Voltando no Tempo escrita por Anpa, Katie


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Pra quem não me conhece, aqui é a Katie Cullen, co-autora oficial da fic!

Enfim... Eu e a PaulaCouto estamos reescrevendo a Voltando no Tempo, e aqui está o primeiro capítulo.

Não tem muito o que falar.

Espero que gostem!

Beeijooos, e até logo! =D ♥



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Capítulo 1 — O INÍCIO

Ano de 1999

Harry Potter se encontrava sentado na sala de estar de sua recentemente adquirida residência e, ao seu lado, seus amigos conversavam amenidades, mas ele não prestava atenção.

Um ano havia se passado desde a Grande Guerra e queda definitiva do Lorde das Trevas. Um ano se passara desde a morte de todos aqueles rostos que morreram em função do Bem Maior.

O tempo passara, sim, mas a dor das perdas que sofreram ainda prevalecia. Harry olhou para Rony e Hermione, seus amigos que sempre estiveram ali, apoiando-o e auxiliando-o em todos os momentos desde que entrara para Hogwarts.

Hogwarts. A magnífica escola se tornara sua casa, seu lar. Jamais esqueceria os seis anos que passara pelos corredores de pedra aglomerados de alunos — alunos risonhos, apesar de tudo.

Harry lembrou-se de seu sexto ano, seu namoro com Ginny. A ruiva, dois meses depois de se formar, se afastara da família, jogando como a grande artilheira que era para o time composto apenas por mulheres, as Holyhead Harpies. Esporadicamente, a família Weasley, assim como Harry, ainda recebia algumas cartas da garota, mas isso apenas amenizava a distância.

George se encontrava em um estado depreciativo desde que o gêmeo morrera. Rony, que engatara em um namoro com Hermione desde a Batalha Final, estava a cada dia mais irritadiço com as mortes dos amigos e do irmão e com o afastamento da irmã.

Hermione, agora mais madura e inteligente do que nunca, insistira com McGonagall — diretora de Hogwarts desde a morte de Severus — para que ela permitisse que o Trio de Ouro retomasse os estudos de onde pararam quando foram em busca das Horcruxes.

A diretora aceitou de prontidão, e em pouco tempo Harry, Rony e Hermione haviam prestado seus Níveis Incrivelmente Exaustivos em Magia, nos quais os três passaram com louvor, utilizando-se dos conhecimentos adquiridos durante o ‘refúgio’.

Harry ponderou sobre tudo aquilo que perdera por causa de Voldemort e de seus ideais e discípulos estúpidos. Nunca tivera a chance de conhecer seus pais. Não vivos, é claro. Já os vira em fotos, e até mesmo falara com eles naquele cemitério sombrio, após a morte de Cedrico Diggory, e quando eles foram ‘trazidos de volta’ pela Pedra da Ressurreição. Mas não tivera a chance de crescer como uma criança normal.

Conheceu seu padrinho apenas depois dos treze anos, e, na época, via-o como o assassino que traíra seus pais. E se enganara redondamente. Dois anos depois, Sirius morreu. E depois Dumbledore, e sua coruja Hedwig, seguida de Moody, Dobby, Remus, Tonks, Fred... E muitos outros.

Harry pensou em Molly Weasley. A mulher que fora o mais próximo de uma mãe que ele já tivera. Molly perdera os irmãos, os Prewett, antes de Harry nascer. Perdera um filho, sua filha se afastara da família, e os demais tentavam seguir em frente.

Desde que ingressara no mundo bruxo, Harry era famoso, ‘O-Menino-Que-Sobreviveu’. Logo que entrou para Hogwarts, se tornou o ‘mais jovem apanhador do século’, o que só aumentou sua fama. No quarto ano, entrara para o torneio Tribruxo e, foi desmoralizado perante a sociedade ao afirmar que Voldemort voltara. Ao final do quinto, o Ministro viu o ‘Lorde das Trevas’ e confirmou a história do garoto. No sexto, se tornou ‘O Eleito’; no sétimo, derrotou o maior bruxo das trevas de todos os tempos. Tudo isso contribuiu para que a fama do Potter chegasse às alturas.

Mas não era isso que queria. Não almejava sua fama. Não gostava de ser conhecido. Tudo o que ele pedia era a normalidade de ter seus pais ao seu lado, lhe aconselhando e ensinando o que precisasse. Queria que seu pai tivesse lhe ensinado clandestinamente a Animagia, e não que tivesse aprendido sozinho, alguns meses após a guerra. Queria que sua mãe lhe ensinasse todos os feitiços que soubesse. Queria... Queria-os de volta. Queria Sirius, Remus, seus pais e seus amigos...

— Hey! Harry! — Rony abanava sua mão em frente à face do amigo. — HARRY JAMES POTTER! ACORDE! EU ESTOU TE CHAMANDO FAZ UM TEMPÃO!

Harry se sobressaltou com os gritos do amigo.

— Hãn? — perguntou o moreno. — Ah, sim, desculpe. Eu estava distraído.

— Mas é claro que estava distraído. — ironizou o Ruivo. — Você sempre está distraído, desde que tudo acabou e a Ginny foi embora.

— Do que está falando? Rony, eu... — Harry se calou sob os olhares desaprovadores dos amigos. Suspirou. — Vocês têm razão. Eu sinto muito.

— Ah, claro, sente muito — disse Rony acidamente.

— Ron, eu... — começou o moreno.

— Você o quê, Potter? — vociferou o outro. — Desde o fim da guerra você assim: se distrai facilmente, não nos conta o que aconteceu... Parece até que não somos mais amigos.

— Rony está certo, Harry — disse Hermione baixinho. — Suas atitudes fazem parecer que você não liga para nossa amizade... Há muito você não fala conosco da forma que falava antes, você se trancou só para si, Harry, e...

— Já chega! — exclamou o moreno. — Eu não vou ouvir mais isso, ... Me desculpem — sussurrou, levantando-se e saindo pela porta, aparatando dali.

— Será que fomos muito duros com ele? — perguntou Hermione com um suspiro pesaroso, observando o local onde o amigo desaparecera.

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Harry compreendia os argumentos do amigo. Rony tinha toda razão; Desde que Ginevra Weasley entrou para o time de quadribol da Harpias e desde o fim da guerra, ele se sentia sozinho. Nunca mais se abrira com ninguém. Ele se trancara na enorme sala vazia em que se transformara o seu coração. Nunca mais conversara ou abrira um sorriso sincero. Se sentia sozinho. Sentia falta dos amigos mortos na batalha. Sentia fala de Ginny. Sentia falta dos pais que nunca teve.

O moreno agora se encontrava em frente à abandonada e muito destruída casa que um dia pertencera a Lily e James Potter, em Godric’s Hollow.

Aquele lugar se tornara seu porto seguro. Quando precisava pensar, ou quando queria ficar sozinho, sem ser achado, era para ali que ele ia, ficava apoiado na cerca, imaginando o que possivelmente ocorrera ali: Todos os risos e brincadeiras que ele mesmo trocara com seus pais, mesmo que ainda fosse um bebê.

Imaginou-se numa vassoura de brinquedo, como se lembrava de ter lido em uma carta de sua mãe tempos antes, no Grimmauld Place, 12. Imaginou seu pai desgrenhando os próprios cabelos negros, e sua mãe sorrindo com suas madeixas ruivas.

Sorriu com o pensamento, sentindo lágrimas geladas caírem por seu rosto, enquanto o forte vento lhe atingia, bagunçando mais ainda seus cabelos.

Naquele momento, Harry desejou mais do que tudo poder voltar no tempo, de forma que pudesse impedir que Voldemort subisse ao poder. Queria ir à época de seus pais e avisá-los sobre Peter, evitando suas mortes, e as mortes que ocorreram em seu passado. Mas sabia que não podia, afinal, a Sala do Tempo fora destruída em seu quinto ano, na invasão ao Departamento de Mistérios de Ministério da magia.

Respirou fundo e se levantou, adentrando o vilarejo a passos lentos, andando rumo à pequena igreja do lugar, mais precisamente rumo ao cemitério localizado ao lado da mesma.

Harry deixou suas pernas o levarem pelo caminho já conhecido, e olhou para a estátua, que, como acontecia desde o fim da guerra quando algum bruxo passava por ela e por algum feitiço ilusório anti-trouxas, tomou a forma do Trio de Ouro. Na estátua, ele, Hermione e Rony estavam abraçados, sorridentes, com as varinhas em punho, num sinal claro de que, acontecesse o que acontecesse, eles estaria ali para salvar mais uma vez o Mundo Bruxo. Aos pés da Estátua podia-se ler: As linhas de batalha nem sempre estão onde parecem estar.

O garoto Potter pensou naquela frase, percebendo as verdades presentes nela. Seus pais, Sirius e Remus confiaram em Peter Pettigrew, e ele acabou traindo-os. Snape, que, para Harry, era um traidor e julgava aqueles (como Dumbledore) que confiavam nele, esteve sempre — ou quase — ao lado deles, arriscando-se como um espião, se fingindo ser um agente duplo de Voldemort.

O moreno dos olhos verdes e míopes seguiu em frente e deixou suas pernas o levarem até os túmulos destinados a Lily e James Potter. As lágrimas caíam com mais freqüência agora, e Harry sentiu um aperto no peito ao olhar para a lápide da mãe. Depositou ali, então, um belo lírio vermelho e uma grinalda de flores recém-conjurados.

Pegou uma pedra, então, e a transfigurou num pomo de ouro com asas imobilizadas, e o colocou sobre a lápide do pai. Contudo, quando sua mão tocou o mármore frio, Harry Potter sentiu o mundo ao seu redor girar, enquanto caía na inconsciência

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Quando Harry abriu os olhos, tudo já parara de girar. Olhou ao redor e se viu deitado num sofá de cor vermelho-vinho. Seus olhos estavam desfocados, e ele percebeu que estava sem seus óculos, mas pôde facilmente notar algumas silhuetas espalhadas ao seu redor.

O moreno tateou em busca de seus óculos, e uma mão segurou a sua, colocando o objeto nela.

— Obrigado. — disse o garoto, ajeitando a armação redonda e negra na face enquanto se sentava.

— De nada — disse em tom baixo uma voz feminina muito doce, parecendo genuinamente preocupada. Harry a olhou e viu uma garota de seus 17 anos muito bonita, de cabelos flamejantes e olhos esmeralda.

— Enfim ele acordou! — exclamou uma morena de olhos azuis extremamente bela, que aparentava a mesma idade da ruiva.

Harry se perguntava quem eram aquelas pessoas e o que fazia na Torre da Grifinória, sendo que segundos antes estava no cemitério de Godric’s Hollow.

— Oh, mesmo, Marlene? — ironizou um garoto moreno de olhos cinzentos. — Eu nem desconfiava! AI! — o garoto gritou ao receber uma tapa da morena. — Por que me bateu? Doeu, sua louca!

— Essa era a intenção, Cachorrinho. — riu-se a garota — E não me chame de Marlene, Black.

— Hey! Será que dá para os dois pararem? — exclamou a de cabelos flamejantes. — Estão assustando o garoto!

— É, gente, minha foguinho tem razão. — disse um moreno da cabelos revoltos e olhos castanho-esverdeados se fazendo presente pela primeira vez desde que Harry acordara. — Deixem suas brigas de casal para outra hora.

— NÃO SOMOS UM CASAL! — gritaram os morenos em uníssono ao mesmo tempo em que a ruiva dizia com uma raiva contida:

— Não sou sua ruivinha, Potter. É Evans pra você! — seus olhos verdes pareceram faiscar com ódio do garoto, mas sua voz se mantinha controlada no intuito de não assusttar o 'recém-chegado'.

O moreno de olhos avelã apenas sorriu e murmurou um Ainda não é minha ruivinha”.

Harry arregalou os olhos em choque ao ouvir as brigas. “Black? Evans? Potter? Não é possível... Será que...”

— Francamente, Prongs, eu não entendo como consegue gostar da ruiva. — disse o tal Black. — Ela só te dá patada e você ainda insiste... Você por acaso é masoquista?

— Eu não sou masoquista, Padfoot. — retrucou o outro olhando feio para o amigo. — E eu não gosto da Lily! Eu a amo!

— É Evans, Potter, Evans! — corrigiu a ruiva raivosa, ignorando a última parte da fala do moreno.

— Lils, eu entendo que quando nos casarmos você queira usar meu sobrenome e se tornar a Senhora Lily Evans Potter, mas, até lá, eu acho melhor ficar só com o seu. — sorriu o ‘Prongs’ Potter.

— Argh, Potter! — Evans estava muito irritada — Faça um favor ao mundo e engula-se com seu ego e seu sarcasmo.

O outro Potter apenas riu junto com o garoto Black e a outra garota.

Por mais que quisesse, Harry não conseguia acreditar. Pensava naquilo como uma peça que sua mente lhe pregava por sentir-se tão solitário. Mas não pôde deixar de sentir um pouco de esperança ao olhar para o moreno de olhos castanho-esverdeados muito parecido consigo e para a ruiva, cujos olhos eram perfeitas réplicas dos seus.

Mamãe? Papai?” questionou-se internamente o garoto.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?

Gente, eu vou pedir quatro comentários para postar o próximo capítulo, sim?

Até logo, amores!

Beeijiinhos!♥