Outubro escrita por Naschpitz
São tantos sentimentos, tantos pensamentos, algumas infelizes palavras que antes deveriam ser feitas em diálogo, sendo rebaixadas a rabiscos em papel. Mas a pergunta remanesce, a de não saber quais são ou deveriam ser elas realmente. Talvez a simples ciência de sua existência já seja um milagre – e talvez bem possivelmente até mesmo um erro ou um engano, a bem ou mal de sentimentos traiçoeiros querendo ou entrando em metamorfose.
Das mesmas palavras que nos salvam e recuperam, nos fazem perder e machucar. Mas onde está a novidade nisso? O que faço aqui além de remoer ideias e frases já antes mastigadas por bocas alheias por séculos, talvez? Gostar-me-ia de ter algo a acrescentar, mas parece que tudo que penso já foi dito em outrora. Uma ponta de desespero chega a bater, dá sensação de estar para sempre presa a ideologias alheias mesmo sem nunca as tê-las conhecido.
A dor da perda causa coisas engraçadas. Nem um pouco divertidas, mas ainda assim grotescas. Podemos até mesmo morrer no extremo de não suportar a dor. E do mesmo jeito que essa perda me impulsionou a rabiscar palavras talvez vazias, ela me bloqueia agora, quando toco em seu próprio nome, me tira as forças, a vontade de escrever se vai. E por aqui devo ficar.
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