Lágrimas pelo Fogo escrita por EveF


Capítulo 1
Capítulo Único




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Ele a viu ali, chorando, protegida por Alphonse, e queria entender o porque de tantas lágrimas, não era possível que alguém gostasse tanto de um superior apenas pelo dever. Mesmo que nunca soubesse a resposta, ele havia ficado feliz com isso. E sorriu. E ao sorrir sentiu dor e gemeu.

 

_Coronel? O senhor está bem?

 

Ele abriu os olhos devagar e deparou-se com sua tenente atenta a observá-lo:

 

_Sim, estou tenente. Pode ficar calma. – e sorriu de novo.

 

_O senhor não deveria ficar feliz numa situação dessas, Coronel.

 

_Riza, não estou feliz, só estou rindo.

 

_Rindo do que? – Riza olhou-o Roy intrigada.

 

_De algumas coisas, só isso. – e fechou os olhos de novo.

 

Riza ficou desconfiada, e observou a expressão de seu superior um pouco mais. Ele quase havia morrido nas mãos da homúnculo Lust, e por um momento, ela havia acreditado que o tinha perdido para sempre. E isso doeu, e ela chorou, naquele momento desistiu de viver. Mas, Roy Mustang não se deixaria abater tão fácil, e estava ali agora, deitado naquela cama de hospital, recuperando-se. Riza também sorriu. Ele parecia uma criança quando estava dormindo, tão sereno, que não aparecia o Flame Alchemist, não parecia que em seu interior queimava a chama de um sonho.

 

_E você, porque está rindo tenente? – perguntou ele ainda de olhos fechados.

 

_De nada em especial, coronel. Mas como sabia que eu estava rindo?

 

_Eu sei de muitas coisas, tenente, de muitas coisas. Mas ainda existem outras que quero descobrir...

 

_Não entendi, coronel.

 

_Então esqueça. – ele abriu os olhos, e sentou-se na cama. – Há quanto tempo estou aqui?

 

_Há poucas horas. E nem invente de tentar sair daqui, o ferimento foi muito grave, precisa descansar.  – disse com uma voz autoritária.

 

Roy cai na gargalhada.

 

_ Você fica muito bonita sendo autoritária, tenente. Até poderia lembrar minha mãe, mas você com certeza é muito mais bonita.

 

Riza o olha com raiva. Mas logo também sorri. Esse era o coronel, sempre achando um jeito de elogiar uma mulher, mesmo que essa fosse sua subordinada. Uma sombra então passou pelo rosto do moreno:

 

_Como está o tenente Havoc?

 

_Pode olhar por si mesmo, coronel. – e afastou a cortina que separava as duas camas.

 

O segundo tenente Havoc ainda estava desacordado, deitado na cama ao lado do coronel. Com um gesto ele pediu a tenente que abaixasse a cortina. Era sua culpa que seu subordinado estivesse daquele jeito, não conseguiu proteger quem estava abaixo de si, e agora ambos estavam no hospital.

 

_O médico já disse quando poderei sair daqui?

 

_Ainda não, mas provavelmente, daqui dois dias, coronel.

 

_É, será uma longa estadia...

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Dois dias depois...

 

_Pronto, coronel, já chegamos. – Riza havia estacionado o carro em frente à casa de Roy.

 

_Tenente, você poderia me acompanhar?

 

_Claro, coronel. – Riza saiu do carro, e caminhou ao lado de Roy até a porta de sua casa.

 

_Entre, tenente, preciso conversar com você.

 

_Sim, coronel.

 

Há algum tempo que ela não entrava ali, mas tudo continuava igual, a mesma bagunça na escrivaninha, a sala sombria, com as cortinas fechadas, e o mesmo cheiro, que ela associava ao coronel. Ele foi em direção ao quarto, e ela aproximou-se da janela e abriu as cortinas, deixando a luz entrar, e olhou em volta, era bagunçado, mas estava tudo limpo, o que era admirável sendo aquela a casa de um homem solteiro e preguiçoso.

 

_Fique a vontade, Riza.

 

_Obrigada, senhor. Digo, Roy. – e sentou-se no sofá, depois que afastou alguns livros.

 

Logo ele também estava na sala, e não mais usava o uniforme militar, estava com roupas civis, que não diminuíam a imagem de superioridade dele, ele era o tipo de homem que não passava despercebido, não importando o que usava. Roy sentou-se na poltrona a frente de Riza.

 

_Riza, as coisas ficaram mais complicadas daqui para frente. Ainda está disposta a me seguir?

 

_Já disse e repito: te seguirei até o inferno, se preciso. Era só isso, senhor? Você precisa descansar.

 

_Sim, pode ir se quiser.

 

Riza levantou-se e bateu continência. Quando já estava na porta, Roy, sem virar-se, pergunta:

 

_Uma última pergunta, tenente: porque estava chorando lá no laboratório?

 

Riza sorri, ela temia essa pergunta, mas já havia preparado uma resposta:

 

_Porque pensei que meu sonho tinha morrido ali. – e então saiu, fechando a porta atrás de si.

 

Roy ficou intrigado com a resposta, qual seria o sonho da tenente? Seria o mesmo que o seu? Ela havia tomado para si as aspirações dele?

 

_Não importa a resposta, é bom saber que ainda estará ao meu lado, Riza.

 


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? *olhinhos faiscando*