu pai disse que ia emprestar para você... – O livro se chamava Desvendando os mistérios do antigo Egito de Joseph Carrew. “Eu lembro... teve uma época que eu li isso umas dez vezes seguidas...”

    - Muito obrigado...

    - Vocês querem saber como surgiram os livros?

    Sakura e Syaoran levaram um susto quando Yamazaki surgiu do nada ao lado deles.

    - É uma história realmente interessante! – Eriol completou, ao lado de Yamazaki.

    - Tudo começou quando...

    - Sakura-chan, não fique aqui ouvindo mentiras, vamos almoçar. – Chiharu falou e elas saíram junto com Tomoyo e Meiling.

    - Agradeça ao seu pai, eu devolvo logo... – Syaoran ainda falou enquanto ela saía.

    - Vamos logo também, Li-kun. – Yamazaki voltou a falar depois disso.

    - Para onde?

    - Como assim para onde? Você se esqueceu da reunião especial do clube?... Eu também chamei o Hiragisawa-kun, afinal ele sempre nos ajuda, né?

    E os dois saíram praticamente arrastando Syaoran para fora. Quando passaram pelo refeitório, ele se lembrou do que tinha que fazer e disse:

    - Olha, estamos indo para o vestiário do campo, né? Eu vou daqui a pouco, tá? – E correu até a cantina. Depois de pôr as mãos em uma garrafa de refresco, ele foi até o balcão para pagar, foi quando descobriu que não tinha o dinheiro suficiente. “Que droga! Como isso é possível????” Ele esvaziou todos os bolsos, mas não teve sucesso.

    Sakura estava no jardim, almoçando com as amigas, quando ele se aproximou.

    - Me desculpe, mas o refresco vai ter que ficar para outro dia. – Ele disse, quando ela se levantou para falar com ele.

    Ela ficou olhando para ele por uns segundos, como se tentasse entender do que ele estava falando.

    - A-ah! Tudo bem Syaoran-kun, não se preocupe com isso!

    - Certo, me desculpe. – E ele se afastou, passando a observá-la sem ser percebido por trás de uma árvore.

    “Ela não ficou zangada, não é? Estava rindo... Espera o que é isso?” Depois de voltar a se sentar e comer, o sorriso sumiu do rosto de Sakura e em seu lugar surgiu uma expressão indecifrável para Syaoran “Mas o que é isso? Raiva? Não... Será decepção?... Droga! Eu preciso conseguir um refresco de morango!”.

    Assim que se aproximou do vestiário, ele começou a sentir o cheiro e logo que entrou, suas suspeitas foram confirmadas quando Yamazaki entregou a ele uma tigela de macarrão. Era aquilo que chamavam de reunião especial do clube de futebol. Yamazaki, que tinha passado a ser o capitão no segundo ano, fazia a reserva, dizendo que precisavam discutir algumas táticas e eles ficavam no vestiário, comendo macarrão e discutindo os últimos jogos da J-league.

    - Você tem 500 yenes para me emprestar? – Ele perguntou ao Yamazaki quando estava perto dele.

    - Ah, não, sinto muito Li-kun.

    Syaoran foi até um canto e se sentou de cabeça baixa ao lado de Eriol.

    - Para quê você quer 500 yenes? – Seu amigo perguntou.

    - Para comprar refresco de morango... Você tem para me emprestar?

    - Esqueci a carteira em casa...

    - Você está brincando!...

    - Não... Mas se você quer tanto, por que não pega da cabeça do Frankstein?

    - Quê??

    - Onde colocamos o dinheiro da casa do terror... Ainda está lá na sala. Ninguém vai perceber se você pegar só isso...

    Syaoran se levantou como se tivesse levado um choque e correu para a sala de aula. A cabeça do Frankstein estava ao lado da mesa do professor, era como um cofre de papel machê. Depois de conseguir tirar o dinheiro que precisava, ele foi até a cantina descobrir que a última garrafa de refresco tinha sido vendida, mas isso não o faria desistir! Mesmo sabendo que estaria com problemas se algum professor o visse, ele escalou a grade da escola e saiu.

SSSSSSS

    - Afinal, onde Li-kun está? – O intervalo já tinha terminado e os alunos voltaram às suas tarefas. Tomoyo comentou que Syaoran não tinha aparecido desde então.

    - Ele deve estar ainda com o clube de futebol... – Meiling disse. Junto com Tomoyo, Eriol e Sakura, ela estava carregando pedaços do cenário da casa do terror para os fundos da escola.

    - Não, eu estava lá quando ele saiu. – Eriol interrompeu-a.

    - Sério? E para onde ele foi?

    - Tudo que ele me disse é que tinha que comprar refresco de morango...

    - Quêêê? – Sakura exclamou.

    - Foi o que ele me disse... Você sabe algo sobre isso?

    - E-e-eehhh...

    - Como ele pôde sair da escola sem dizer nada? ...Se não o conhecesse, diria que só está fugindo da limpeza! – Meiling estava irritada e Sakura ficou pensativa, meio confusa e intrigada.

SSSSSSS

    - Li Syaoran.

    Assim que ele pôs os pés de volta no pátio na escola, pôde ouvir a voz de Okamura-sensei. Ele estava ali, à sua frente, com um olhar que fez Syaoran engolir em seco.

    - S-sensei, e-eu... posso explicar...

    Sem querer saber de explicações, o professor tomou dele a tão preciosa garrafa de refresco de morango que ele tinha comprado num supermercado a três quarteirões.

    - Não! Por favor!! Esse é um refresco muito importante!!!

    Syaoran tinha juntado as duas mãos como se rezasse e se curvou, desesperado. Mas quando voltou a levantar os olhos, o refresco já tinha sido quase todo bebido pelo professor.

    - Chega de passeios. Volte logo para suas tarefas!

    E o professor se afastou deixando Syaoran paralisado por uns instantes.

    “Mas que droga!” Ele foi chutando o ar de volta para dentro. No corredor de sua sala de aula, encontrou seus amigos limpando algumas janelas.

    - Olha só onde está o fujão!

    - Syaoran, aonde é que você foi? Estava ficando preocupada!

    - ... É uma história meio longa... – Syaoran respondeu, sem emoção, afastando Meiling.

    - Pelo menos conseguiu o que queria? – Eriol perguntou.

    Syaoran balançou negativamente o rosto, pegando uma flanela e começando a ajudar na limpeza. Sakura o encarou por um brevíssimo instante antes de voltar a se concentrar no que estava fazendo e ficou sem falar nada durante todo o tempo. De fato, Syaoran só voltou a ouvir sua voz quando ela o alcançou no corredor no fim da tarde, na hora em que todos já se retiravam. Ele carregava uma última caixa de volta à sala dos professores quando a ouviu chama-lo.

    - É verdade que você saiu para comprar aquilo?

    - Sim. Sinto muito, mas não deu muito certo...

    - Syaoran-kun, assim você me faz sentir mal... Eu disse que não devia se preocupar!

    - Sinto muito...

    Sakura suspirou e depois deu uma risada nervosa.

    - Deixe de bobagens! O que há com você?... – Ele não respondeu nada e ela também ficou calada por um tempo encarando-o, até continuar: - Muito obrigada mesmo, mas já chega, tá bom?... Então... você está indo para a sala dos professores, né? – Ele concordou e ela prosseguiu: - Certo, eu tenho que... terminar algo na sala... – E se afastou com passos bem rápidos.

    Syaoran só entenderia depois por que ela tinha ficado meio esquisita no meio da conversa. Naquele instante, ele estava um pouco confuso com tudo. “Eu acho que estraguei tudo! Mais uma volta ao passado perdida...?... Mesmo que a foto mude... A foto!... Não estávamos todos juntos numa lanchonete? ... Mas o quê?... Será que algo que eu fiz fez aquela situação mudar?... Nesse caso o que acontece...?”. Pensando nisso, ele voltou rápido para a sala e a encontrou completamente vazia, mas no quadro negro havia um enorme Feliz aniversário rodeado por outras mensagens de seus amigos para ele, uma delas dizia: Estamos esperando você no Shogun burger, venha logo! Syaoran chegou a cobrir a boca com a surpresa. “É meu aniversário!!??”

    De repente, uma importante memória surgiu à sua mente.

    - Syaoran-kun, você achou algum papel dentro do livro? – Ele e Sakura estavam sentados numa mesa do Shogun burger.

    - B-bem... Era alguma coisa importante...? – Ele disse, meio relutante.

    - ... Você encontrou?

    - É que... eu vim folheando ele no caminho para cá... Assim que abri na primeira página, um papel saiu voando para o meio da rua... Sinto muito. Sei que isso não foi muito inteligente, me desculpe. Era alguma coisa importante?

    - N-não... Tudo bem.

    Mas não parecia que qualquer coisa estava bem, apesar de ela ter tentado sorrir.

    Isso tinha acontecido naquele dia 13 de Julho há seis anos atrás. Syaoran correu para sua mochila e pegou o Desvendando os mistérios do antigo Egito. Na página do inicio da introdução, ele encontrou um papel pequeno cor-de-rosa com enfeites de coelhinhos. Estante 23, nº. 19049 e 19050, era tudo que estava escrito ali no que ele sabia ser a letra de Sakura. “Biblioteca...?”.

    Sua corrida até lá pareceu levar só um segundo. Ele se perdeu um pouco nos corredores de estantes até encontrar o exato lugar numa prateleira da estante 23 onde no lugar onde ao invés dos livros, ele viu um peso de papel com um laço vermelho pregado. Era de vidro no formato de uma pirâmide e lá dentro havia uma esfinge dourada. Ele levantou o objeto e pegou um papel que estava em baixo. Era a mesma folha de antes e na mesma caligrafia estava escrito:

    Até ontem não sabia o que daria a você de aniversário, mas encontrei isto numa loja e achei a sua cara. Se você achar meio estranho, desculpe.

Feliz aniversário, Syaoran-kun.

    “Eu não tenho isso no presente... Acabei perdendo e ela nunca me contou?” Ele deu mais uma olhado ao espaço vazio na prateleira e descobriu que ainda tinha outra coisa ali. Era um band-aid preto estampado com bolas de futebol e mais um papel:

    Você não me engana, sei que se assustou naquela hora.

SSSSSSS

    Já tinha começado a escurecer quando ele se viu diante do letreiro iluminado do Shogun burger. Era uma lanchonete a poucos quarteirões da escola que eles freqüentavam bastante desde antes do colegial. Jack, o dono, já os conhecia bem. Ele era americano e decorou todo o lugar com uma decoração bem yankee, até uma cabeça gigante da estátua da liberdade tinha ali.

    - Até que enfim! Pensamos até que você não tinha enxergado o que estava escrito no quadro. – Eriol falou assim que Syaoran entrou.

    Ele, Tomoyo, Meiling e Sakura estavam sentados numa mesa de canto perto do balcão.

    - Arr, Cheguei. – Syaoran respondeu, recuperando o fôlego, pois estivera correndo de novo.

    - Não acredito que você achou mesmo que eu tinha esquecido seu aniversário! – Meiling disse levantando e pulando no pescoço dele.

    - Aai!

    - Sente-se aqui. – Ela o empurrou para o sofá de canto da mesa. – Eu estou com muita fome... Vou buscar alguma coisa... – Dizendo isso, ela se afastou.

    - Ahhnn... Eu também estou com fome, volto já. – Tomoyo disse, indo atrás de Meiling.

    - E eu... estou com dor de barriga, vou até o banheiro... – Eriol disse, indo com elas.

    Sakura, ainda na mesa, estava meio sem jeito desde que percebera o band-aid no cotovelo de Syaoran.

    - Você podia ter simplesmente me dado aquilo, eu podia não ter encontrado... Outra pessoa podia ter pegado...

    - Ah, eu já faço isso todo ano... Queria tentar algo diferente... Esqueci da sua reunião do clube hoje... Achei que te entregando o livro naquela hora, você iria lê-lo no almoço...

    - Obrigada. Eu... gostei muito do presente...

    - Mesmo?

    - Claro. – Ele respondeu com um sorriso e Sakura desviou os olhos, também sorrindo - Sakura.

    - Quê? – Ela perguntou, voltando a encará-lo.

    - Amanhã é seu dia de preparar a sala, né?

    - Sim, junto com a Rika-chan...

    - Se eu fosse você dava um jeito de chegar mais cedo que ela...

    - Por quê?

    - Tem uma coisa que eu escrevi na lousa sobre você...

    - Ahn? C-como assim?

    - Não sei, você vai saber amanhã...

    - Seu chato! – Ela disse, sem parar se sorrir.

    Nesse instante, eles foram interrompidos pelos outros que voltavam. Meiling segurava um bolo de glacê verde com dezessete velas faiscando, ao lado dela, Tomoyo vinha filmando e Eriol segurava um presente com uma mão e a outra mão, que ele trazia fechada, estava cheia de confeites que ele jogou em cima de Syaoran. Todos cantavam Happy birthday to you enquanto o bolo era posto à sua frente e depois o ajudaram a soprar as velas.

    - Sorriam! – Jack tinha se aproximado com uma máquina fotográfica e todos se prepararam para a foto.

SSSSSSS

    - Esta é a sala C do segundo ano. – No colégio Seijo, o professor Okamura mostrava a escola para uma professora nova.

    - Mas o que são esses rabiscos??? – Ele disse, zangado. Apontando a lousa.

    - Por favor, deixe-me fazer isso... – A jovem mulher se adiantou e pegou o apagador da mão dele, fazendo sumir a frase: A pessoa mais importante para mim está sentada ao meu lado que alguém tinha escrito...

Continua...


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Notas finais do capítulo

* Trecho de música "Ashita hareru kana" de Kuwata Keisuke.

Muito obrigada mesmo por todos os reviews. Continuem dizendo o que estão achando!
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